
A aposta do estado em convocar a popula��o para o combate tem como base o �ltimo resultado do Levantamento R�pido de �ndices para Aedes aegypti (Liraa), divulgado pelo Minist�rio da Sa�de. Pela pesquisa, Minas Gerais tinha 80 munic�pios em situa��o de alerta ou de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. “O principal objetivo � fazer uma discuss�o junto com os munic�pios onde as a��es s�o desenvolvidas para a implanta��o das diretrizes nacionais. Tamb�m vamos intensificar as atividades de mobiliza��o com a popula��o tendo em vista que 90% dos criadouros s�o interdomiciliares”, afirmou o subsecret�rio de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de de Minas Gerais, Rodrigo Said.
Outro fator que leva o estado � coordena��o de um plano � a troca de gest�o das prefeituras, no in�cio do ano. A mudan�a vai ocorrer em 76% das prefeituras mineiras. Somado a isso est�o as chuvas intensas e o calor do per�odo, que favorecem a prolifera��o dos focos do mosquito e sua reprodu��o.
Neste ano, foram repassados R$ 66 milh�es aos munic�pios para a��es de combate � dengue e �s outras duas doen�as associadas ao Aedes, segundo a Secretaria Estadual de Sa�de (SES). Com o novo montante, de R$ 37 milh�es, as cidades poder�o investir nas a��es dos agentes de combate a endemias, como compra de bombas para dispers�o de inseticida, compra de carros e de combust�vel, capacita��o e deslocamento das equipes, entre outros.
“Essa � uma a��o que precisa do envolvimento tanto dos governos federal, estadual e dos munic�pios, em um trabalho conjunto com a popula��o. At� ent�o, 2016, � o ano de nossa maior epidemia, com mais de meio milh�o de casos prov�veis de dengue”, afirma Said. Ele ressalta ainda que Minas vive atualmente um cen�rio diferente, com a circula��o simult�nea dos v�rus das tr�s doen�as.
BALAN�O Dados divulgados pela SES mostram a cr�tica situa��o no estado em rela��o ao Aedes. J� foram confirmadas 247 mortes por dengue e outros 41 �bitos suspeitos est�o sendo investigados. O n�mero de casos prov�veis da doen�a, que envolve os quatro sorotipos, j� chega a 526.902. Em rela��o � Zika, j� s�o 15.135 notifica��es. A doen�a foi confirmada em 1.065 gestantes. Ao longo deste ano, a microcefalia foi observada em 220 rec�m-nascidos. Quatro desses casos foram associados ao v�rus, 12 tiveram esse v�nculo descartado e outros 137 permanecem em investiga��o. Minas Gerais tamb�m registrou 482 v�timas prov�veis de febre chikungunya em 2016.
A grande preocupa��o para 2017 � a circula��o simult�nea de quatro tipos da dengue, al�m da zika e chikungunya. Para o subsecret�rio, a transmiss�o pode ser alta por causa da baixa resist�ncia da popula��o. “Neste momento, temos os quatro sorotipos da dengue circulando. O v�rus Zika teve introdu��o em Minas Gerais apenas no final de 2015 e a febre chikungunya registrou transmiss�o aut�ctone apenas este ano. N�s ainda n�o temos prote��o imunol�gica”, afirmou Said.
CAPITAL O an�ncio do plano de mobiliza��o do estado foi bem recebido pelo secret�rio municipal de sa�de de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, que tamb�m destacou o fato de quase a totalidade dos casos estar presente das resid�ncias. “A visita do agente � fundamental para orientar as pessoas sobre os cuidados, mas o grande desafio � transformar o conhecimento que a popula��o tem em h�bitos de combate que podem ser realizados em poucos minutos durante a semana”, disse. Fabiano afirmou, no entanto, que a disponibilidade de recursos para contrata��o de agentes seria muito importante para refor�ar o trabalho.
Na capital, assim como no restante do estado, ainda n�o h� op��es de enfrentamento focadas em tecnologia ou medica��o. De acordo com o secret�rio, h� uma vacina contra a dengue j� com aprova��o da Anvisa, em fase de testes, mas que ainda depende da aprova��o do Minist�rio da Sa�de para incorpora��o no calend�rio oficial de vacina��o. Al�m disso, as doses s� s�o indicadas para a faixa et�ria entre 9 e 45 anos. Outra inova��o ainda sendo testada � o uso da bact�ria Wolbachia em mosquitos Aedes para combater a transmiss�o de dengue, zika e chikungunya. A bact�ria, que � inofensiva aos humanos, impede os mosquitos de transmitirem os v�rus.