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Estado de Minas

Seguran�a agredida por marido de delegada diz que vai entrar na Justi�a

Atacada por Luiz Felipe Neder quando tentava defender a mulher dele, a seguran�a Edv�nia vai exigir repara��o, assim como o motorista Enioberto, tamb�m v�tima do comerciante


postado em 20/12/2016 06:00 / atualizado em 20/12/2016 08:51

Edvânia Rezende vai abrir ação por danos morais, depois de ter sido chutada pelo comerciante, como mostraram as cenas que chocaram o país(foto: Alterosa/Reprodução - Facebook/Reprodução da internet)
Edv�nia Rezende vai abrir a��o por danos morais, depois de ter sido chutada pelo comerciante, como mostraram as cenas que chocaram o pa�s (foto: Alterosa/Reprodu��o - Facebook/Reprodu��o da internet)
Ainda se recuperando do trauma de ter sido agredidos pelo comerciante Luiz Felipe Neder Silva, de 34 anos, as v�timas do crime que chocou o pa�s no �ltimo s�bado, na cidade de Tr�s Cora��es, no Sul de Minas, v�o cobrar na Justi�a puni��o contra o autor. A seguran�a Edv�nia Nayara Ferreira Rezende, de 23, e o motorista Enioberto Jos� de Jesus, de 30, pretendem exigir repara��o de danos morais por terem sido v�timas ao tentar barrar Luiz Felipe no momento em que ele agredia sua companheira, a delegada Ana Paula Kich Gontijo. Tudo ocorreu durante uma festa em um clube da cidade. Edv�nia frisou ontem, em entrevista ao Alterosa Alerta, que s� apanhou por ter defendido Ana Paula, que � delegada de Mulheres na cidade e fugiu do local ap�s as agress�es. Luiz Felipe que at� ent�o havia sido detido em flagrante, permanece preso em regime preventivo.


O caso ganhou repercuss�o nacional ap�s um v�deo feito no momento da confus�o ir parar nas redes sociais. As imagens mostram Luiz Felipe dando um soco e chutando a cabe�a de Edv�nia, depois que ela pegou a chave do carro dele, jogada por Ana Paula, pela janela do ve�culo. A delegada que no v�deo aparece sendo empurrada pelo companheiro at� o autom�vel, pediu ajuda � seguran�a, que prontamente interveio na briga do casal. “N�o sei como me levantei. Mas acho que Deus me ajudou. Agora vai ter que ajudar ele, porque a coisa para o lado dele est� feia”, disse Edv�nia ao Alterosa Alerta.

Ao reviver o triste momento em que tudo ocorreu, Enioberto ontem lamentou tanta viol�ncia. Ele teve dois dentes quebrados depois de levar um soco na boca. “Eu estava conversando com o Luiz Felipe, que estava visivelmente b�bado e alterado. Tentava acalm�-lo. Ele ent�o fez um gesto sugerido que pegaria uma arma. Era um canivete. Continuei conversando com ele e foi ent�o que ele me agrediu. Na hora eu fiquei muito nervoso, mas as pessoas o seguraram e me afastaram dele”, conta. O motorista, que diz estar envergonhado com a atitude de Luiz Felipe, cobrou uma a��o mais en�rgica da delegada. “� inadmiss�vel que um homem bata em uma mulher. E a mulher dele, como delegada especializada nessa �rea, deveria ter dado voz de pris�o para ele na hora. Mas ela fugiu. At� mesmo depois da ocorr�ncia, a pol�cia n�o conseguia localiz�-la”, disse a v�tima, que espera puni��o justa ao comerciante. “Ele j� tem hist�rico de viol�ncia, inclusive contra a delegada, e vai ter que pagar por isso”, ressaltou.

De acordo com o boletim de ocorr�ncia da Pol�cia Militar, a delegada saiu do local antes da chegada dos policiais. No entanto, o boletim informa que ela entrou em contato com a PM cerca de uma hora depois confirmando ter sido agredida.

Questionada sobre as passagens policiais de Luiz Felipe, a assessoria de imprensa da Pol�cia Civil de Minas Gerais disse que, por enquanto, n�o repassaria essa informa��o � imprensa. Explicou que foram abertos inqu�ritos: um para les�o corporal (contra Edv�nia e Enioberto) e outro baseado na Lei Maria da Penha, para apurar as agress�es contra a delegada, j� que o caso s� de rela��o conjugal. Testemunhas e v�timas foram ouvidas e a investiga��o continua. Sobre o fato de Ana Paula ter deixado o local, a assessoria explicou que ela tamb�m era v�tima na situa��o. Pessoas que presenciaram o crime, relataram que ela tamb�m estaria embriagada.

Ontem, o motorista se consultou com um advogado para saber quais provid�ncias tomar no caso. “Quero a repara��o dos danos que tive em minha boca. S� quero � que � direito meu. N�o quero prejudic�-lo. Mas espero que ele pague pelo comportamento que teve”, disse. Ele contou que tinha ido ao clube apenas para pagar a mensalidade, j� que a fam�lia dele � s�cia do lugar e frequenta o local. “Eu tentei intervir primeiro pela agress�o contra as duas mulheres e tamb�m porque n�o queria ainda mais confus�o no clube”, contou.





PREOCUPANTE Minas Gerais registrou 345 den�ncias de viol�ncia contra a mulher por dia nos primeiros seis meses deste ano. As 62.567 ocorr�ncias se referem a crimes de viol�ncia f�sica (les�o corporal, homic�dio ou feminic�dio, tortura, agress�o); viol�ncia psicol�gica (abandono material, amea�a, atrito verbal, constrangimento ilegal, maus-tratos, perturba��o do trabalho ou do sossego alheio, sequestro e c�rcere privado e viola��o de domic�lio) e patrimonial (apropria��o ind�bita, dano, estelionato, extors�o, extors�o mediante sequestro, furto, furto de coisa comum, roubo, viol�ncia moral, difama��o ou inj�ria, cal�nia, entre outros).

Os dados, que fazem parte do Diagn�stico de Viol�ncia Dom�stica e Familiar nas Regi�es Integradas de Seguran�a P�blica de Minas Gerais, se referem ainda a casos de viol�ncia sexual (ass�dio, estupro, estupro de vulner�vel, importuna��o ofensiva ao pudor e outras infra��es contra a dignidade sexual e � fam�lia).

Segundo o balan�o, divulgado em julho, os n�meros s�o menores na compara��o com mesmo per�odo do ano passado, quando foram registradas 63.460, den�ncias. Se considerado todo o ano de 2015, o total de den�ncias chegou a 129.297, enquanto em 2014, 131785 mulheres foram violentadas.

Apesar dos n�meros em queda, a promotora da Promotoria de Justi�a de Combate � Viol�ncia Dom�stica e Familiar contra a Mulher (BH), Patr�cia Habkouk, diz que os dados s�o preocupantes. “A Lei Maria da Penha � considerada uma das melhores do mundo sobre o tema. � avan�ada por partir da concep��o de que o enfrentamento a viol�ncia demanda a��es integrais de preven��o, assist�ncia, promo��o, garantia de direitos, al�m da adequada e necess�ria puni��o do agressor. Desde o deferimento das medidas protetivas, at� a puni��o do agressor, passando pelos cursos de reflex�o para o homem e de apoio para as mulheres, a lei d� efetiva prote��o a mulher”, diz.

Viol�ncia dom�stica contra a mulher


62.567

� o total de registros desse tipo de viol�ncia no primeiro semestre de 2016 em Minas, sendo 7.084 em Belo Horizonte

129.297

Casos de agress�o familiar � mulher registrados em Minas Gerais em 2015

15.196

Total de den�ncias desse tipo de crime em Belo Horizonte em 2015

Fonte: SEDS


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