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Estado de Minas

N�mero de casos de febre amarela em Minas pode ser maior que o oficial

Testes preliminares indicam que pelo menos oito �bitos no estado foram provocados pela doen�a transmitida pelo mosquito. No entanto, decreto aponta 17 �bitos confirmados e, somente em Te�filo Otoni, foram notificados sete casos da doen�a e quatro mortes.


postado em 12/01/2017 06:00 / atualizado em 12/01/2017 08:13

Em Ladainha, a população está sendo vacinada contra a febre amarela em quadra poliesportiva(foto: Fábio Souza/Divulgação)
Em Ladainha, a popula��o est� sendo vacinada contra a febre amarela em quadra poliesportiva (foto: F�bio Souza/Divulga��o)
Exames preliminares feitos em pessoas que morreram em Minas Gerais com suspeita de febre amarela silvestre, transmitida pelo mosquito Haemagogus, j� indicam que esta foi a causa de pelo menos oito �bitos no estado. As mortes est�o entre as 14 at� ent�o informadas pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES) desde o an�ncio, feito no in�cio da semana, da ocorr�ncia de um surto da doen�a registrado nos primeiros dias deste ano. A SES trata as mortes como prov�veis, termo que denota a exist�ncia de exame laboratorial reagente para a febre amarela, mas que ainda demanda investiga��o epidemiol�gica, hist�ricos de vacina��o e dos deslocamentos desses pacientes para a confirma��o final. Pelo balan�o divulgado na noite de ontem pela secretaria, o n�mero de casos suspeitos salta de 23 para 48, sendo que 16 s�o considerados prov�veis.

O surto de febre amarela colocou pelo menos 16 munic�pios em alerta, por terem notificado casos e �bitos suspeitos pela doen�a ou pela ocorr�ncia de epizootias (morte de primatas).  Todos os registros est�o sob investiga��o. Embora n�o apare�a na lista da SES de munic�pios com casos notificados, Te�filo Otoni decretou ontem situa��o de emerg�ncia devido ao que chamou de “epidemia por doen�as infecciosas virais”, referindo-se � febre amarela em cidades de sua microrregi�o para as quais ele � refer�ncia (leia texto nesta p�gina). Pela lista da SES divulgada ontem, Setubinha passa a compor a �rea de aten��o, com um caso notificado. Foram identificadas quatro Unidades Regionais de Sa�de com registro de epizootias e casos prov�veis de febre amarela silvestre em Minas.

At� ontem, pelo menos tr�s secretarias de sa�de informaram ter recebido as confirma��es positivas por parte das superintend�ncias regionais da SES �s quais est�o vinculadas. Al�m de Ladainha, no Vale do Mucuri, que havia confirmado dois �bitos por febre amarela na ter�a-feira – entre os 10 que registrou com suspeita da doen�a –, Caratinga e Malacacheta tamb�m informaram, ontem, que exames feitos em seus pacientes atestaram a ocorr�ncia de febre como causa dos �bitos. Todos  dependem ainda de uma contraprova da Funda��o Ezequiel Dias (Funed).

Desde segunda-feira, quando o governo do estado divulgou a ocorr�ncia de um surto de febre amarela silvestre em Minas, 15 munic�pios est�o em alerta por terem recebido as notifica��es de casos e �bitos. Em Caratinga, no Vale do Rio Doce, a prefeitura informou que dos oito �bitos suspeitos na microrregi�o onde est� a cidade, quatro j� tiveram uma primeira comprova��o. Por�m, para que a causa seja tornada oficial, o Minist�rio da Sa�de exige uma contraprova, que ainda n�o foi feita e a Funed est� conduzindo as investiga��es. De acordo com o secret�rio de Sa�de da cidade, Giovanni Corr�a da Silva, at� o momento foram 79 casos notificados apenas na microrregi�o de Caratinga, incluindo os oito �bitos nas cidades de Imb� de Minas, Piedade de Caratinga e Ubaporanga. Entre eles est� o de uma adolescente que praticava ecoturismo.

Na Regi�o do Vale do Mucuri, Ladainha e Malacacheta tamb�m d�o como certas as mortes por febre amarela. De acordo com o prefeito de Ladainha, Walid Nedir de Oliveira (PSDB), at� a tarde de ontem, 28 pessoas haviam dado entrada no servi�o de sa�de do munic�pio com suspeita da doen�a e, destas, 10 morreram. “J� tivemos confirma��o de que duas dessas mortes ocorreram por febre amarela”, afirma o prefeito, confirmando que o resultado foi repassado pela Superintend�ncia Regional da SES, em Te�filo Otoni. As outras oito ainda est�o em investiga��o

De acordo com os dados do munic�pio, dos 18 pacientes restantes, tr�s tiveram alta e 15 permanecem internados – oito em Te�filo Otoni e sete no hospital municipal da cidade, que teve uma ala separada para atendimentos de febre amarela.

O servi�o de sa�de de Ladainha recebeu ontem mais 2 mil vacinas, que se somaram a outras 2.600  enviadas anteriormente. A aplica��o est� sendo feita em uma quadra poliesportiva e entre sexta-feira e ontem cerca de 4 mil pessoas foram vacinadas na cidade de aproximadamente 18 mil habitantes. Dois carros de fumac� foram enviados pelo governo do estado para aplica��o de inseticida na zona rural, especialmente no distrito de Conc�rdia do Mucuri, local de origem de nove das 10 pessoas que morreram com suspeita da doen�a. “Estamos sendo apoiados por equipes do estado e n�o h� falta de vacinas. As transfer�ncias de pacientes para Te�filo Otoni, que no fim de semana estavam muito complicadas, foram regularizadas”, afirmou o prefeito.

Tamb�m no raio do alerta da SES, Malacacheta informou ter recebido comprova��o da Superintend�ncia Regional do �rg�o para um �bito por febre amarela, entre os dois que registrou com suspeita da doen�a. De acordo como secret�rio de Sa�de, Marcus Vin�cius Esteves, a cidade ainda enfrenta falta de profissionais de sa�de para aplica��o das doses e de ve�culos para deslocamento de equipes.

VACINA��O Segundo a SES, n�o h� falta de vacina contra febre amarela no estado. Entretanto,  devido ao limite de armazenagem do estoque em alguns munic�pios e ao aumento expressivo da procura, pode ocorrer um desabastecimento pontual. A secretaria informou que est� concentrando todos os esfor�os para envio das doses para as regionais de sa�de assim que � solicitada,  garantindo a cobertura vacinal nas regi�es em alerta. Mas que os munic�pios devem se organizar para solicitar o quantitativo suficiente para a vacina��o da popula��o priorit�ria.

O estado tinha 300 mil doses em estoque e recebeu ontem, do Minist�rio da Sa�de, mais 285 mil doses, totalizando 585 mil unidades de vacina para imunizar a popula��o do estado.

NOVO SECRET�RIO Dois dias depois de informar a popula��o sobre um surto de febre amarela silvestre em Minas, o governo do estado nomeou ontem um novo secret�rio de Sa�de. O deputado estadual S�vio Souza Cruz (PMDB) reassume a pasta, que h� pouco mais de dois meses vinha sendo dirigida interinamente pelo secret�rio adjunto Nalton Moreira.

Te�filo Otoni em estado de emerg�ncia

Com base em n�meros de casos e mortes por febre amarela silvestre superiores aos j� divulgados pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES), a Prefeitura de Te�filo Otoni, no Vale do Mucuri, decretou, ontem, situa��o de emerg�ncia devido � propaga��o da doen�a na regi�o. O documento trata a situa��o como uma “epidemia por doen�as infeciosas virais” e descreve a ocorr�ncia de 48 casos em munic�pios da macrorregi�o de sa�de de Te�filo Otoni. A lista de cidades inclui Almenara, Diamantina, Ataleia, Setubinha, Frei Gaspar, Novo Cruzeiro, Malacacheta, Itambacuri, Pot� e tamb�m Te�filo Otoni. Pelo decreto, 17 �bitos foram confirmados e, somente em Te�filo Otoni, foram notificados sete casos da doen�a e quatro mortes. A SES fala de 48 casos notificados em quatro regi�es do estado, sendo 16 prov�veis; al�m de 14 �bitos, com oito prov�veis.

Entre as raz�es para a ado��o da medida, o prefeito Daniel Batista Sucupira afirma que “o evento � complexo e demanda esfor�o conjunto de todo o Sistema �nico de Sa�de (SUS) para conter a epidemia que se alastra em toda regi�o dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha de forma a evitar novos casos”. O documento tem validade de 180 dias e chama aten��o para a necessidade de coopera��o entre Uni�o, Estado e munic�pios para ado��o de medidas urgentes de preven��o, controle e conten��o de riscos, danos e agravos � sa�de p�blica”. Pelo decreto, a Prefeitura de Te�filo Otoni fica autorizada a contratar, de forma justificada, servi�os e profissionais, temporariamente; bem como adquirir bens, com dispensa de licita��o, diante do quadro enfrentado na regi�o.

Segundo sua assessoria de imprensa, o prefeito editou o decreto por considerar que s�o “iminentes os riscos de a doen�a se espalhar para a urbana”. No munic�pio h� 12 unidades de sa�de, onde a vacina est� dispon�vel, em doses suficientes para toda a popula��o. (Com Larissa Ricci e Luiz Ribeiro)


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