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Estado de Minas

Sinos da Igreja de Nossa Senhora do Carmo v�o quebrar o sil�ncio ap�s 40 anos

Sistema de engrenagem da igreja, em BH, entra na reta final de restaura��o


postado em 26/11/2016 06:00 / atualizado em 26/11/2016 07:33

Torre do campanário da Igreja de Nossa Senhora do Carmo: realização de bazar ajudou a levantar fundos para reformar sistema de engrenagem(foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press)
Torre do campan�rio da Igreja de Nossa Senhora do Carmo: realiza��o de bazar ajudou a levantar fundos para reformar sistema de engrenagem (foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press)
Os sons do Natal, e muitos outros, v�o voltar ao carrilh�o da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, entre os bairros Carmo e Sion, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, depois de 40 anos em completo sil�ncio. Composto por 36 sinos, de tamanhos diversos e pr�prios para tocar pe�as musicais, o sistema de engrenagem eletromec�nica inaugurado em 1958 est� em restaura��o numa oficina da capital e ganhar� dispositivo eletr�nico para acion�-lo e se adaptar aos novos tempos. “Na �poca, os sinos foram doados por fam�lias e autoridades, entre elas o ent�o presidente da Rep�blica Juscelino Kubitschek”, diz o p�roco da igreja, o frei carmelita Miguel Guzzo Coutinho, no alto da torre localizada ao fim de 148 degraus e mais duas pequenas escadas de ferro.


A mudez por tantas d�cadas do carrilh�o, considerado um dos tr�s maiores de igrejas do Brasil, ao lado das catedrais de Bras�lia (DF) e S�o Paulo (SP), se deveu � falta de recursos. “Somente depois da realiza��o de um bazar, com pe�as doadas, � que conseguimos o valor de R$ 80 mil para pagar o conserto”, conta frei Miguel, � frente da tradicional par�quia desde julho de 2014. O sonho de ouvir o carrilh�o enfim est� pr�ximo, embora a data em dezembro n�o tenha sido marcada, depois de n�o se concretizar, em 2013, nas comemora��es de 50 anos da igreja pertencente � Ordem do Carmo.

O p�roco conta que cada um dos sinos toca uma nota musical e ser� adaptada uma pianola ao sistema, para variar o repert�rio sacro. Al�m de marcar as festividades natalinas, explica o religioso, ele ser� importante em 2017, ano de grandes celebra��es marianas, como os 300 anos de surgimento da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas �guas do Rio Para�ba do Sul, em S�o Paulo, o centen�rio de aparecimento de Nossa Senhora de F�tima, em Portugal, a tr�s crian�as, e os 250 anos de peregrina��o ao Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, em Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

EM LATIM A caminhada at� a torre do campan�rio � longa para quem n�o est� acostumado com a arquitetura das igrejas, mas vale a pena. L� do alto, depois de passar por dois al�ap�es, � poss�vel ver parte da Serra do Curral, a movimentada Avenida Nossa Senhora do Carmo com seus edif�cios e a cobertura da igreja inaugurada em 1963, fruto do trabalho do holand�s frei Inoc�ncio Gerritsjans, respons�vel pela constru��o e instala��o do campan�rio. A cerim�nia do sinos, na �poca, foi presidida pelo ent�o bispo coadjutor da Arquidiocese de BH, dom Jo�o de Resende Costa.

O interessante notar as inscri��es em latim, com tradu��o em portugu�s, gravadas no bronze dos sinos, obra do fabricante holand�s Van Bergen, da cidade de Heiligerlee, que veio a BH para acompanhar a instala��o do carrilh�o, em 6 de abril de 1958, um “domingo de p�scoa, �s 3h da tarde“, conforme os registros. Na torre, pode-se ler: Hei de cantar eternamente a gl�ria de Jesus Cristo, Salvador do mundo, filho de Deus. Daqui cantarei sempre, em honra e louvor da Sant�ssima Virgem do Monte Carmelo.

A cada pe�a, h� tamb�m men��o aos doadores, a exemplo do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), Jos� Maria Alkimin (1901-1974), que era ministro da Fazenda, e o prefeito de BH, Celso Mello Azevedo (1915-2004). As inscri��es s�o singelas, como se o carrilh�o agradecesse ao benem�rito. No caso de JK, est� impresso: “Foi o dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, excelent�ssimo Presidente da Rep�blica, que (sic) me doou a este santu�rio carmelitano”.

HIST�RIA

Vindos de S�o Paulo e comandados pelo frei holand�s Atan�sio Maatman, os carmelitas chegaram a BH no fim da d�cada de 1930 para fundar uma igreja de grandes dimens�es. Na �poca, a regi�o, que muita gente chama hoje de Carmo-Sion, tinha o nome de Acaba Mundo, pois se imaginava que a cidade terminava ali. De in�cio, os frades ergueram um templo pequeno e provis�rio, de alvenaria, voltado para a Rua Gr�o Mogol. Mais tarde, quando JK era prefeito e come�ava a abrir a antiga rodovia BR-3 (atual BR-040), ligando BH ao Rio de Janeiro, frei Inoc�ncio Gerritsjans, ent�o dirigindo a ordem na capital, decidiu fazer a frente voltada para o trecho da estrada que se tornou a Avenida Nossa Senhora do Carmo. Assim, foi usado o mesmo projeto, por isso o piso � meio inclinado: onde est� a entrada principal seria o altar, e vice-versa.

O projeto demorou mais de 20 anos para sair do papel. Para conseguir o dinheiro, frei Inoc�ncio circulava pela Cidade Jardim, considerado ent�o “o bairro das fam�lias ricas de BH”. H� registro de que ele entrava nas festas, ao final tocava piano e depois ganhava ades�o. Era comum ainda ver outros religiosos pelas ruas, batendo de porta em porta atr�s dos recursos necess�rios para a obra.

Mem�ria

Refr�o de Ave Maria tr�s vezes ao dia


Em 6 de abril de 1966, o Estado de Minas mostrou como seria o funcionamento do campan�rio, inaugurado na tarde daquele domingo de P�scoa. “Van Bergen em pessoa colocar� em movimento os seus sinos”, era a manchete do jornal, explicando que “trata-se do representante atual da fam�lia de construtores de carrilh�es”. E mais: “Um pouco da hist�ria desses grandes artistas holandeses”. De acordo com a guia de importa��o, o equipamento de 36 sinos e mais tr�s para o rel�gio tem um dispositivo para tocar manualmente a teclado ou automaticamente acionado por motores el�tricos. Quando ainda estavam funcionando, h� 40 anos, os sinos tocavam um refr�o da Ave Maria �s 7h, �s 12h e �s 18h.

Enquanto isso...

...Obras adiadas na Igrejinha


As obras de restaura��o da Igreja de S�o Francisco de Assis, conhecida como Igrejinha da Pampulha, foram adiadas por 12 meses e as 229 cerim�nias de casamento marcadas para 2017 est�o mantidas. “A previs�o, acordada com a Prefeitura de Belo Horizonte, era dar in�cio aos trabalhos ainda neste m�s de novembro. Neste sentido, a prefeitura j� havia assinado termo de compromisso com o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e licitado a execu��o da obra. A pedido da Par�quia de S�o Francisco, a execu��o do restauro fica adiada por 12 meses”, informou o Iphan. “As obras com recursos do PAC Cidades Hist�ricas n�o foram iniciadas por solicita��o formal do p�roco, em fun��o dos eventos, como casamentos e batizados, agendados at� novembro de 2017”, completa a nota.


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