Saiba mais sobre o aumento do valor das multas de tr�nsito, em vigor a partir de hoje

Motoristas que cometerem infra��es de tr�nsito ter�o de pagar uma conta ainda mais amarga a partir de hoje, quando come�a a valer a Lei 13.281/2016, sancionada em maio pela ent�o presidente Dilma Rousseff, que prev� aumento geral no valor para todos os tipos de multas (leves, m�dias, graves e grav�ssimas).

As penalidades por infra��es leves passam de R$ 53,20 para R$ 88,38. J� as m�dias partem dos atuais R$ 85,13 para R$ 130,16. O custo das condutas consideradas graves muda de R$ 127,69 para R$ 195,13, e o das grav�ssimas, de R$ 191,54 para R$ 293,47. As pontua��es na carteira n�o mudam. Na capital mineira, o primeiro lugar do ranking nos seis primeiros meses do ano ficou com o excesso de velocidade, at� 20% acima do limite.

A maior diferen�a no valor das infra��es ser� com rela��o ao uso do celular ao volante. A cada hora, quatro motoristas s�o flagrados pelas autoridades de tr�nsito em Belo Horizonte desrespeitando a lei. O valor da penalidade, neste caso, vai mais do que triplicar, saltando dos atuais R$ 85,13 para R$ 293,47.

Das infra��es previstas no C�digo de Tr�nsito Brasileiro (CTB), cinco eram punidas com san��o de R$ 1.915,40, o teto estipulado pela legisla��o, considerando a multa-base para uma infra��o grav�ssima multiplicada por 10 devido ao n�vel de risco da infra��o. A partir de hoje, essas condutas – dirigir sob efeito de �lcool, disputar pega, promover competi��es nas vias sem autoriza��o, usar o ve�culo para demonstrar manobras ou arrancadas bruscas e for�ar passagem entre ve�culos que transitam em sentidos opostos – passar�o a custar aos infratores R$ 2.934,70.

Para o mestre em transportes e consultor t�cnico da empresa de consultoria Locale Tr�nsito e Transporte Paulo Monteiro, o �rg�o mais sens�vel do corpo humano � o “bolso”, mas somente aumentar o valor da multa n�o resolve. “Se o condutor tiver a convic��o de que n�o vai ser multado, ele vai continuar cometendo a infra��o. Pouca influ�ncia ter� o valor da multa, uma vez que ele n�o se sentir� motivado a respeitar as regras de tr�nsito”, avalia. A educa��o para o tr�nsito, juntamente com a fiscaliza��o, segundo ele, possibilitar� o entendimento da real import�ncia do respeito �s regras de conviv�ncia no espa�o vi�rio.

Para o consultor em transporte e tr�nsito Osias Baptista Neto, n�o h� como mensurar se o reajuste das infra��es vai ajudar ou n�o na melhoria da seguran�a do tr�nsito. Para ele, a medida transmite um sentimento de que isso vai ser resolvido, mas � preciso uma nova cultura respons�vel. “O motorista vai olhar que as multas est�o mais caras e vai pensar em tomar mais cuidado, pois vai pesar mais no bolso. Infelizmente, ele deveria pensar em tomar mais cuidado por colocar a sua vida e a de outras pessoas em risco”, diz o especialista. “A pessoa n�o corre porque tem radar. N�o � porque correr � perigoso e pode causar a morte. Ent�o, as pessoas est�o andando devagar em determinados lugares, como na Avenida Ant�nio Carlos, � porque est� cheio de radar. N�o � porque qualquer acidente que ele tenha na Ant�nio Carlos a 80km/h, como atropelar uma pessoa, essa pessoa certamente vai morrer”, interpreta.

Mas ele acredita que a mudan�a provocar� um impacto positivo. “� claro que as pessoas v�o come�ar a pensar em tomar mais cuidado”, refor�a Neto. Segundo o especialista, h� quase duas d�cadas o C�digo de Tr�nsito definia o valor das multas em Unidades Fiscais (Ufir). Quando em 2000 o Ufir foi extinta por causa do Plano Real, quase todas as infra��es tiveram o mesmo valor mantido at� 2016. Agora, segundo ele, al�m do reajuste do valor, algumas tiveram a severidade aumentada, passando de m�dia para leve e de leve para grave, algumas com a taxa��o cinco ou dez vezes maior.

Embriagado atropela quatro

Um motorista de 32 anos foi detido ap�s atropelar quatro pedestres que participavam de uma festa, na noite de domingo, no Bairro Cruzeiro, em Nova Lima, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Pol�cia Militar (PM), o homem estava embriagado. Duas passageiras do carro tamb�m se feriram. O acidente ocorreu por volta das 20h na Rua Doutor Eduardo Aimor� Jones, onde era realizado um pagode. Conforme a PM, o motorista assumiu que havia bebido em uma festa de fam�lia. Ele alegou ter perdido o controle da dire��o sem o funcionamento do freio. O ve�culo atingiu um poste e, em seguida, as v�timas – dois homens e duas mulheres, atendidos num hospital local. O condutor foi retirado do local por uma pessoa n�o identificada, depois de ser agredido por populares.  Mais tarde, se apresentou � PM. Teste do baf�metro apontou 0,46 miligramas de �lcool por litro de ar expelido. Ele foi autuado e teve a CNH recolhida. Sem dinheiro para pagar a fian�a de R$ 4 mil, foi levado para o Pres�dio de Nova Lima.

Mais seis radares nas estaduais

As estradas mineiras continuam a adotar radares controladores de velocidade. Mais seis passam a funcionar hoje. Um deles est� na MG–10, entre o posto da Pol�cia Militar (PM) e o entroncamento com a rodovia MG-424, em Vespasiano, na Regi�o Metropolitana de BH. H� 40 radares fixos nas rodovias estaduais e previs�o de instala��o ou religamento de 393 equipamentos at� dezembro. Na MG-010, a velocidade m�xima permitida � de 100 km/h para ve�culos leves e 80km/h para os de carga. Os outros cinco radares foram fixados na MG-447, em Ub�, na Regi�o da Zona da Mata, tr�s na MG-158, em Passa Quatro, Sul de Minas. O �ltimo vai operar na mesma rodovia, na altura de Itanhandu. A velocidade permitida para os ve�culos nestes trechos � de 40km/h. Dos que iniciam a fiscaliza��o hoje, 13 s�o do tipo controlador eletr�nico de velocidade e oito s�o redutores eletr�nicos de velocidade. Eles fazem parte dos 240 que estavam parados havia dois anos.