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Estado de Minas

�reas de BH com hist�rico de acidentes e interdi��es n�o saem do radar da Defesa Civil

Ruas de Belo Horizonte monitoradas pela Defesa Civil por instabilidade ou problemas ocorridos durante as chuvas em anos anteriores voltam a preocupar moradores e vizinhos. Ao menos 10 vias s�o acompanhadas de perto por t�cnicos


postado em 16/11/2016 06:00 / atualizado em 16/11/2016 07:42

Rua Sustenido, na Serra, é a área de maior risco geológico da cidade, segundo a Defesa Civil: maior parte da ocupação ocorreu em 2013(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Rua Sustenido, na Serra, � a �rea de maior risco geol�gico da cidade, segundo a Defesa Civil: maior parte da ocupa��o ocorreu em 2013 (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Ano ap�s ano, endere�os com hist�rico de problemas relacionados a temporais n�o saem do radar da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) e, no in�cio do per�odo chuvoso, voltam a preocupar moradores e vizinhos. S�o �reas que, no passado, foram alvo de acidentes e longas interdi��es e que at� hoje continuam sendo monitoradas por t�cnicos da Comdec porque ainda apresentam risco ou para preven��o de desastres. A lista inclui vias como a Rua Genoveva de Souza, no Bairro Sagrada Fam�lia, na Regi�o Leste, onde um abatimento no asfalto por comprometimento no talude deixa a rua fechada h� um ano, como mostrou o Estado de Minas na edi��o do �ltimo dia 11. Pelo mesmo per�odo, a Rua Ant�nio Gentil, no Bairro Conc�rdia (Nordeste), � alvo da Defesa Civil por causa de um enorme buraco na via. Na Regi�o Centro-Sul, h� pelo menos seis endere�os monitorados: Rua Planetoides, Saturno e Eclipse, no Santa L�cia; Cabo Verde, no Cruzeiro; Patag�nia, no Sion, e a via em pior situa��o, A Rua Sustenido, no Aglomerado da Serra. A situa��o da Rua Maria Carmem Valadares, no Novo S�o Lucas, tamb�m � acompanhada de perto.


A Rua Sustenido � apontada pela Defesa Civil como a atual �rea de maior risco geol�gico na cidade, com possibilidade de deslizamento de encosta, soterramento de moradias e mortes. Embora mais recente, a ocupa��o Vila Chaves, no Conjunto Calif�rnia II, na Regi�o Noroeste, se soma aos pontos de aten��o. Enquanto em parte dos locais sob monitoramento a situa��o se mant�m est�vel, h� outros em que, segundo a Defesa Civil, o problema se agrava. Segundo o coordenador do �rg�o, coronel Alexandre Lucas, isso ocorre porque, no caso de �reas particulares, o propriet�rio n�o toma provid�ncias para reparo ou h� impasses na Justi�a que travam a realiza��o de obras. Ele cita o caso do n�mero 270 da Rua Ant�nio Gentil, onde h� mais de um ano uma interven��o precisa ser feita para recupera��o do local, mas a rede de drenagem que precisa de conserto passa embaixo de duas resid�ncias e o caso virou um problema judicial. H� situa��es ainda em que constru��es mal executadas ou falta de manuten��o de estruturas desestabilizam as encostas.

No caso da Rua Genoveva de Souza, o maior problema est� na altura do n�mero 1.072 da via, entre as ruas Eloi Mendes e Jacques Luciano, onde o asfalto afundou por desestabiliza��o do talude. Mas ontem a rua exigiu aten��o da Defesa Civil em outro ponto, pr�ximo � Avenida Silviano Brand�o. Ali, o muro de uma resid�ncia caiu. N�o houve v�timas, embora o susto tenha sido grande. No caso da encosta, a Sudecap informou que ainda est�o sendo feitos estudos para avalia��o da origem do problema, mas admite que, no passado, a compacta��o do aterro pode n�o ter sido suficiente, proporcionando com o passar do tempo eros�o e abatimento do piso. O projeto da obra est� pronto e prev� tratamento do talude, ao custo de R$ 1,7 milh�o, mas faltam recursos para execut�-la.

A Rua Cabo Verde, no Bairro Cruzeiro, tamb�m � foco da Defesa Civil. H� tr�s anos, um muro de arrimo desabou levando um peda�o do asfalto e uma cratera se abriu no cruzamento com a Rua Muzambinho. Ontem, uma equipe da Defesa Civil precisou voltar ao local. O problema desta vez foi na esquina com a Rua Bambu�, onde um pequeno buraco surgiu no pavimento. De acordo com a Defesa Civil, o problema � pontual e n�o tem rela��o com o ocorrido em 2013. A Defesa Civil tamb�m vistoriou um barranco que cedeu parcialmente em um lote na Rua Alberto Bressane, 346, no Bairro Novo S�o Lucas. O problema n�o causou danos �s resid�ncias vizinhas.

MEDO CONSTANTE Apontada pela Defesa Civil como a �rea mais cr�tica para risco geol�gico em Belo Horizonte, a Rua Sustenido preocupa quem vive l�. Nesse ponto do Aglomerado da Serra, mais de 100 fam�lias se desesperam quando come�a a chover, n�o s� pelo lama�al em que se transformam ruas e becos como pelo temor de ver um barranco desabando sobre as fr�geis moradias, umas de alvenaria, sem reboco, outras de madeira. “Tenho medo de que tudo isso aqui se transforme numa nova Mariana”, alerta a dona de casa Simone Pereira Rocha, de apenas 29 anos e m�e de seis filhos, numa refer�ncia ao subdistrito de Bento Rodrigues, destru�do pelo rompimento da Barragem do Fund�o, em 5 de novembro de 2015. Protegendo tamb�m os filhos P�mela, de 11, e Bernardo, de 1, com a sombrinha, Simone olha para o morro bem atr�s da sua casa e teme. “Fico apavorada s� de pensar num deslizamento. Fizeram uma escada para descer a �gua l� do alto, mas n�o adianta muito”, aponta a dona de casa.

"Tenho medo de que tudo isso aqui se transforme numa nova Mariana", Simone Pereira Rocha, de 29 anos, mora com P�mela e outros cinco filhos na Rua Sustenido (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
A situa��o nesse peda�o do aglomerado, ocupado na maioria em 2013, � de dar arrepios: h� barracos escorados com vigas finas, constru�dos na beira do abismo; casebres com paredes finas, embora fechados com cadeado; terra solta nas encostas, num cen�rio de quase deslizamento, num contraste com placas de “vende-se uma �rea” e muita �gua, tipo cachoeira, vindo morro abaixo. No caminho para o Cafezal, Ironi Vitor de Abr�o, de 64, natural de Aimor�s, no Leste do estado, e residente na regi�o h� 30 anos, se assusta cada vez mais com o que v�. “Todos n�s vivemos numa �rea de risco”, afirma Ironi.

Vila � novo foco de preocupa��o


O Minist�rio P�blico e a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil acompanham a situa��o de 150 fam�lias que vivem na Vila Chaves, �rea de ocupa��o no Bairro Calif�rnia II, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. O lugar � tamb�m um dos pontos cr�ticos para a ocorr�ncia de deslizamento de encostas e desabamento de moradias por apresentar risco construtivo. Segundo a Defesa Civil, o monitoramento tem sido constante no local e a popula��o j� foi informada a sair da �rea, mas resiste em sair. O �rg�o criou um grupo de mensagem para os moradores se comunicarem diretamente com a Defesa Civil em caso de algum alerta. Um pedido foi feito pela Comdec para que as fam�lias que est�o l� atualmente n�o deixem novos moradores se instalarem, o que aumentaria ainda mais o risco.


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