(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Serra do Curral conserva exemplares raros de cactos amea�ados de extin��o

Visita��o na regi�o pela crista do maci�o rochoso est� suspensa at� que estudos e a��es de preserva��o sejam feitos para evitar a degrada��o dos esp�cimes


09/01/2017 06:00 - atualizado 09/01/2017 12:41



Pared�o verde que cerca parte da por��o sul de Belo Horizonte, no limite com Nova Lima, a Serra do Curral � o marco natural mais conhecido da capital mineira, mas ainda que avistado diariamente de v�rios pontos da cidade reserva mist�rios do alto de suas cristas rochosas, acima dos 1.100 metros de altura.

Descoberta do cacto fez a administração do Parque da Serra do Curral fechar parte da trilha no interior da área de conservação até que sejam apresentados estudos de conservação do exemplar
Descoberta do cacto fez a administra��o do Parque da Serra do Curral fechar parte da trilha no interior da �rea de conserva��o at� que sejam apresentados estudos de conserva��o do exemplar (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)


Eleito em 1997 como s�mbolo da cidade, o acidente geogr�fico teve a visita��o que percorria o topo da cadeia suspensa h� um ano e um dos principais motivos � um dos segredos que o Parque da Serra do Curral preserva: exemplares raros de cactos que entraram no ano passado para a triste lista das esp�cies amea�adas de extin��o. De acordo com a gerente do parque, Marta Am�lia Moreira Santos Lima, enquanto estudos e a��es de preserva��o n�o forem feitos a visita��o continuar� interrompida para evitar que essa cact�cea fr�gil que resiste no alto das pedras desapare�a.


O cacto, de nome cient�fico Arthrocereus glaziovii, n�o tem nome popular e � end�mico da canga mineira, ou seja, s� existe no substrato de solo das �reas ricas em min�rio de ferro de Minas Gerais. Al�m desse rar�ssimo exemplar, h� ainda outras curiosidades e impactos que quem admira a serra de longe n�o enxerga, como os destro�os de um avi�o que caiu em 2010, eros�es provocadas por vazamentos nos aspersores de combate a inc�ndios e invas�es frequentes que amea�am a integridade da forma��o.

Para mostrar esses mist�rios, a reportagem do Estado de Minas percorreu a trilha fechada, de quase 3 quil�metros, pela crista da Serra do Curral at� o Parque das Mangabeiras. Sem a manuten��o adequada devido ao fechamento da passagem, o mato tomou conta de v�rios trechos tornando dif�cil transpor alguns espa�os entre a rocha e as cercas de metal que foram instaladas no alto. Por outro lado, ninhos de p�ssaros e flores selvagens proliferaram em v�rios desses espa�os com a menor proximidade humana. “O homem sai e a natureza vai tomando de volta os lugares”, disse o encarregado geral do parque, Lourimar Soares de Jesus.

E � s� no meio da trilha, j� depois que a serra tem aos seus p�s a Pra�a do Papa, o alinhamento visual da Avenida Afonso Pena e do Mineir�o, quase ao horizonte, que aparece o primeiro arbusto do cacto amea�ado de extin��o dependurado na beira de um dos abismos de rochas pontudas. Um local que evoca uma impress�o de fragilidade, por parecer que o esp�cime pode cair a qualquer momento. Mas, ao mesmo tempo, por ser esse um acesso t�o dif�cil, mais afeito aos urubus e �guias que vivem na montanha, isso ajuda a explicar porque o vegetal raro resistiu intocado por tanto tempo. Poucos dos cerca de 10 caules verdes e arredondados cobertos por espinhos finos ultrapassam mais que um palmo de altura. Alguns desses caules t�m bot�es fechados de flores vermelhas que apenas desabrocham � noite.

INVASORES Mais adiante, perto dos aspersores d’�gua que a mineradora Vale utiliza para prevenir e combater inc�ndios na serra, dois homens foram encontrados admirando a paisagem. Os invasores foram alertados pelo encarregado do parque para que deixassem o local e tomaram uma das estradas que a mineradora utiliza para dar manuten��o aos equipamentos.

Alguns minutos depois, num outro trecho, mais uma dupla de invasores apareceu ao longe, se esgueirando entre as pedras altas dos cumes da cada montanha. “Essas invas�es s�o uma grande preocupa��o devido a inc�ndios e depreda��es. Esse tipo de visita s� pode ocorrer acompanhada. Temos c�meras e vigias, quando ocorre um caso assim chamamos as autoridades, mas nem sempre isso � evitado”, reconhece a gerente do parque, Marta Am�lia Moreira Santos Lima.

Poucos metros passados ap�s o encontro com os invasores e um dos cactos amea�ados que beirava a trilha foi encontrado destru�do. Peda�os dos caules estavam espalhados, como se tivessem sido chutados por algu�m que passava pelo mato. “Esse � um cacto muito fr�gil e � uma pena ver que mesmo com a proibi��o de entrada aqui na serra n�o impede que sejam quebrados”, lamenta o encarregado do parque.

Esse � um dos motivos para que a visita��o ainda n�o seja aberta. “Estamos estudando com as funda��es de Parques e Zoobot�nica algumas formas de proteger essa esp�cie, j� que s� restam exemplares em pouqu�ssimos espa�os, como nas serras do Curral e da Moeda. Provavelmente teremos de desviar a trilha atual para que as pessoas n�o passem t�o perto do local onde os cactos est�o”, afirma a gerente da unidade de conserva��o. De acordo com ela, estudos tamb�m ser�o feitos para averiguar a viabilidade de reprodu��o dos cactos em criat�rios ou estufas para que possam ser replantados em outros locais. Com isso, a abertura da trilha, que estava prevista para o in�cio deste ano, poder� se atrasar at� o segundo semestre.

Ficha T�cnica do cacto

Nome cient�fico
» Arthrocereus glaziovii

Dimens�es
» 10cm a 12cm de altura

Morfologia
» Caules curtos, com flores de at� 10cm de di�metro, ef�meras e de flora��o noturna
Como s�o as flores

» Cor branca na face superior das p�talas e marrom avermelhada com listas na face inferior
Onde se encontram

» End�mica da Cadeia do Espinha�o em Minas Gerais, ocorrendo nos campos rupestres ferruginosos das serras que comp�em o Quadril�tero Ferr�fero, como a Serra da Moeda, Serra do Rola Mo�a, Serra da Piedade e Serra do Curral


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)