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Estado de Minas

PM de Uberl�ndia resgata mais de 3,2 mil animais em dois anos

Exemplares silvestres feridos ou v�timas de traficantes s�o tratados e reintegrados � natureza. Presen�a humana em reservas ambientais leva fauna para centros urbanos


postado em 09/01/2017 06:00 / atualizado em 09/01/2017 08:07

Em novembro, tamanduá-mirim foi encontrado andando tranquilamente pelas ruas de Uberlândia(foto: PMMG/9ª CIa Polícia de Meio Ambiente/Divulgação)
Em novembro, tamandu�-mirim foi encontrado andando tranquilamente pelas ruas de Uberl�ndia (foto: PMMG/9� CIa Pol�cia de Meio Ambiente/Divulga��o)
A migra��o de animais silvestres para �reas urbanas tem se tornado comum. Na Regi�o do Tri�ngulo Mineiro, com destaque para a cidade de Uberl�ndia, essa � uma constata��o indiscut�vel: nos �ltimos dois anos (2015/2016) foram resgatadas por militares da 9ª Companhia de Meio Ambiente 3.237 animais, entre p�ssaros, tamandu�s, lobos-guar�s e at� um ouri�o cacheiro, que deixaram seu h�bitat e foram parar em ruas e im�veis de cidades da regi�o. Muitos deles feridos, dependem de tratamento m�dico veterin�rio antes de ser reintegrados aos seus h�bitats.

O sargento Eduardo Ven�ncio, da 9ª Cia., explica que esses animais buscam nas �reas urbanas �gua, comida e abrigo, fugindo da presen�a humana em regi�es de reserva ambiental. “A expans�o das fronteiras agr�colas, o desmatamento e o crescimento dos centros urbanos est�o tirando dessas o espa�o adequado nas �reas verdes”, alerta Ven�ncio. Outro dado preocupante na regi�o � que outros 3.891 exemplares da fauna silvestre, resgatados pelos PMs, foram retirados de seus h�bitat, na maioria das vezes, para o com�rcio ilegal.

A 9ª Cia. de Meio Ambiente responde pelo policiamento em 18 munic�pios do Tri�ngulo Mineiro. E com a crescente presen�a de animais silvestre em �reas urbanas dessas cidades, os policiais t�m resgatado com frequ�ncia v�rias esp�cies da fauna brasileira. Muitos, por�m, necessitam de cuidados veterin�rios, por terem sido hostilizados ou at� atropelados nas estradas. Da�, a Escola de Veterin�ria da Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU) criou o setor de atendimento aos animais silvestres, para trat�-los antes de reintegr�-los ao meio ambiente.

De acordo com Ven�ncio, durante as conten��es, capturas de animais, n�o s�o raros os casos em que esses animais est�o fragilizados, acometidos por alguma zoonose ou machucados em decorr�ncia de mordeduras de c�es ou pela rea��o desmedida das pessoas que os machucam, por medo de serem atacadas. “O animal silvestre n�o ataca, mas se acuado age por instinto para se defender. Normalmente, a rea��o � fugir ao ver a presen�a do ser humano. No ano passado, mais de 15 tamandu�s-bandeiras foram resgatados em Uberl�ndia. � uma esp�cie considerada um dos s�mbolos do cerrado e est� amea�ada de extin��o”, assinala.

“Cabe ressaltar tamb�m que diversos animais silvestres morrem em virtude de crendices. Como o caso do tamandu�-bandeira, que tem unha bem forte utilizada para quebrar cupins para obter alimento. Mas, quando acuado, tanto o tamandu�-bandeira quanto o tamandu�-mirim emitem um som e ficam na ‘posi��o de lutador’. Da� a cren�a do abra�o do tamandu�”, explica.

O militar cita outros exemplos de crendices: “o ouri�o-cacheiro (conhecido popularmente como porco-espinho) por n�o ser um animal de grande porte, quando amea�ado se “infla” parecendo ter um tamanho bem maior e emite um som. Assim, as pessoas pensam que ele ir� lan�ar espinhos e muitos s�o mortos. Outro que tem fama de mau � o lobo. No caso do guar�, � uma esp�cie que tem uma apar�ncia que assusta e � morto pelo temor de que v� atacar. Como os demais animais silvestres, ele foge com a aproxima��o do homem”.

A��O CRIMINOSA Ven�ncio destaca outro fator que tamb�m pode justificar o grande n�mero de animais resgatados: a cadeia criminosa do tr�fico de animais silvestres, ou seja a captura, transporte at� a venda ao consumidor final. “Um n�mero expressivo que n�o est� nas estat�sticas s�o os que morrem nesse caminho, seja o do tr�fico de animais que trata o animal como uma mercadoria, e uma quantidade elevada que morre em decorr�ncia de atropelamentos nas rodovias. Por isso a import�ncia de diminuir a velocidade ao avistar um animal silvestre ou um placa de sinaliza��o que indique a poss�vel presen�a dessas esp�cies, para evitar atropelamento e preservar vida do animal e do pr�prio condutor”, sugere.

Em Uberl�ndia, quando resgatados, os animais feridos s�o encaminhados ao setor especializado da UFU, que n�o mede esfor�os para salvar a vida deles. Normalmente, os animais chegam no setor em situa��es cr�ticas de sa�de, muitas vezes com graves doen�as e politraumatizados. Um desses casos foi o de um lobo-guar�, que ficou em tratamento por dois anos, depois de atropelado, at� que se recuperou e foi solto numa reserva ambiental pelos policiais que o resgataram ferido.

No caso dos animais mortos, quando poss�vel s�o taxidermizados (empalhados). Depois s�o utilizados como ferramenta de sensibiliza��o em atividades de educa��o ambiental, com crian�as, jovens e adultos. A taxidermia � a arte de dar forma � pele de animais com a finalidade de deixar a sua apar�ncia mais pr�xima de uma esp�cie viva, para fins did�ticos ou cient�ficos.

Para o sargento Ven�ncio, a educa��o ambiental � fundamental na preserva��o das esp�cies. “A popula��o tem que compreender que o animal silvestre est� sofrendo com perda de h�bitat, com atropelamentos e, pior ainda, a morte pela crendice de que ele ataca. A melhor solu��o � a informa��o. Procure saber mais sobre nossa fauna silvestre, pois ela grita por socorro. Essa sensibiliza��o e conscientiza��o podem minimizar a morte prematura dos nossos animais.” E recomenda: “Caso se depare com um animal silvestre em situa��o de risco, acione as autoridades competentes. Essa atitude visa preservar a integridade f�sica do animal e das pessoas envolvidas”.

MIGRA��O EM BUSCA DE ABRIGO E ALIMENTOS

Em Minas, o Instituto Estadual de Floresta (IEF) � respons�vel pela preserva��o das esp�cies silvestres. A gerente de Prote��o � Fauna e Flora do IEF, Luciana Pereira Carneiro, explica que os recolhimentos de animais silvestres s�o feitos pela Pol�cia Militar do Meio Ambiente de cada munic�pio e destinados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) mais pr�ximo ou cl�nicas veterin�rias para tratamento e recupera��o. Depois da recupera��o em cl�nicas particulares, eles v�o para o Cetas, que definir� a melhor destina��o.

De acordo com Luciana, quando os animais n�o apresentam condi��es de serem inseridos no seu h�bitat, o �rg�o ambiental poder� destin�-los para compor plantel, como matriz de jardim zool�gico, mantenedor, criador comercial, criador cient�fico para fins de conserva��o, mas n�o podem ser comercializados. Ela explica que a maioria dos animais recolhidos � pertencente � fauna sinantr�pica, que utiliza recursos dispon�veis nas cidades permanentemente. “Alguns deles chegam aos centros urbanos aqui por perda de h�bitat”.

O m�dico veterin�rio Alberto Leite Pinto Silva, da Cl�nica Veber, em Belo Horizonte, conta que trabalhou como conveniado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) e que era comum receber animais silvestres feridos, que deixavam as matas para buscar abrigo e alimentos. Foi ele um dos respons�veis por cuidar de um lobo-guar� atropelado, que foi resgatado pela banda de rock mineira Tianast�cia.

“Na atualidade, tem ainda muitos clientes que trazem p�ssaros, entre outros animais silvestres de pequeno porte para serem cuidados. Sempre damos o primeiro atendimento e depois orientamos procurar o Ibama, que montou estrutura pr�pria para o atendimento. � muito comum essas esp�cies serem atropeladas nas estradas, pois n�o existem cerca nesses pontos de maior concentra��o desses animais, ou mesmo manilhas sob as vias, que s�o mecanismo de preven��o”, aponta o m�dico veterin�rio.


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