
Autor do estudo “A preven��o de �bitos no per�odo chuvoso em Minas Gerais pelo Corpo de Bombeiros”, feito entre 2005 e 2010, o militar ressalta que o trabalho revela uma tend�ncia que se mant�m: � preciso se prevenir quanto aos tr�s tipos de situa��o de risco – desmoronamento, alagamento, enchente e inunda��o.
A pesquisa aponta que, apesar de Minas ter 853 munic�pios, um quarto das mortes acontece na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, �rea que re�ne 34 cidades, mas � mais densamente povoada. Outro dado curioso � o perfil das v�timas: embora os homens sejam 49,5% dos habitantes dos munic�pios mais vulner�veis, eles representam 60,3% dos �bitos.
Os acidentes fatais, aponta o estudo, vitimam principalmente pessoas arrastadas pela enxurrada (36%) e soterradas (38%). Aten��o aos sinais de risco � essencial apara evitar entrar nessa estat�stica. “Detectar inclina��es, como de cercas, muros ou postes � um dos primeiros pontos importantes a ser observado. Isso indica que h� movimenta��o de terras naquele local”, diz o especialista.
Assim como rachaduras ou trincas, a presen�a de �gua na terra � um importante sinal que n�o pode ser ignorado. “O problema � que esse tipo de amea�a atinge, normalmente, casas mais pobres. Para aquele que se deparar com uma situa��o de risco, a recomenda��o � deixar o local imediatamente, procurar um lugar seguro e acionar a Defesa Civil”, recomenda. Ap�s o alerta, agentes v�o at� o local para conter a movimenta��o e providenciar estrutras de conten��o ou, em casos mais cr�ticos, remover a resid�ncia.
O especialista explica a diferen�a entre inunda��o, enchente e alagamento, mas alerta que todas essas situa��es t�m seus riscos. O alagamento, por exemplo, � representado pela dificuldade de escoamento da �gua da chuva. “� o que acontece todos os anos na Avenida Francisco S� (Bairro Prado, Oeste de BH), por exemplo”, analisa o major. Nesse tipo de situa��o, as pessoas precisam ter cuidado ao cruzar ruas alagadas, j� que os bueiros representam um risco oculto. “Normalmente, as pessoas arrastadas pelos alagamentos n�o conhecem a regi�o. Essa v�tima n�o sabe onde est� pisando ou se vai conseguir atravessar. Ainda pode encontrar objetos no caminho ou cair em um bueiro”, disse.
J� a enchente est� associada � cheia de um curso d’�gua. “Isso acontece nos rios em per�odo chuvoso. Os leitos t�m a previs�o, por exemplo, de encher entre tr�s a 10 metros”, afirma o especialista. Esses cursos contam com calhas capazes de suportar o volume em condi��es normais. Por�m, atualmente, as ocupa��es humanas ocorrem em �reas sujeitas a essas cheias. J� a inunda��o ocorre quando os n�veis dos rios ultrapassam a capacidade da calha, podendo subir mais de 10 metros.
Para as tr�s situa��es, a orienta��o � a mesma: n�o se aventurar a atravessar �reas com correnteza, abandonar lugares alagados e procurar locais altos e seguros para se abrigar. “Enxurrada na canela, cuidado com ela”, alerta o bombeiro. Se a v�tima estiver dentro de um carro, � importante tentar abandonar o local por outras vias. “Quando a �gua atinge o assoalho do carro, � sinal de problema, pois pode ocasionar uma pane el�trica e provocar a falhas nos vidros el�tricos e no ar-condicionado”, diz. A principal recomenda��o � sair do Ve�culo, ir para cima dele e chamar os bombeiros.
Se as janelas n�o estiverem abertas e for imposs�vel abrir a porta, por causa do volume de �gua do lado de fora, a v�tima deve quebrar os vidros. Para isso, uma dica � usar o extintor de inc�ndio. O major Anderson Passos adverte ainda que, em casos de chuva com raios, a recomenda��o � evitar locais abertos, como campos de futebol, e n�o se abrigar embaixo de �rvores.