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Estado de Minas

'A chuva ajudou, mas a neglig�ncia foi maior', diz irm�o de v�tima atingida por muro em BH

No desabamento, uma mulher morreu atingida pelos escombros. Defesa Civil j� tinha notificado s�ndica de edif�cio vizinho para providenciar reparos na estrutura


postado em 16/11/2016 10:28 / atualizado em 16/11/2016 21:26

Irmão da vítima reclamou da demora para prédio realizar obra em muro(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Irm�o da v�tima reclamou da demora para pr�dio realizar obra em muro (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)

A neglig�ncia � uma das causas apontadas por parentes da moradora da casa que foi atingida por um muro na manh� desta quarta-feira no Bairro Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Os escombros atingiram o quarto do im�vel, localizado na Rua Abre Campo, 132, onde a mulher dormia. Ela acabou soterrada e morreu. A s�ndica do pr�dio vizinho j� tinha sido notificada pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) para resolver os problemas de trincas na estrutura. Por�m, as medidas tomadas n�o foram suficientes para a conten��o.

“A Defesa Civil os notificou duas vezes. Depois de dois meses que come�aram a arrumar a caixa de esgoto. Foi uma obra malfeita, porque desde que o pr�dio foi constru�do, o muro come�ou a ceder. Sempre falamos que tinha que ser colocada uma conten��o, para n�o acontecer o pior”, desabafou Euclides Macedo, irm�o da v�tima. “A chuva ajudou, mas a neglig�ncia foi maior”, completou.

O desabamento ocorreu entre a madrugada e a manh� desta quarta-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o muro desabou e atingiu o quarto do barrac�o onde dormia �ngela de F�tima Fernandes, de 63 anos. Os pais da v�tima moram na casa da frente. A mulher ficou presa aos escombros e morreu no local.

Por volta das 8h, um m�dico do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu), que foi chamado para prestar os primeiros socorros, confirmou a morte. Al�m de tr�s viaturas dos bombeiros e da equipe do Samu, a Defesa Civil tamb�m foi chamada.

Segundo Euclides, ele foi avisado pela esposa sobre o acidente. “Ela me ligou dizendo que meu pai tinha ligado informando que tinha ca�do o muro em cima do barrac�o. Eu vim de imediato, por volta das 7h10. A porta n�o estava abrindo, mas consegui arrombar e, como vi muito entulho em cima dela, j� tinha visto que n�s a t�nhamos perdido”, conta.

Para o irm�o de �ngela, a mulher dormia no momento do desabamento. “O fato deve ter acontecido por volta das 2h. Meu pai falou que n�o ouviu nenhum barulho. Deve ser por causa da chuva. Quando acordou, �s 6h, viu o que ocorreu”, afirmou Euclides.

Ver galeria . 5 Fotos Muro de prédio desabou sobre a casa. Síndica já tinha sido notificada duas vezes Jair Amaral/EM/D.A.Press
Muro de pr�dio desabou sobre a casa. S�ndica j� tinha sido notificada duas vezes (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press )
T�cnicos da Comdec estiveram no im�vel na manh� desta quarta-feira para fazer uma vistoria. O agente Nilson Luiz da Silva, vistoriador do �rg�o, descartou que o desabamento tenha rela��o com a chuva. “N�o foi a chuva que fez o muro cair. � imposs�vel correlacionar os fatos por estar na divisa (entre a casa e o pr�dio), saber se as infiltra��es geraram algum dano na estrutura a ponto de faz�-la desabar. N�o se sabe h� quanto tempo isso vazou e foi para o terreno, e o tipo de dano que gerou. Pode, sim, ter contribu�do para alguma coisa. Mas de forma geral, d� para ver que � uma estrutura antiga, que � pass�vel de desabar em fun��o dos danos que j� apresentava”, disse. Segundo Nilson, moradores de pr�dios vizinhos j� tinham informado que o muro apresentava um desalinhamento.

Ângela de Fátima Fernandes cuidava dos pais e estava em um barracão nos fundos da casa(foto: Arquivo pessoal)
�ngela de F�tima Fernandes cuidava dos pais e estava em um barrac�o nos fundos da casa (foto: Arquivo pessoal)
Notifica��o da Defesa Civil

A fam�lia da v�tima reclama da neglig�ncia de moradores de um pr�dio vizinho que j� tinham sido notificados pela Defesa Civil. “Tinha uma infiltra��o no muro. Chamamos a Defesa Civil duas vezes e a s�ndica e falamos do problema. Ela disse que era problema com a caixa de gordura e que ia fazer o or�amento. Ficou enrolando por aproximadamente dois meses”, disse Euclides.

As reclama��es dos moradores foram confirmadas pela Comdec. Por meio de nota, o �rg�o afirmou que os moradores do pr�dio vizinho j� tinham sido notificados anteriormente por causa dos problemas no muro. Segundo o �rg�o, em vistoria realizada ao im�vel em 17 de agosto foram constatadas infiltra��es, seguidas de escorrimentos de lama e com odor semelhante a esgotamento sanit�rio, dadas as suas caracter�sticas (colora��o) e odor peculiar.

“Este local faz divisa com o im�vel situado em mesmo logradouro cujo o numeral � 122 (Cond. Ed. Ip� Amarelo). Vistoriada a divisa pelo lado do condom�nio, p�de ser notado que o piso de garagem deste � superior ao local dos escorrimentos. Neste n�o foram percebidas avarias, entretanto foram vistas caixas de capta��o hidrossanit�rias pr�ximo � divisa entre os im�veis”, afirmou a Defesa Civil.

Os t�cnicos constataram que os problemas identificados causavam riscos de seguran�a da estrutura. Al�m disso, mostraram serem necess�rias interven��es para identificar o vazamento e mitig�-lo. Caso n�o fossem adotadas medidas por parte dos moradores, as avarias poderiam se agravar. O Condom�nio Edif�cio Ip� Amarelo foi notificado para contratar profissional habilitado particular para a avalia��o e para tomar as medidas para mitigar os riscos.

Outra vistoria foi feita no im�vel em 8 de setembro deste ano. Foi detectado o risco de queda do muro de arrimo com extens�o de aproximadamente 10 metros por 2,50 metros de altura. A estrutura estava com avarias e trincas, que aparentavam ser antigas. Os moradores que solicitaram a visita afirmaram que a conten��o era antiga.

Os t�cnicos observaram que era necess�ria interven��o t�cnica no local para evitar a queda. Novamente, a s�ndica e o edif�cio foram notificados para que medidas fossem tomadas no local.

A s�ndica do pr�dio, que n�o quis dar entrevista, atendeu a reportagem por meio do interfone e apenas afirmou que as obras solicitadas pela Defesa Civil foram realizadas.

 

(RG)


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