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Estado de Minas

Assaltos com morte avan�am 63% em Minas, aponta f�rum de seguran�a

No Brasil, viol�ncia tirou mais vidas que a guerra na S�ria entre 2011 e o ano passado


postado em 29/10/2016 06:00 / atualizado em 29/10/2016 07:38

Policiais fazem blitz na rua onde Idalete dos Santos foi morta: empresária foi uma das vítimas de latrocínio(foto: Gladyston Rodrigues - 22/10/2015)
Policiais fazem blitz na rua onde Idalete dos Santos foi morta: empres�ria foi uma das v�timas de latroc�nio (foto: Gladyston Rodrigues - 22/10/2015)

“Assassinato de empres�ria em Contagem chama aten��o para aumento de latroc�nios”. A manchete do Estado de Minas publicada em outubro do ano passado j� alertava autoridades de seguran�a p�blica de Minas para o crescimento dos crimes em que a v�tima perde seu bem mais precioso: a vida. De acordo com dados in�ditos a serem divulgados no pr�ximo m�s pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, os latroc�nios, como s�o chamados os roubos seguidos de morte, aumentaram 63,5% em Minas no ano passado em rela��o ao ano anterior. Passaram de 63 casos, em 2014, para 103, em 2015.


Com a morte da empres�ria Idalete Cl�udia Borges dos Santos, de 52 anos, h� exatamente um ano, subiu para quatro o n�mero de pessoas executadas por ladr�es na Grande BH em um intervalo de apenas tr�s dias. Em outubro do ano passado, o total de ocorr�ncias de latroc�nio j� havia superado o ano de 2014 inteiro. At� agosto do ano passado, ainda sem incluir as mortes de setembro e outubro, Minas j� havia contabilizado 63 casos de latroc�nio (m�dia de 7,8/m�s), a mesma quantidade de 2014, e depois, 2015 ainda teve mais 40 mortes.


Idalete foi assassinada com um tiro nas costas no apartamento onde vivia com a fam�lia, na Rua Rio Madeira, no Bairro Amazonas, em Contagem, por um assaltante que invadiu o im�vel. Um dos filhos da empres�ria, F.B.S., de 24, tamb�m foi baleado. O disparo acertou o ombro do rapaz e a bala perfurou o pulm�o, mas ele passou por cirurgia e sobreviveu.


Na mesma semana, o taxista e policial militar reformado Jos� Ribeiro Filho, de 68, foi morto com cinco tiros no Bairro Calif�rnia, Regi�o Noroeste. O engenheiro ambiental Fl�vio Jos� Fr�es de Oliveira, de 48, foi baleado durante arrast�o a um pr�dio no Bairro Calafate, Regi�o Oeste. No mesmo dia, o estudante Thales Martins das Costa Filho, de 27, foi assassinado a facadas na Avenida Francisco Sales, Bairro Floresta, Regi�o Leste.


De acordo com Robson S�vio Reis Souza, membro do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica e coordenador do N�cleo de Estudos Sociopol�ticos da PUC-Minas, nos dados gerais, Minas teve uma leve queda nos homic�dios dolosos. Foram 4.288, em 2014, contra 4.176, em 2015 (veja quadro). O aumento do latroc�nios n�o foi somente em Minas, segundo ele. “Os n�meros gerais de crimes letais continuam alt�ssimos. Pode ser que hoje voc� tenha uma melhor forma de registro desse tipo de ocorr�ncia, porque os meios de informa��o dos estados foram aprimorados com o advento do Sistema Nacional de Informa��o Criminal do Minist�rio da Justi�a, implantado a partir de 2014. Obviamente, isso faz com que a qualifica��o dos dados, com o tempo, v� se aprimorando”, disse o especialista.


Segundo S�vio, diferentemente dos homic�dios, mais concentrados em grupo social composto em sua maioria por pobres, negros e moradores de periferia, os latroc�nios, embora em n�mero menor, atingem grupo de classe m�dia, com poder aquisitivo melhor e de grande capacidade de mobiliza��o em sua demanda no espa�o p�blico. De acordo com ele, um problema s�rio no Brasil, e em Minas especificamente, � que o investimento � muito maior na Pol�cia Militar do que na Civil, o que prejudica as investiga��es.


Para o assessor de imprensa da Pol�cia Militar de Minas, tenente Cristiano Ara�jo, certamente a impunidade decorrente da fragilidade da legisla��o � um dos principais fatores que prejudicam a redu��o da criminalidade e, por consequ�ncia, contribui com o seu aumento. “Em 2016, somente em Belo Horizonte foram conduzidos mais de 30 mil infratores por crimes violentos, ou seja, roubo com armas de fogo, homic�dios e outros crimes com maior potencial ofensivo. Desses 30 mil, apenas 614 continuam presos”, disse o tenente. “Se a gente realmente quer obter algum efeito na redu��o da criminalidade, apenas um esfor�o operacional n�o � suficiente”, afirmou o militar. A impunidade, segundo ele, acaba encorajando o criminoso a agir com mais agressividade, a usar armamentos mais letais e cometer crimes mais ofensivos �s v�timas, como o latroc�nio.

BRASIL A realidade do pa�s, quando se trata de crimes violentos, tamb�m � preocupante. O Brasil registrou mais mortes violentas de 2011 a 2015 do que a S�ria, pa�s em guerra, em igual per�odo. Os dados tamb�m s�o do Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica, do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica.
Foram 278.839 ocorr�ncias de homic�dio doloso, latroc�nio, les�o corporal seguida de morte e mortes decorrentes de interven��o policial no Brasil, de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, frente a 256.124 mortes violentas na S�ria, entre mar�o de 2011 a dezembro de 2015, de acordo com o Observat�rio de Direitos Humanos da S�ria.


Apenas em 2015, foram mortos violentamente e intencionalmente 58.383 brasileiros, resultado que representa uma pessoa assassinada no pa�s a cada nove minutos, ou cerca de 160 mortos por dia. Foram 28,6 pessoas v�timas a cada grupo de 100 mil brasileiros. No entanto, em compara��o a 2014 (59.086), o n�mero de mortes violentas sofreu redu��o de 1,2%.


Das 58.383 mortes violentas no Brasil em 2015, 52.570 foram causadas por homic�dios (queda de 1,7% em rela��o a 2014); 2.307 por latroc�nios (aumento de 7,8%); 761 por les�o corporal seguida de morte (diminui��o de 20,2%) e 3.345 por interven��o policial (eleva��o de 6,3%).


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