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Estado de Minas

BH j� registra cinco casos de motoristas que abandonaram �nibus no meio da viagem

Ap�s discutir com passageira por um quil�metro, motorista abandona �nibus cheio na Savassi, no quinto epis�dio do tipo na capital


postado em 29/09/2016 06:00 / atualizado em 29/09/2016 10:23

No ponto onde começou a confusão, parar fora da baia é frequente. Usuários e motoristas reclamam(foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)
No ponto onde come�ou a confus�o, parar fora da baia � frequente. Usu�rios e motoristas reclamam (foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)

A tens�o com que convivem usu�rios e trabalhadores do sistema de �nibus em Belo Horizonte fez mais uma vez um motorista abandonar o ve�culo cheio de passageiros no meio da rua, em plena Savassi. Se as jornadas estendidas e a obriga��o de trabalhar cobrando passagens nos fins de semana elevaram o estresse de quem dirige os coletivos, segundo os pr�prios motoristas, do lado se quem � transportado as recorrentes manobras fora dos pontos causam irrita��o e inseguran�a. No epis�dio de ontem, o quinto do tipo desde 2012, testemunhas contaram que o condutor da linha SC-02A (Pra�a 7/Savassi) discutiu com uma passageira ap�s parar antes do local de embarque no bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul da capital.

O atrito entre os dois durou um quil�metro pela Avenida Get�lio Vargas, come�ando perto da esquina com a Rua Gon�alves Dias e terminando antes da esquina com a Rua Alagoas, j� na Savassi. Neste �ltimo endere�o, o motorista simplesmente desligou o ve�culo, disse aos passageiros que n�o tinha condi��es de prosseguir e, mesmo sob pedidos para que continuasse a viagem, entrou em outro coletivo e se foi. S� na Savassi � a terceira vez nos �ltimos cinco anos que um condutor abandona um coletivo no meio do trajeto.

De acordo com a jornalista Paula Meireles, que estava no �nibus desde o Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Leste, o coletivo parou em um dos locais de embarque e desembarque da Rua Gon�alves Dias por volta das 9h. “Mas o �nibus n�o parou no ponto, parou antes. As pessoas tiveram de andar para embarcar, mas uma senhora ficou esperando no ponto. Quando o motorista passou, ela fez sinal e assim que subiu come�aram a discutir”, lembra.

De acordo com a jornalista, a mulher insistia que o condutor n�o parou onde deveria e pediu para a cobradora fornecer o nome dele para registrar uma reclama��o. “O motorista mesmo deu o nome completo e disse que tinha outro ve�culo atrapalhando, mas que podia parar em qualquer lugar da faixa amarela pintada no asfalto.” A viagem prosseguiu e a discuss�o tamb�m, at� que o homem decidiu abandonar o ve�culo. “Ele virou para os passageiros e disse: ‘N�o tenho condi��es de prosseguir com esta viagem, estaria colocando a seguran�a de voc�s em risco; me desculpem’”, relatou.

Passageira flagrou momento em que trabalhador deixou o volante(foto: Paula Meireles/Divulgação)
Passageira flagrou momento em que trabalhador deixou o volante (foto: Paula Meireles/Divulga��o)
A situa��o que gerou o atrito � recorrente no ponto onde a confus�o come�ou. Ontem, � tarde, a equipe do Estado de Minas levou apenas cinco minutos para flagrar dois �nibus da mesma linha parando no meio da primeira das tr�s faixas da avenida para que os passageiros embarcassem e desembarcassem, distante dois metros e meio do ponto – quando o correto e mais seguro seria que entrassem na baia apropriada. “N�o � certo isso que fazem, de nos deixar no meio da rua. � arriscado que algu�m seja pego por uma motocicleta. Falta um pouco de paci�ncia para esses motoristas”, reclamou a dona de casa Gerci de Assis Lau, de 71 anos, um dos passageiros que desceram no meio da rua. “Falta toler�ncia para todos, passageiros e motoristas. O povo s� quer reclamar e n�o se p�e no lugar do outro”, ponderou o engenheiro Devanir Lopes, de 61, que teve de embarcar na rua.

Um dos motoristas, que pediu para n�o ser identificado, p�s a culpa no tr�nsito. “Os carros estacionam onde querem e nos obrigam a parar assim, sem ter como entrar no ponto, atrasando a viagem das pessoas e nosso itiner�rio. � muito f�cil criticar a gente sem olhar nosso lado. Uma hora a pessoa estoura, como aconteceu”, disse. Muitas pessoas sa�ram em defesa do condutor que abandonou o coletivo ontem, segundo a jornalista Paula Meireles. “Quando desci do �nibus, os passageiros tentaram convencer o motorista a voltar. Disseram que � uma pessoa gentil, que espera passageiros que est�o atrasados e que dessa vez a senhora que reclamou dele estava exagerando”, afirma.

De acordo com o diretor de Comunica��o do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodovi�rio de Belo Horizonte (STTRBH), Jos� M�rcio Ferreira, fatos como esse voltar�o a ocorrer, pois ele sustenta que as jornadas de trabalho t�m sido cada vez mais estressantes para os motoristas. Ferreira sustenta que um levantamento do Instituto Nacional do Seguro Social mostra que 30% dos profissionais que dirigem �nibus t�m problemas de sa�de e acabam afastados, principalmente por problemas emocionais, estresse e depress�o. “Os trabalhadores j� passam oito horas dirigindo nesse tr�nsito ca�tico, expostos a conflitos com outros motoristas e usu�rios. Agora, aos fins de semana, t�m de trabalhar como cobradores, aumentando ainda mais a carga. Se j� estava ruim, agora deve piorar”, afirma.

De acordo com o diretor do sindicato, integrantes da entidade estavam procurando o trabalhador para lhe dar assist�ncia, mas ele ainda n�o havia sido encontrado. Adriana Barbosa, vendedora de uma loja em frente ao ponto onde o �nibus foi abandonado afirma j� ter presenciado um motorista de linha metropolitana passando dificuldades por ter de trabalhar como cobrador tamb�m. “Minha m�e e eu est�vamos indo do Barreiro para Ibirit�, e o motorista n�o conseguia nem dirigir nem trocar o dinheiro dos passageiros. Levamos mais de duas horas e ela perdeu o compromisso”, disse.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que ainda apura com a empresa que gerencia a linha SC-02A o que ocorreu. A BHTrans informou que aguarda informa��es da entidade, assim como reclama��es ou den�ncias de usu�rios, para saber se abre investiga��o sobre o epis�dio. A Pol�cia Militar informou n�o ter sido registrada ocorr�ncia sobre o incidente.


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