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Estado de Minas

Chuva alivia abastecimento, mas represas ainda precisam de tempo para recupera��o total

Ap�s amea�a de colapso entre 2014 e 2015, sistema de capta��o de �gua da regi�o metropolitana se beneficia de obra no Rio Paraopeba e da chegada de padr�o mais constante de precipita��es. Volume dos reservat�rios sobe, mas a normaliza��o ainda est� distante


postado em 21/11/2016 06:00 / atualizado em 21/11/2016 07:27

Reservatório do Rio Manso é a maior represa do Sistema Paraopeba e está com 72% de sua capacidade(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Reservat�rio do Rio Manso � a maior represa do Sistema Paraopeba e est� com 72% de sua capacidade (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Se por um lado a chuva causa transtornos e eleva o n�vel de aten��o dos �rg�os p�blicos e a possibilidade de queda de �rvores, deslizamentos de encostas, alagamentos e outros problemas que podem colocar vidas em risco, por outro representa al�vio para o sistema de abastecimento da Grande Belo Horizonte, que se recupera de crise iniciada em 2014.

Precipita��es mais frequentes, como ocorreram nas �ltimas semanas, come�am a garantir a recarga dos aqu�feros e, consequentemente, favorecem o aumento do armazenamento de �gua nos reservat�rios, contribuindo para a recupera��o mais r�pida das represas, que estiveram perto do colapso em 2015.

Nos primeiros quatro dias da �ltima semana, por exemplo, o aumento de volume nas tr�s represas que abastecem a Regi�o Metropolitana de BH chegou a 1 ponto percentual, bem mais do que as varia��es verificadas ao longo do ano. Por�m, nos �ltimos dias o n�vel j� se estabilizou e a normaliza��o completa ainda leva tempo: a Copasa estima que o reservat�rio do Rio Manso, o maior dos tr�s que abastecem a Grande BH, s� esteja totalmente recuperado entre o ano que vem e 2018. J� as outras duas represas – Vargem da Flores e Serra Azul – podem demandar ainda mais tempo para recomposi��o.

Isso por que, al�m das chuvas, no caso do Rio Manso a concession�ria conta com a ajuda da capta��o de at� 5 mil litros de �gua por segundo no Rio Paraopeba, iniciada em dezembro de 2015, que permite poupar �gua acumulada no reservat�rio, favorecendo sua recupera��o.

Como o sistema � interligado, indiretamente poupa-se tamb�m as represas de Serra Azul e Vargem das Flores, que integram o Sistema Paraopeba, mas essas dependem exclusivamente do volume de precipita��o para recuperar seu volume. E, apesar das chuvas mais recentes, o acumulado no ano ainda � 10% menor do que o de 2015, segundo a Copasa, que cita dados do Instituto Nacional de Meteorologia.

Mas a situa��o j� melhorou muito em rela��o ao quadro cr�tico de anos atr�s. No caso da represa do Rio Manso, por exemplo, o n�vel de �gua armazenada estava na casa dos 30% em dezembro de 2015. Ontem, o �ndice era de 72%. O normal ao longo de 2016 foi a varia��o de 0,1 ou 0,2 ponto percentual de um dia para o outro – para baixo durante a seca e para cima nos meses de chuva moderada. Entre 14 e 15 de novembro, essa varia��o chegou a 0,5 ponto percentual para cima, saindo de 71,1% para 71,6%.

Mesmo movimento aconteceu na Vargem das Flores, que passou de 33% de armazenamento em 15 de novembro para 33,5% no dia seguinte. Esse resultado teve reflexos no conjunto dos reservat�rios: de 15 para 16 de novembro, o volume do Sistema Paraopeba subiu 0,4 ponto, passando de 52,1% para 52,5%.

Em 21 de dezembro do ano passado, quando a presidente da Copasa, Sinara Meireles, anunciou a capta��o emergencial no Rio Paraopeba, a estiagem revelava no Rio Manso uma r�gua de seis metros de altura completamente descoberta, usada para aferir o n�vel da �gua na represa. Naquele momento, o armazenamento no local parou em 29,8%.

Recarga dos len��is

O m�s de janeiro deste ano j� contribuiu para a recupera��o dos reservat�rios, pois a chuva durante aquele m�s superou a m�dia hist�rica em todas as quatro capta��es da regi�o metropolitana. Agora, a frequ�ncia das precipita��es verificada em novembro indica a chegada do novo per�odo chuvoso e tem possibilitado infiltra��o de �gua no solo.

“A chuva frequente e constante permite a infiltra��o e, consequentemente, a recarga dos aqu�feros profundos. A partir da�, � natural o processo de acumula��o nos reservat�rios”, afirma o professor da PUC/Minas Jos� Magno Senra Fernandes, doutor em recursos h�dricos.

Ele acrescenta que existem estudos demonstrando que os ciclos hidrol�gicos em Minas Gerais variam entre per�odos mais secos e mais �midos, em um intervalo de 10 anos. Portanto, depois de uma estiagem que se acentuou nos �ltimos quatro anos, � poss�vel at� que neste ano a chuva supere a m�dia hist�rica em todo o estado, que gira em torno de 1,5 mil mil�metros anuais.

Nas capta��es da Grande BH, j� � poss�vel perceber esse movimento de aproxima��o da chuva de 2016 com as m�dias hist�ricas, apesar de ainda n�o ter havido a supera��o da marca em nenhuma das tr�s represas, tampouco no Rio das Velhas, onde � feita a segunda grande capta��o para Belo Horizonte. De qualquer forma, o m�s de dezembro, apontado pela hist�ria como o per�odo em que mais chove em um ano nas quatro capta��es, ainda n�o chegou e pode elevar todos os �ndices.

No caso da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o funcionamento da capta��o emergencial h� quase um ano permite que a Copasa use, especialmente no per�odo chuvoso, mais �gua diretamente do Rio Paraopeba, em Brumadinho, poupando as tr�s represas do sistema. Nesse caso, a empresa consegue acelerar o processo somando a chuva com o uso moderado dos reservat�rios, o que n�o seria poss�vel sem a obra.

PESQUISAS O professor Jos� Magno destaca ainda que o per�odo atual favor�vel do ponto de vista da seguran�a h�drica � importante para que a Copasa estude outras capta��es que permitam a cria��o de novos reservat�rios para atender a Grande BH. Segundo ele, existem op��es de melhor qualidade do que a capta��o emergencial do Rio Paraopeba.

“Na regi�o mais alta de Caet�, por exemplo, existem mananciais de �tima qualidade que fazem parte das nascentes da Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce. S�o vaz�es que n�o necessariamente t�m grande porte, mas que poderiam viabilizar reservat�rios de maior qualidade”, completa o especialista.

Em nota, a Copasa informou que vem buscando alternativas para garantir, a longo prazo, o abastecimento especialmente da parcela da popula��o da regi�o metropolitana atualmente atendida pelas �guas do Rio das Velhas. Nesse caso, a capta��o ocorre diretamente no leito, e a falta de reservat�rio torna o servi�o mais sens�vel �s varia��es de n�vel do leito.


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