
Na noite de ontem, dezenas de pessoas protestam contra o aumento. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes se concentraram na Pra�a Sete at� as 18h, de onde seguiram em passeata pela Rua Rio de Janeiro at� a Pra�a Mar�lia de Dirceu, no Bairro de Lourdes, Centro-Sul da capital, para protestar em frente ao pr�dio do prefeito Alexandre Kalil.
O grupo queimou uma catraca em via p�blica e deixou uma carta reivindicando o cancelamento do reajuste e a “abertura da caixa-preta” das empresas de �nibus na fachada do pr�dio onde mora o prefeito. Segundo a assessoria de Kalil, o prefeito disse respeitar a opini�o dos manifestantes e considerar natural o protesto, mas pediu cuidado para que a pra�a fosse preservada.
Ele sustentou ainda a posi��o, j� manifestada no domingo, depois de tomar posse, de que n�o vai rever o aumento e a promessa de que vai estudar medidas para evitar futuros reajustes abusivos. Policiais militares e guardas municipais acompanham o protesto. Depois de duas horas de passeata, o grupo se dispersou, prometendo novos protestos at� que haja uma redu��o da tarifa.
Dona Ana Rosa Verdade, de 61 anos, no entanto, nem pensou em esperar por isso. Ela precisava pegar dois coletivos e optou por dispensar um, fazendo parte da viagem a p� para economizar R$ 4,05. Moradora do Bairro S�o Lucas, na Regi�o Leste, Ana Rosa precisou ir ontem ao Barro Preto, na Centro-Sul, buscar um exame. O normal, segundo ela, seria pegar dois �nibus para chegar ao destino: “Mas decidi ir a p� at� o Centro, onde peguei um coletivo”.
A aposentadoria dela � de um sal�rio-m�nimo. O novo piso, reajustado para R$ 937 (nos �ltimos 13 anos, a primeira vez sem aumento real), subiu num percentual (6,4%) abaixo da eleva��o definida pela BHTrans (9,4%). “N�o d� para gastar a aposentadoria com passagens. S� n�o economizei mais, fazendo todo o percurso at� o Barro Preto a p�, porque o sol est� muito forte”, lamentou a mulher.
O tamb�m aposentado Jos� Maria da Silva, de 72, foi outro que criticou o reajuste das passagens na capital. Ele � beneficiado com a gratuidade do transporte gratuito, pois tem mais de 65 anos de idade. Por isso mesmo, recebe v�rios pedidos de amigos e familiares para buscar encomendas e prestar pequenos servi�os no Centro.
“H� dias que venho quatro vezes”, contou. A partir de agora, acredita Jos�, o n�mero de pedidos de parentes e amigos aumentar�. Saudosista, ele faz quest�o de dizer que � da �poca dos bondes. “Embarquei em v�rios. O que eu mais usava era o que ia do Bairro Floresta para o Centro. A passagem era bem mais barata do que a praticada atualmente. Algo em torno de R $ 0,50”.
SEM INFORMA��O Nem todos os coletivos que sa�ram das garagens ontem tiveram os letreiros eletr�nicos reprogramados com a informa��o do novo pre�o da passagem. O Estado de Minas flagrou coletivos das linhas 9803 (Taquaril/Palmares) e 4108 (Pedro II/Mangabeiras) com o valor antigo no letreiro. (com PHL)