Para n�o perder clientes, motoristas de t�xi-lota��o se recusam a aumentar tarifa

Em tempos de crise, motoristas de t�xi-lota��o que rodam pelas avenidas Afonso Pena e Contorno de Belo Horizonte desafiam a BHTrans para n�o perder a clientela e p�em de lado o reajuste tarif�rio em vigor desde o dia 3. Ontem, a reportagem do Estado de Minas percorreu os corredores e constatou que, mesmo dois dias ap�s o aumento que elevou o servi�o para R$ 4,45, os condutores mantinham o pre�o antigo, de R$ 4,05 anunciado na lateral dos carros. Al�m disso, a maioria deles ainda aceita receber menos pelo servi�o, R$ 4,00, tarifa inferior � dos �nibus das linhas troncais e principais, que passaram para R$ 4,05. Segundo a BHTrans, empresa que administra o tr�nsito na capital mineira, os motoristas podem ser multados em R$ 242,32.

O an�ncio do aumento das tarifas dos �nibus convencionais, suplementares, troncais e do t�xi-lota��o foi feito em 30 de dezembro pela BHTrans. O reajuste chega, em m�dia, a 9,4%. Segundo a empresa de tr�nsito, o aumento foi calculado segundo f�rmula param�trica prevista nos contratos de concess�o. A f�rmula compreende a varia��o anual dos pre�os de cinco grandes itens de custo do sistema: �leo diesel, rodagem, ve�culos, m�o de obra operacional e despesas administrativas. Os novos valores entraram em vigor em 3 de janeiro.

Nem todos os transportes coletivos aderiram ao reajuste. Os t�xis-lota��o continuam com as placas indicativas dos valores em R$ 4,05. Por�m, j� deviam ter o adesivo com a tarifa em R$ 4,45. A reportagem do Estado de Minas utilizou o servi�o nas avenidas Afonso Pena e Contorno e conversou com alguns motoristas e apurou que eles est�o decididos a continuar com o pre�o anterior, apesar do aumento determinado pela BHTrans.

A reportagem utilizou o servi�o de quatro t�xis-lota��o, dois na Avenida Afonso Pena e outros dois na Contorno. Em todos os ve�culos, o valor cobrado foi R$ 4,00, menor do que o que estava em vigor antes dos reajustes e tamb�m inferior � nova tarifa cobrada na maioria dos �nibus que circulam no munic�pio. Questionado, um dos condutores admitiu que todos est�o sabendo do aumento, mas preferem continuar com a tarifa mais barata. “Eles at� anunciaram, mas estamos nos fazendo de bobos e n�o fomos buscar as placas com os novos valores”, disse. Outro preferiu n�o admitir o aumento. “Ainda n�o aumentou. Mas, se subir, vamos manter este pre�o. Ele est� �timo”, afirmou.

Um terceiro condutor contou que, independentemente das placas com os novos valores coladas nos vidros, a passagem cobrada ser� a que utilizam atualmente. “Mesmo se colocarem as placas, vamos cobrar os valores antigos (R$ 4,05). Vamos negociar com os passageiros”, contou. Nenhum dos motoristas com os quais a reportagem conversou quis se identificar.

O Sindicato de Taxistas (Sincavir) informou que � respons�vel pela confec��o dos adesivos com os novos valores e que j� os repassou para os representantes dos condutores de t�xis-lota��o. “Tivemos uma conversa com os representantes dos t�xis-lota��o. J� foram repassados os adesivos com os novos valores. O que chegou para a gente � que o representante n�o estava repassando o aumento. O sindicato passou o novo valor e confeccionou os adesivos. O sindicato n�o est� apoiando esta situa��o”, disse Jo�o Paulo de Castro Dias, diretor-secret�rio do Sincavir. O EM tentou contato com representantes dos t�xis-lota��o, mas n�o os encontrou.

De acordo com a BHTrans, os descontos s� podem ser aplicados por meio de aplicativos, o que n�o � o caso do t�xi-lota��o. Por isso, os motoristas est�o sujeitos a multa. “N�o ser� permitida a cobran�a de tarifa diferenciada. O descumprimento ao estabelecido pode ser denunciado por usu�rios ou ser flagrado em blitz realizada por fiscais da BHTrans”, explicou, por meio de nota, a autarquia. Segundo a empresa, at� agora nenhum condutor sofreu puni��o.