
� tarde, ap�s a leitura do relat�rio elaborada pelos t�cnicos do Iphan, C�lia se mostrou preocupada com a situa��o dos quadros de Portinari, tamb�m autor da pintura do altar-mor e do painel externo retratando a vida de S�o francisco de Assis – que em mar�o foi pichado por um v�ndalo. “Foram localizados danos pontuais na igreja, como manchas e desprendimento de policromia. Neste momento, temos que ser cautelosos quanto a qualquer defini��o e respeitar a determina��o do termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG)”, afirmou C�lia.
Na semana passada, em reuni�o com todas as institui��es de patrim�nio envolvidas, incluindo a C�ria Metropolitana, � qual a igreja pertence, foi firmado o TAC com o MP, representado pela promotora de Justi�a e Defesa do Meio Ambiente e do Patrim�nio Hist�rico e Cultural de BH, Lilian Marotta Moreira. Conforme o acordo, o restauro do templo cat�lico, constru�do entre 1943 e 1945 com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), ficar� para 2018.
ANDAMENTO O projeto se tornou um ponto pol�mico na hist�ria da Igreja de S�o Francisco de Assis, monumento tombado nas esferas municipal, estadual e federal e reconhecido como patrim�nio da humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). O problema � que, para dar a largada � restaura��o, que ter� recursos de R$ 1,4 milh�o do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), via Sudecap, precisaria do templo liberado, tarefa dif�cil diante dos 215 casamentos marcados para o per�odo de janeiro a dezembro de 2017. Em 30 de outubro, inconformados com um poss�vel fechamento do templo no ano que vem, v�rios casais de noivos fizeram uma manifesta��o na porta da igreja.
Segundo o Iphan, os recursos federais para a reforma ser�o repassados por metragem, ou seja, enquanto a obra estiver em andamento. A Arquidiocese de Belo Horizonte informou na tarde de ontem, em nota, que vai monitorar o estado da igreja, “especialmente do forro que reveste o teto e das obras de arte que se encontram no interior”. Segundo os t�cnicos da institui��o, “o resultado desse acompanhamento ser� partilhado com os �rg�os competentes, por meio de relat�rios peri�dicos”. Em 9 de janeiro, est� prevista reuni�o de representantes da arquidiocese e do Iepha para avaliar o estado do templo.
No TAC, ficou determinado que as cerim�nias realizadas na S�o Francisco de Assis poder�o receber, no m�ximo, 150 pessoas. E a partir do dia 20 de novembro de 2017, a Igreja S�o Francisco de Assis estar� � disposi��o da Sudecap/Prefeitura de Belo Horizonte para as obras de restauro. Em nota, a arquidiocese informa que “os noivos que, diante da informa��o sobre o in�cio do restauro em 2017, fizeram a op��o em celebrar o casamento em outro espa�o, agora t�m a possibilidade de retomar o projeto original. As datas previamente marcadas est�o asseguradas. Importante sublinhar que somente ser�o celebrados os casamentos j� marcados. Novos agendamentos de celebra��es s� poder�o ser realizados mediante pr�via autoriza��o dos �rg�os de prote��o cultural, ap�s a conclus�o e entrega das obras de restauro da Igreja”.
A dire��o do Iepha informa que tamb�m j� fez uma vistoria no templo, em conformidade com o TAC, e que s� vai se manifestar ap�s entendimento com a FMC e o Iphan. A Prefeitura de Belo Horizonte j� gastou cerca de R$ 200 mil com o projeto de restauro, o qual dever� ser refeito diante do adiamento dos trabalhos de recupera��o.
ESTRAGOS Conforme constatou o Estado de Minas, durante as chuvas fortes o templo sofre com as infiltra��es, que apodrecem as placas curvas de madeira do forro original da nave. A �gua passa pelas juntas de dilata��o e cai em goteiras, obrigando funcion�rios a cobrir os quadros com capas e passar pano no ch�o a todo tempo. Os turistas veem o cen�rio com tristeza e pedem �s autoridades pelo menos obras de emerg�ncia para impedir a deteriora��o da igrejinha, que abriga tamb�m obras de Paulo Werneck (1903-1962) e Alfredo Ceschiatti (1918-1989), al�m de ser rodeada pelos jardins do paisagista Burle Marx (1909-1994). Por�m, segundo o Iphan, n�o podem ser feitas interven��es emergenciais na estrutura.