Roubos a caixas eletr�nicos sobem novamente em Minas

A calma das madrugadas � interrompida por um estrondo e pelos estilha�os de concreto, a�o retorcido e vidro que voam por todos os lados. Muitas vezes, � explos�o se seguem tiros e gritos, em uma cena que vem se tornando comum para moradores de cidades mineiras que convivem com frequentes ataques a caixas eletr�nicos. Somente de janeiro a agosto deste ano foram 153 ocorr�ncias, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). O n�mero � 34% maior do que os 114 do mesmo per�odo do ano passado e continua crescendo: o �ltimo caso aconteceu na madrugada de ontem, em Caranda�, na Regi�o Central de Minas, onde criminosos explodiram m�quinas em duas ag�ncias.

O n�mero de ataques a terminais eletr�nicos neste ano j� se aproxima do total registrado em 2014, quando houve 173 registros em 12 meses. E os criminosos est�o mudando de t�tica: de acordo com a Pol�cia Civil, devido � intensa fiscaliza��o sobre a venda e uso de explosivos industrializados, que � atribui��o do Ex�rcito, os assaltantes passaram a usar tamb�m artefatos artesanais, feitos com tubos de metal e p�lvora. Dependendo da composi��o da bomba, o efeito pode ser semelhante ao da dinamite.

De acordo com o subinspetor do Departamento Estadual de Opera��es Especiais (Deoesp) Eber Alexandre de Oliveira, as ocorr�ncias t�m sido mais frequentes no interior do estado. “Houve queda consider�vel nas explos�es em Belo Horizonte e regi�o metropolitana, devido �s a��es preventivas e investiga��es”, afirma. Segundo ele, no ano passado a Pol�cia Civil em Po�os de Caldas prendeu uma quadrilha de S�o Paulo respons�vel por v�rios assaltos no Sul de Minas, onde tamb�m foi registrada redu��o nas ocorr�ncias.

De acordo com o policial, investiga��es mostram que quadrilhas que agem no Norte de Minas tamb�m v�m de fora: saem da Bahia para atacar em territ�rio mineiro, o que dificulta as investiga��es. “Eles v�m para c�, explodem os caixas e voltam para os locais de origem. Mas nada impede que a gente possa atuar em outro estado”, informou o subinspetor.

Para tentar coibir as a��es de organiza��es criminosas de fora de Minas, a Pol�cia Militar informa que vem refor�ando o patrulhamento em cidades que fazem divisa com outros estados. “A PM tem investido na intelig�ncia, no patrulhamento e nas redes de informa��o, e por isso tem efetivado a pris�o de v�rios infratores em Minas, alguns de fora, principalmente em �reas lim�trofes com Mato Grosso, S�o Paulo e Bahia”, afirma o capit�o Fl�vio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PM.

Embora a Pol�cia Civil registre queda no roubo de explosivos – atribu�do, entre outras quest�es, ao fato de que muitas empresas do ramo deixaram de estocar o produto –, a Pol�cia Militar considera fr�geis as condi��es de guarda de quem ainda armazena esse tipo de artefato. “Temos feito diversas apreens�es de bananas de dinamite. � um problema que envolve um sistema que tem suas falhas desde a fiscaliza��o. H� tamb�m muitas empresas clandestinas, que compram material de origem duvidosa. Al�m disso, os pai�is onde s�o guardados os artefatos s�o locais fr�geis, que permitem que uma quadrilha os tome de assalto ou mesmo furte o material”, afirma o militar.

ESCALADA Com explosivos industrializados roubados ou com artefatos caseiros, o fato � que a escalada de crimes continua. Al�m das 153 explos�es registradas oficialmente at� agosto, levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que pelo menos outras duas foram registradas em setembro. No dia 6, dois munic�pios foram alvo de criminosos fortemente armados. Nos ataques, em Santana do Jacar� e em Campestre, ambas no Sul de Minas, os ladr�es atiraram para o alto com a inten��o de amedrontar fam�lias da vizinhan�a.

No caso mais recente, registrado ontem, moradores de Caranda� tamb�m relataram momentos de p�nico, com explos�es seguidas de tiros de armas de grosso calibre. A pol�cia ainda faz buscas pela quadrilha que atacou ag�ncias do Bradesco e do Banco do Brasil, localizadas uma diante da outra, no Centro da cidade. A informa��o � de que os criminosos n�o conseguiram levar dinheiro. O Grupo de A��es T�ticas Especiais foi chamado para desarmar um explosivo que foi deixado em um dos locais. Os assaltantes fugiram em um Siena e em um Honda Civic no sentido Lagoa Dourada/Entre Rios de Minas. Ningu�m se feriu.

Estopim

Assaltos a caixas eletr�nicos em Minas Gerais de janeiro a agosto

2016

153

2015

114

Aumento        34%

Registros em 12 meses

2014

173