Minas tem 80 cidades em alerta e risco para dengue, zika e chikungunya

Sinal vermelho contra o Aedes aegypti em Minas Gerais. O estado tem 80 munic�pios em situa��o de alerta ou de risco de surto de dengue, chikungunya e zika, maior n�mero da Regi�o Sudeste, perdendo apenas para cidades do Nordeste e Norte do pa�s. Em todo o Brasil, s�o 855 munic�pios nessa situa��o – 37,4% do total de pesquisados. Os dados fazem parte do Levantamento R�pido de �ndices para Aedes aegypti (Liraa) de 2016, divulgados ontem pelo Minist�rio da Sa�de, que mostram ainda o avan�o da febre chikungunya em todo o pa�s.

O ministro Ricardo Barros disse que, para 2016, � esperada uma estabilidade nos casos de dengue e zika, ao contr�rio da febre chikungunya. “Como ela � uma doen�a nova, e muitas pessoas ainda est�o suscet�veis, pode ocorrer aumento de casos ainda este ano. Por�m, para o pr�ximo tamb�m esperamos estabiliza��o dos casos de chikungunya”, afirmou.

No pa�s, foram registrados 251.051 casos suspeitos de febre chikungunya, sendo 134.910 confirmados. Houve uma explos�o de 850% de aumento em rela��o ao ano passado – 26.763 casos suspeitos e 8.528 confirmados. Ao todo, s�o 138 �bitos registrados pela doen�a nos estados de Pernambuco (54), Para�ba (31), Rio Grande do Norte (19), Cear� (14), Bahia (5), Rio de Janeiro (5), Maranh�o (5), Alagoas (2), Piau� (1), Amap� (1) e Distrito Federal (1).

O minist�rio explica que, do ponto de vista epidemiol�gico, o aumento de casos era previsto, uma vez que a chikungunya � uma doen�a recente (identificada pela primeira vez no Brasil em 2014) e, por isso, a popula��o est� mais suscet�vel. A pasta trabalha com a possibilidade de que ocorra um aumento no n�mero de casos nos pr�ximos meses em alguns estados n�o afetados pela doen�a, devido � suscetibilidade da popula��o ainda n�o exposta ao v�rus e �s condi��es clim�ticas favor�veis, como o calor e as chuvas, condi��es ideais para a prolifera��o do Aedes aegypti.

Em Minas Gerais, o �ltimo balan�o da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) mostra que foram registrados este ano 476 casos prov�veis da doen�a (confirmados mais suspeitos). Em 2015, foram 401. A Secretaria de Estado de Sa�de (SES) informou que n�o h� um fator que explique o motivo pelo qual a febre chikungunya afetou menos pessoas em Minas, uma vez que a campanha de combate � feita contra o Aedes, logo, incidindo tamb�m sobre dengue e zika. Das 80 cidades em situa��o de alerta ou risco para doen�as associadas ao mosquito, seis preocupam mais: Mutum e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; Bambu� e Bom Despacho, no Centro-Oeste; Novo Cruzeiro, no Vale do Mucuri; e Aimor�s, no Leste de Minas.

MAIOR PROBLEMA Diretor Sociedade Mineira de Infectologia, o m�dico Carlos Starling acredita que a chikungunya deve ser o grande problema do ano que vem. “A mistura de casos numa regi�o e Liraa alto tornam iminente a possibilidade de a doen�a aparecer mais”, diz. “Minas tem menos registros que no restante do pa�s porque a doen�a ainda est� chegando, � o tempo de instala��o dela. A dengue tamb�m chegou de forma lenta e, no in�cio dos anos 1980, alertamos sobre a epidemia e que est�vamos diante de uma perspectiva muito ruim, como agora”, acrescenta.

O infectologista destaca que uma das caracter�sticas da febre chikungunya � gerar dores aticulares cr�nicas em 15% a 20% dos pacientes Segundo ele, um percentual alto de doentes tem sequelas permanentes. Por isso, para o m�dico, a doen�a � terr�vel do ponto de vista n�o s� de sa�de p�blica, mas tamb�m financeiro. Ele estima em US$ 70 bilh�es o preju�zo com dengue, zika e chikungunya. “O n�mero de afastamentos de trabalho deve aumentar, gerando um custo social imenso. E o estado n�o tem como investir em preven��o adequada, o que s� vai piorar a situa��o.”

Das 22 capitais com informa��es do Liraa citadas pelo Minist�rio da Sa�de, apenas Cuiab� (MT) est� em situa��o de alto risco. Belo Horizonte, assim como outras 11, tem situa��o satisfat�ria. No Sudeste, a maior fonte de criadouro � o dep�sito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas, garrafas, piscinas e calhas.

Dor nas articula��es � principal sintoma

Causada pelo v�rus CHIKV, a febre chikungunya se parece com a dengue. Na fase aguda, o principal sintoma � febre alta, que aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabe�a, mialgia (dor muscular), exantema (erup��o na pele), conjuntivite e dor nas articula��es (poliartrite). Esse � o sintoma mais caracter�stico da enfermidade: dor forte nas articula��es, t�o forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

Veja a rela��o das 80 cidades mineiras em situa��o de alerta e risco para dengue, zika e chikungunya

Mutum 10,2

Governador Valadares 7,9

Bambu� 5,1

Novo Cruzeiro 4,6

Bom Despacho 4,5

Aimor�s 4,3

Paracatu 4,2

Dores do Indai� 3,8

Piumhi 3,8

Ub� 3,8

Arcos 3,5

Francisco S� 3,5

Juatuba 3,3

Ja�ba 3,1

Oliveira 3,1

Nanuque 3

Bocai�va 2,8

Lagoa da Prata 2,8

Esmeraldas 2,7

Formiga 2,6

Muria� 2,6

Santana do Para�so 2,6

Tim�teo 2,5

Par� de Minas 2,4

Sete Lagoas 2,4

Frutal 2,3

Igarap� 2,3

Pitangui 2,3

V�rzea da Palma 2,3

Visconde do Rio Branco 2,3

Leopoldina 2,2

Santo Ant�nio do Monte 2,2

S�o Gotardo 2,2

Ara�ua� 2,1

Curvelo 2,1

Uberl�ndia 2,1

Vespasiano 2,1

Campo Belo 2

Nova Serrana 2

S�o Sebasti�o do Para�so 2

Tr�s Marias 2

Itabira 1,9

Montes Claros 1,9

Pomp�u 1,9

Ituiutaba 1,8

Matozinhos 1,8

Pirapora 1,8

Al�m Para�ba 1,6

Araguari 1,6

Divin�polis 1,6

Juiz de Fora 1,6

Uberaba 1,6

Jo�o Monlevade 1,5

Ipatinga 1,4

Manhua�u 1,4

Mantena 1,4

Salinas 1,4

S�o Domingos do Prata 1,4

Almenara 1,3

Cl�udio 1,3

Itabirito 1,3

Ponte Nova 1,3

S�o Jo�o da Ponte 1,3

Te�filo Otoni 1,3

Una� 1,3

Nova Lima 1,2

Sabar� 1,2

Caratinga 1,1

Cataguases 1,1

Monte Carmelo 1,1

Ribeir�o das Neves 1,1

S�o Jo�o del Rei 1,1

Varginha 1,1

Espinosa 1

Ita�na 1

Passos 1

Patroc�nio 1

Pedro Leopoldo 1

Taiobeiras 1

Vazante 1