
Desta vez, um jovem de 19 anos foi agredido na madrugada de ontem depois de deixar o estabelecimento Major Lock, no Bairro S�o Pedro. Segundo a Pol�cia Militar, Vitor Lomeu Cerqueira foi abordado por dois homens na altura do n�mero 533 da Rua Major Lopes, pr�ximo � esquina com a Rua Congonhas.
De acordo com a ocorr�ncia policial, ele foi agredido com socos e chutes e a viol�ncia s� parou quando um guardador de carros que trabalhava no local ajudou a conter as agress�es. Uma das linhas de investiga��o � a de que o jovem foi agredido ap�s tentativa de assalto.
Essa foi pelo menos a quinta ocorr�ncia mais grave deste tipo este ano. Nas situa��es anteriores, as agress�es foram por motivos f�teis no fim da noitada. Dois dos casos terminaram com a morte de duas pessoas.
Assim como na ocorr�ncia da casa de eventos Hangar, quando o jovem Henrique Papini, de 22 anos, foi espancado, a v�tima de ontem foi agredida at� ficar inconsciente e precisou de atendimento m�dico. Ele foi levado desacordado pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII com escoria��es e hematomas por todo o corpo e um corte no queixo.
Ontem, segundo a unidade de sa�de, Vitor apresentava quadro est�vel. At� o fechamento desta edi��o, a Pol�cia Militar n�o havia prestado informa��es sobre a identifica��o dos autores das agress�es ou sobre trabalhos de captura.
Do lado de quem sentiu o horror da viol�ncia, casos como o de ontem refor�am o pedido por maior seguran�a nas casas noturnas e entorno. Para o estudante Henrique Papini, agredido no m�s passado, n�o h� um aparato que garanta seguran�a para quem quer se divertir na noite.
“Penso que a contrata��o de seguran�as particulares para o interior e tamb�m para a �rea externa das boates � muito importante e tamb�m pode ajudar muito. Nas casas em que h� esse servi�o, vejo que o n�mero de profissionais � pequeno”, disse.
Ele afirma ainda que a presen�a policial, especialmente em festas de grande porte, � fundamental para garantir tranquilidade aos eventos. “No dia da festa em que fui agredido, por exemplo, n�o havia nenhuma viatura, nem ambul�ncia”, lembra o jovem que se recupera do traumatismo craniano e de face que sofreu como consequ�ncia da agress�o.
O caso est� sendo investigado pela Pol�cia Civil, que apura a participa��o de pelo menos quatro jovens, entre eles, Rafael Bicalho, acusado de ser o mentor da briga. Segundo testemunhas, ele teria ficado com ci�mes da ex-namorada, que teve um relacionamento com Henrique. De acordo com a Pol�cia Civil, o inqu�rito deve ser conclu�do nos pr�ximos dias.
Responsabilidades A Pol�cia Militar reconhece que � alto o n�mero de confus�es registradas em casas noturnas da capital. O capit�o Fl�vio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM, afirma que h� “diversos chamados durante uma mesma noite” por conta de desentendimentos.
“S�o ocorr�ncias de brigas, amea�as, superlota��o, agress�es, que sobrecarregam o trabalho policial, j� que a corpora��o tem outros chamados da comunidade para atender”, afirma. Ele explica que, de modo geral, os casos est�o relacionados ao uso imoderado de �lcool e drogas e cobra dos estabelecimentos postura mais respons�vel com a venda de bebidas.
“Ao promover festas com venda de convites que d�o direito a bebida liberada, as casas noturnas passam a ser respons�veis por grande parte do problema”, opina.
Al�m de rever essa pr�tica, o policial afirma que as casas noturnas precisam assumir sua “corresponsabilidade”, com ado��o de medidas como contrata��o de seguran�a pr�pria e bem treinada, al�m de instala��o de c�meras de seguran�a, inclusive do lado de fora. Ainda segundo Fl�vio Santiago, a PM tem aumentado as opera��es em sa�das de festas e mantido ve�culos do Batalh�o T�tico M�vel.
Para o conselheiro administrativo da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Tulio Montenegro, o estado � respons�vel pela seguran�a do lado de fora das boates e casas de shows. “Voc� imagina uma boate ter que contratar dez ou 15 seguran�as para impedir que o sujeito brigue l� fora? L� dentro n�o tem essa briga”, disse Montenegro.
Por suavez, o dono da boate Major Lock, Felipe Marreco, disse que a noite foi tranquila e ressaltou que a agress�o a seu cliente ocorreu a dois quarteir�es do estabelecimento. “A informa��o que tenho � que o meu cliente teve o carro fechado por outro carro e assaltantes tentaram levar o ve�culo dele. Meu cliente teria reagido”, afirmou. O empres�rio disse ter uma equipe de seguran�a treinada e defende policiamento mais rigoroso em �reas de grandes aglomera��es.
Linha do tempo
Outros casos de viol�ncia na balada em BH este ano
7 de setembro
O estudante de medicina Henrique Papini, de 22 anos, foi brutalmente espancado na sa�da da boate Hangar 677, no Bairro Olhos D’�gua, na Regi�o do Barreiro. Segundo a Pol�cia Civil, pelo menos quatro suspeitos podem ter participado das agress�es. O principal suspeito � Rafael Bicalho, de 19 anos, que chegou a ser preso por viol�ncia contra uma ex-namorada.
29 de abril
O desentendimento entre frequentadores de uma boate na Avenida Raja Gabaglia, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, terminou em trag�dia. Guilherme dos Santos Alves, de 33 anos, foi morto a tiros ao deixar uma casa de shows. Paulo Filipe da Silva Gon�alves, de 28, foi preso momentos depois do crime, que foi motivado por um desentendimento dentro da boate.
12 de abril
Em Nova Lima, uma confus�o ocorreu em casa de shows na Rua Senador Milton Campos, no Bairro Vila da Serra. O agressor foi expulso por seguran�as do estabelecimento e, logo depois, come�ou uma briga no estacionamento. A v�tima tomou um soco, se levantou e foi novamente agredido. Na sequ�ncia, levou com um chute. Depois das agress�es, segundo vers�o do defensor e da pr�pria casa de shows, o agressor fugiu em um carro antes da chegada da pol�cia.
8 de abril
Uma confus�o ocorreu pouco depois das 4h30 em um estabelecimento no Bairro Novo Eldorado, em Contagem. De acordo com a pol�cia, uma testemunha que estava na companhia de Cristiano Guimar�es Nascimento, de 22 anos, disse que, quando eles deixaram o local, pessoas que amea�aram Cristiano no bar come�aram a agredi-lo. O amigo disse que tentou separar a briga e tamb�m apanhou. A v�tima foi perseguida e espancada violentamente. Quando a pol�cia chegou ao local do crime, Cristiano estava morto.