Chuva forte de hoje a quinta-feita p�e Belo Horizonte � prova

Com a chegada da temporada de chuvas, Belo Horizonte esconde debaixo de suas principais vias uma grande amea�a. S�o as galerias de leitos fluviais e redes de escoamento pluvial, muitas delas j� subdimensionadas e em sua maioria entupidas de lixo. De acordo com Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU), todo m�s s�o retiradas 400 toneladas de res�duos das mais de 60 mil grades de prote��o dos bueiros da cidade. Com as elei��es do domingo, esse quadro piorou, devido ao material de propaganda atirado nas ruas. O n�vel de alerta sobe ainda mais diante de um aviso da meteorologia: entre hoje e quinta-feira h� previs�o de temporal, com ventos fortes e chuvas de at� 100 mil�metros na capital.

Diante do alerta, equipes da SLU se empenharam ontem na retirada de res�duos das bocas de lobo e das galerias. Uma das vias que mereceram especial aten��o foi a Avenida Francisco S�, que fica sobre o C�rrego dos Pintos, no Prado, Regi�o Oeste de BH. Na noite de 25 de setembro, apesar de um volume pluviom�trico abaixo de 50 mil�metros, em pouco tempo a avenida foi inundada, com im�veis invadidos, al�m de carros e at� ca�ambas de entulho arrastados pelas �guas. Ontem, agentes de limpeza atuaram em v�rios pontos da regi�o.

Sem or�amento para obras de amplia��o da capacidade dessas galerias e com outras ainda em andamento, a principal preven��o da administra��o p�blica contra as enchentes � a limpeza dos canais. Em outubro do ano passado, foram retiradas 400 toneladas de lixo e entulho do C�rrego Acaba Mundo, que passa sob a Avenida Uruguai, na Regi�o Centro-Sul de BH. Em meio ao material havia 12 carrinhos de supermercado, sof�s, carca�as de geladeira e m�quina de lavar roupas. A provid�ncia, por�m, vem se revelando insuficiente diante de um quadro de crescente impermeabiliza��o do solo na capital, que aumenta o volume a ser drenado .

Em junho deste ano, a PBH comemorou a chegada de R$ 270 milh�es para aplicar em interven��es visando � preven��o de inunda��es na capital. Por�m, o dinheiro foi suficiente apenas para obras nos c�rregos Pampulha e do On�a, minimizando enchentes na Avenida Cristiano Machado, nas regi�es Norte e Nordeste de BH. C�rregos como o dos Pintos, sob a Francisco S�, e Cachoeirinha, na Avenida Bernardo de Vasconcelos, Nordeste da cidade, n�o foram contemplados e s�o �reas a serem evitadas diante da possibilidade de temporal.

ENXUGANDO GELO Na corrida para minimizar os impactos das chuvas, somente este ano as equipes da Superintend�ncia de Limpeza Urbana devem retirar 5 mil toneladas de res�duos em bocas de lobo da capital. De acordo com a SLU, � um trabalho rotineiro e di�rio. Antes dos per�odos chuvosos s�o realizadas vistorias em conjunto com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) em locais onde h� previs�o de pancadas fortes. Com isso, a limpeza � refor�ada nessas �reas, inclusive o cuidado com os bueiros e outras estruturas de drenagem.

Entre os materiais comuns nas grades de prote��o dos bueiros est�o pl�stico, garrafa, papel, vidro, terra e guimbas de cigarro. E, neste per�odo da primavera, h� ainda folhas de �rvores. A SLU aponta que a��es simples de cidad�os, como evitar jogar lixo ou entulho em vias p�blicas, c�rregos, lotes vagos e encostas, podem contribuir em muito para minimizar as inunda��es. Outra atitude que pode evitar enchentes � de n�o deixar lixo exposto fora do dia da coleta.



Transtorno e lagoas baixas

De hoje at� a quinta-feira, Belo Horizonte conviver� com a amea�a de temporais com volumes acumulados que podem ficar entre 70 e 100 mil�metros em BH e cidades vizinhas da regi�o metropolitana. Os temporais devem ser acompanhados por descargas el�tricas e ventos que podem superar os 60km/h. “Os moradores de �reas de risco devem tomar cuidado”, alerta Heriberto dos Anjos, do Instituto PUC Minas TempoClima. Al�m da Grande BH, cidades das regi�es Sul, Zona da Mata, Tri�ngulo Mineiro, Alto Parana�ba e Nordeste de Minas tamb�m podem ter chuvas fortes.

Este ano, o per�odo chuvoso come�ou em setembro e a capital teve chuva acima da m�dia hist�rica para o m�s. Na esta��o do Bairro Santo Agostinho, na Regi�o Centro-Sul, o acumulado foi de 65,4 mil�metros (mm) de precipita��o, sendo que a m�dia � de 40,5 mm. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado total de setembro foi registrado em apenas cinco dias de chuvas. A mais forte aconteceu em 25 do m�s passado, quando a capital mineira teve, em poucas horas, 44,1mm.

Mesmo assim, o Sistema Paraopeba, respons�vel pelo abastecimento de grande parte da regi�o metropolitana, teve queda no per�odo. Dados divulgados pela Copasa mostram que em 3 de setembro o complexo de tr�s reservat�rios estava com 55,7% de sua capacidade total. Com o passar dos dias, foi caindo, aproximadamente um ponto percentual, em m�dia, at� chegar na segunda-feira a 53,8%.

A represa de Rio Manso, a maior do sistema, estava com 74,9% de sua capacidade em 3 de setembro. Ontem chegou a 73,2%. O lago de Serra Azul iniciou o per�odo com 31,5% e chegou a 29,7%. J� o reservat�rio de Vargem das Flores come�ou com 37,1% e caiu para 34,2%. A chuva chegou a trazer um al�vio para o Rio das Velhas, onde � feita a capta��o para o restante da Grande BH, mas a situa��o continua preocupante. A vaz�o do manancial ontem foi de 11,8 metros c�bicos por segundo. Na �ltima semana, atingiu 77,1m3/s, devido ao temporal na capital mineira.

De acordo com o meteorologista Heriberto dos Anjos, a recupera��o dos reservat�rios depende de uma sequ�ncia maior de chuvas. “Estamos vindo de uma sequ�ncia de tr�s a quatro meses de per�odo seco, com eventuais per�odos de chuva. A partir de agora, a previs�o � de que aumente a precipita��o”, explicou o especialista.