
O caso foi investigado pela equipe da delegada Ingrid Estevam, da Delegacia Especializada de Homic�dios Centro-Sul. Segundo a policial, Victor e Rafael moravam no mesmo bairro e pertenciam a diferentes gangues que agem nas chamadas parte alta e parte baixa, onde h� disputa pelo tr�fico de drogas. Conforme as investiga��es, Victor estava envolvido e come�ou a fabricar e vender entorpecentes. “Ele come�ou a fabricar lol� e tamb�m comprar maconha para poder vender por conta pr�pria ali na regi�o. Sabendo disso, a gangue rival, interessada no dom�nio integral da regi�o e na venda, come�ou a ter o Victor como alvo para poder execut�-lo e bem como tirar ele desse com�rcio ilegal que estava ocorrendo ali individualmente”, explica Ingrid Estevam.
Por conta disso, o jovem passou a ser amea�ado por Rafael e demais integrantes da gangue, conforme a policial. A tens�o teve seu �pice no fim da noite de 1º de fevereiro durante o baile na Pra�a do Papa, onde os dois se encontraram. “Victor e Rafael se desentenderam e durante essas discuss�es na festa acabou por ocorrer agress�es f�sicas. Rafael agredindo Victor incansavelmente. A Lara vendo essa situa��o tentou intervir e acabou tamb�m sendo agredida pelo Rafael”, diz a delegada.
Segundo o boletim de ocorr�ncia feito na �poca, Victor foi levado para o Hospital Jo�o XXIII, onde chegou em parada cardiorrespirat�ria e morreu. Lara foi levada para o hospital particular da Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, mas tamb�m n�o resistiu. Ambos sofreram traumas na cabe�a. De acordo com a delegada, minutos antes do crime, a adolescente recebeu uma liga��o da m�e, conforme a mulher contou em depoimento. “Ela (m�e) ligou e falou, 'Lara, retorne para casa porque j� est� tarde', e a Lara falou, 'Daqui a pouco eu des�o”. Lara morava pr�ximo. Por�m, nesse intervalo de minutos, a �ltima not�cia que a m�e recebeu foi da morte da filha”.
Conforme Ingrid Estevam, as investiga��es mostraram que Rafal agiu sozinho e com as pr�prias m�os, sem usar objetos nas agress�es. Segundo ela, um grupo impediu que outras pessoas separassem a briga. “Deixaram com o Rafael para poder resolver a situa��o. “Inclusive, ap�s as agress�es, enquanto Lara e Victor j� estavam ca�dos ao solo, Rafael proferiu os seguintes dizeres: 'Avisa pra quem quiser saber que quem cometeu esse homic�dio foi o Rafael do Pombal'. Ele deixou claro, proferiu o nome dele e a localiza��o dele”, diz Ingrid. Pombal � a regi�o do aglomerado onde o suspeito vivia.
Ap�s o crime, algumas pessoas come�aram a compartilhar fotos de Rafael nas redes sociais apontando o rapaz como o respons�vel pelas mortes. A Justi�a decretou a pris�o preventiva de Rafael. Equipes da Pol�cia Civil foram at� o bairro diversas vezes, mas n�o conseguiram localizar o suspeito. No entanto, ap�s receber den�ncias, a equipe conseguiu localiz�-lo em 7 de outubro. Conforme a delegada, ele chegou a fugir pelos telhados das casas do aglomerado, mas acabou capturado.
A Pol�cia Civil informou que ele j� tem passagens por recepta��o, corrup��o de menores e outros delitos. “Ele nega o crime. Por�m afirma que estava no local. Ele vai negar porque � um duplo homic�dio”, comenta Ingrid Estevam. “O casal foi morto em decorr�ncia das agress�es f�sicas ocasionadas pelo Rafael e o laudo de necr�psia aponta traumatismo em ambas as v�timas”, detalha. Durante sua apresenta��o � imprensa hoje, o suspeito permaneceu em sil�ncio.
SEGUNDA SEM LEI O baile funk onde Lara e Victor foram assassinados aterrorizou os moradores do Bairro Mangabeiras durante v�rios meses. O Segunda sem Lei era marcado por meio das redes sociais e reunia centenas de pessoas no cart�o-postal de Belo Horizonte, entre o fim da noite de segunda e manh� de ter�a-feira.
Segundo os moradores, era comum ver motociclistas realizando manobras perigosas, al�m do consumo de drogas, bebidas alco�licas e som alto. Com medo da viol�ncia, algumas fam�lias chegavam a se mudar para quartos de hot�is nos fins de semana.
Depois da morte do casal, a Pol�cia Militar realizou opera��es na regi�o, afastando os frequentadores do baile clandestino. A Guarda Municipal tamb�m intensificou a seguran�a no entorno.