Emo��o marca queima de fogos do r�veillon na Pampulha

O brilho e a cor dos fogos da despedida de 2016 e as boas-vindas a 2017 serviram de marco para uma nova fase da orla da Lagoa da Pampulha, que de esquecida nos �ltimos 30 anos, agora vem sendo despolu�da e recebeu o t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade pela Unesco. Brindando nesse clima, durante a maior festa de passagem de ano da capital mineira, o 27º R�veillon da TV Alterosa, na Pampulha, estavam 150 mil pessoas comuns, com suas fam�lias e amores aguardando um ano melhor, e tamb�m quem t�m uma liga��o especial com o conjunto arquitet�nico, como o engenheiro Armando Vignoli, de 58 anos, e sua mulher, a professora Ana Paula Vignoli, de 52. O irm�o de Armando, o artista pl�stico belo-horizontino Fernando Vignoli, morreu em 13 de dezembro e tem obras expostas no PIC-Pampulha Iate Clube, ao lado de telas de Portinari. “Nosso brinde � em sua mem�ria e tamb�m nesse clima de patrim�nio, que para n�s emociona especialmente. Um brinde com desejo de que voltemos a uma situa��o de 5 anos atr�s, com paz global e nesse clima aqui de Juscelino Kubitschek e Oscar Niemeyer”, desejou Armando.

Por 12 minutos os fogos iluminaram a orla repleta de pessoas, refletindo no espelho d’�gua desde a imagem de Iemanj�, passando por elementos tombados como o Iate e a igrejinha de S�o Francisco de Assis, chegando ao vertedouro. Emocionando, o p�blico vibrou com o show pirot�cnico e, ao final, entre espocar das rolhas de champagne e espumante, aplaudiu a chegada do ano novo. Nos ombros do pai, o advogado Roberson Amorim Leite, de 52, a pequena Giovanna Vallentin Leite, de 4, estava ansiosa pela queima. “Ela s� falava disso o dia todo. Que queria ver os fogos. Viemos para diante da igrejinha e encontramos um espa�o excelente bem de frente para ver o espet�culo”, disse Roberson. E quando as luzes riscaram o c�u, os olhos dos expectadores n�o desgrudaram mais do alto. “O clima aqui � contagiante, n�o conhecemos ningu�m, mas sentimos uma atmosfera de gente querendo paz, honestidade e uma vida melhor para todos”, completou a m�e de Giovanna, a tamb�m advogada Maria S�lvia Barbosa, de 50.

Algumas crian�as dormiram nos colos ou at� em leitos improvisados pela orla, como a fam�lia de Sara Cardoso, de 5, que estendeu um edredom em frente � igrejinha para que a pequena descansasse at� a hora da queima de fogos. “Ela nos fez prometer que a acordar�amos na hora do show. J� estive aqui uma vez e foi maravilhoso. Hoje trouxe minha fam�lia, porque a passagem com eles � come�ar bem o ano”, afirma o caminhoneiro Lucas Perdomo, de 39, pai de Sara, que levou a esposa e a m�e para o evento.

Na Pra�a S�o Francisco de Assis, muita gente se acomodou para ter uma vis�o mais ampla da queima por boa parte do espelho d’�gua. “Vim com a fam�lia e este champagne que estourei � para trazer mais esperan�a a todos n�s”, desejou Yan Felipe de Almeida, de 25, que estava perto dos degraus centrais da pra�a. Do outro lado, pr�ximo ao Parque Guanabara, brindava com vinho tinto a fam�lia Radicchi. “A queima foi sensacional, vibrante, emocionante. Nos sentimos muito bem, nesse clima democr�tico, com pessoas de todos os lugares querendo o bem”, disse a projetista Lidice Radicchi, de 61. O irm�o dela, o banc�rio Tulio Radicchi, de 58, acha que o momento agora � de esperan�a. “Somos um povo que acredita, n�o temos problemas de religi�o nem guerra entre ra�as, temos tudo para sair dessa crise e voltar a prosperar como uma na��o unida. S�o nossos votos”, desejou o banc�rio.



SEGURAN�A A estrutura do evento permitiu uma festa sem maiores incidentes. Nas ruas de acesso � orla e nas �reas de concentra��o, a seguran�a foi intensa, com policiais militares e guardas municipais. “A gente at� se animou a tirar fotos de selfies, porque quando chegamos vimos muitos policiais. Isso d� muita tranquilidade”, disse a atendente Jaine Barbosa, de 19, que saiu com a prima Rayume Barbosa, de 18, do Bairro Palmares, na Regi�o Nordeste, para assistirem pela primeira vez � queima de fogos. “Os policiais at� nos deram conselhos de seguran�a, como a gente manter a bolsa na frente e observar sempre quem est� por perto”, elogiou Rayume. As duas sa�ram a car�ter, de vestido branco e adere�os dourados e vermelhos. “A gente d� os sete pulinhos para pedir sorte, o branco � da paz, o dourado � para vir muito dinheiro neste ano e o vermelho para um namorado”, brinca Jaine.

Em acessos estrat�gico e entre a multid�o circularam 100 vendedores ambulantes cadastrados pela Regional Pampulha da Prefeitura de BH. Tamb�m fizeram parte da estrutura do entorno dos pontos de visualiza��o dos fogos 300 banheiros qu�micos. A TV Alterosa tamb�m providenciou o isolamento e separa��o dos patrim�nios hist�ricos da Lagoa da Pampulha (Museu de Artes, Casa do Baile e Igreja de S�o Francisco de Assis). A emissora faz todos os anos um invent�rio fotogr�fico das condi��es do patrim�nio p�blico antes do evento, para que possa providenciar o reparo de tudo aquilo que eventualmente seja danificado, como lixeiras, monumentos, bancos e outros.