
O levantamento foi feito pela Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG), em parceria com o Sindicato do Com�rcio Varejista de G�neros Aliment�cios de Belo Horizonte (Sincovaga-BH). A primeira edi��o foi em 2013. Neste ano, a equipe t�cnica de Estudos Econ�micos da Fecom�rcio ouviu 364 empresas de diferentes regi�es da capital, entre 10 e 18 de agosto. A apresenta��o do estudo contou com a presen�a de autoridades de seguran�a p�blica do estado.
O levantamento mostra que em 44,5% dos estabelecimentos ocorreu, pelo menos uma vez, algum ato de viol�ncia. O n�mero � menor do que no ano passado (48,8%). Entre os crimes ocorridos, 37,4% foram furto a lojas (37,3% em 2015) e 26,8%, assalto � m�o armada a comerci�rios. No ano passado, esse tipo de crime correspondia a 20% entre os entrevistados.
A pesquisa da Fecom�rcio revela um medo cada vez maior entre os comerciantes. Em 2015, 19,8% dos entrevistados sentiam inseguran�a em trabalhar at� mais tarde. Em 2016, o n�mero saltou para 87,5%. Trabalhar nos fins de semana leva inseguran�a a 79,7% dos empres�rios, sendo que no ano passado eram 14,8%.
Para evitar assaltos, os comerciantes chegam a destinar at� 20% do faturamento mensal para a seguran�a dos estabelecimentos. A resposta foi dada por 88,9% dos entrevistados. A maioria aplicou o valor em circuito interno de TV (38,8%), alarmes (26,6%) e grades em janelas ou portas (11,3%). Para tentar se defender, 42,4% dos comerciantes ouvidos em agosto de 2016 mudaram algum h�bito nos �ltimos tempos, sendo que 43,9% mudaram o hor�rio de funcionamento da loja, 29,5% passaram a guardar objetos de valor em outros locais e 24,5% refor�aram a seguran�a no estabelecimento.
“Na minha loja, em 17 anos, nunca tivemos seguran�a fixo no sistema de controle da televis�o, mas 40 dias atr�s eu contratei. � a primeira vez que fa�o isso. Equipamento e pessoal todo voltado para a seguran�a”, diz o presidente do Sincovaga-BH, Gilson de Deus Lopes.
Entre as v�timas ouvidas na pesquisa, 98,9% acionaram a pol�cia e a maioria atribui �s corpora��es a responsabilidade pela seguran�a p�blica (64,7%). “� insuficiente o que est� sendo feito para combater a criminalidade”, disse Gilson, questionado sobre o policiamento. “Tivemos um caso recente que ilustra muito isso. Foi a primeira vez que aconteceu conosco. O assaltante parou o carro no meio da rua, sem nada no rosto, completamente descoberto. Ele ficou ao volante, o comparsa desceu, assaltou os caixas e foi embora. Foi a primeira vez que eu vi isso na minha vida. Normalmente eles t�m algumas preocupa��es, ent�o est� come�ando a banalizar”, relata.
O coronel Winston Coelho Costa, comandante do Comando de Policialmento da Capital (CPC), cobrou maior participa��o dos comerciantes nas reuni�es com a pol�cia. “A popula��o tem at� participado, as redes de vizinhos, por exemplo. Mas o contato com a popula��o � em um n�mero maior que do pr�prio setor de comerciantes”, diz. Segundo ele, o papel dos empres�rios � importante para direcionar as a��es da PM.
“Essa rela��o precisa ser melhorada para entendermos melhor onde est� essa sensa��o (de inseguran�a). Nossas viaturas param em locais de com�rcio produtivo. Quando detectamos que o crime est� acontecendo mais na abertura do com�rcio, nos aproximamos. Quando detectamos que o maior medo � no fechamento do com�rcio, designamos guarni��es para isso. A estrat�gia � feita e modificada diariamente a partir dos dados que a gente tem”, explica. Segundo o coronel Winston, o CPC vai acolher e analisar os resultados da pesquisa para decidir quais atitude ser�o tomadas.
O secret�rio-adjunto de Seguran�a P�blica de Minas Gerais, Ailton Aparecido de Lacerda, disse que a pasta vai trabalhar junto �s institui��es para tentar diminuir os delitos. “Talvez at� novas estrat�gias, apontadas pelas institui��es e coordenadas pela secretaria, para tentar diminuir as ocorr�ncias, principalmente naquelas �reas que t�m mostrado maior �ndice.”
(RG)