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Estado de Minas

Ap�s oito mortes em Minas por febre amarela, imuniza��o ser� intensificada em tr�s estados

Ministro anuncia mais vacinas para Bahia, Esp�rito Santo e Rio de Janeiro. Casos em Minas v�o a 206, dos quais 53 com exames preliminares indicando a doen�a


postado em 19/01/2017 06:00 / atualizado em 19/01/2017 08:25

Nove dias depois da divulga��o dos primeiros casos e mortes por suspeita de febre amarela em Minas, o Minist�rio da Sa�de informou que os primeiros exames encomendados pela pasta confirmaram oito �bitos provocados pela doen�a. Mais testes est�o em andamento, uma vez que balan�o da Secretaria de Estado de Sa�de divulgado ontem indicou que os casos notificados chegaram a 206 – s�o 53 mortes investigadas, das 22 com um teste preliminar apontado a febre como causa. O resultado dos primeiros exames, por�m, j� levou o minist�rio a anunciar refor�o da cobertura vacinal no pa�s.

Os estados do Esp�rito Santo (nos munic�pios do oeste) e Rio de Janeiro (nos munic�pios do noroeste) ser�o inclu�dos no cintur�o de controle e v�o receber doses extras por terem �reas lim�trofes com Minas. Os dois estados n�o faziam parte da lista de 19 considerados de risco para a doen�a. A Bahia, que tamb�m faz divisa com Minas e que tinha apenas o oeste do estado considerado end�mico para febre amarela, tamb�m passa a ter a vacina��o refor�ada.

Das oito mortes confirmadas, quatro foram por febre amarela silvestre (em circula��o em regi�o de mata). Outras quatro est�o em an�lise de finaliza��o do diagn�stico, segundo o Minist�rio da Sa�de, para descartar outras possibilidades, como a febre amarela vacinal, que � uma rara rea��o desta vacina. Os testes foram realizados pelo Instituto Evandro Chagas, no Par�, e pelo Instituto Adolfo Lutz, em S�o Paulo.

Apesar da confirma��o das mortes e do crescimento dos casos notificados, o ministro da Sa�de, Ricardo Barros, descartou a ocorr�ncia de uma epidemia no Brasil, mas classificou o quadro como de alerta. Segundo ele, a decis�o de ampliar a vacina��o foi adotada em fun��o da proximidade dos tr�s estados com as cidades de Minas Gerais onde est�o sendo investigados casos da doen�a, al�m do fato de a regi�o ser formada por uma mata cont�nua. “Consideramos que a situa��o em Minas Gerais est� controlada. Al�m disso, as vigil�ncias (epidemiol�gicas) em Minas e nos outros estados s�o qualificadas e est�o agindo de forma adequada para controlar estes casos”, disse.

O ministro afirma que o Minist�rio da Sa�de est� apoiando os estados com doses extras da vacina e capacita��o t�cnica. Na Bahia, o refor�o da vacina��o abrange uma �rea de 45 cidades. J� no Rio de Janeiro, ao todo, a imuniza��o vai atender 14 munic�pios. No Esp�rito Santo, h� imuniza��o intensa em 26 cidades. Ontem, as autoridades de sa�de capixabas confirmaram ao Minist�rio da Sa�de a investiga��o de seis casos suspeitos de febre amarela silvestre nos munic�pios de S�o Roque do Cana�, Concei��o do Castelo, Ibatiba e Colatina.

DOSES EXTRAS Para ampliar a imuniza��o nos estados, o Minist�rio da Sa�de informa j� ter enviado 1,6 milh�o de doses extras para Minas Gerais, 500 mil para o Esp�rito Santo, 350 mil para o Rio de Janeiro e 400 mil para a Bahia. E que j� distribuiu, no m�s de janeiro, 650 mil doses, em todo o pa�s, como parte da rotina de abastecimento do calend�rio nacional de vacina��o. De acordo com o secret�rio Executivo do Minist�rio da Sa�de, Ant�nio Nardi, h� doses suficientes para atender todo o pa�s. “Estamos apoiando os estados na distribui��o de doses extras de vacina contra a febre amarela. Todos eles est�o abastecidos com a vacina e o pa�s tem estoque suficiente para atender toda a popula��o nas situa��es recomendadas. N�o h� necessidade de corrida aos postos de sa�de porque h� vacinas para atender � popula��o residente nos munic�pios afetados pelos casos suspeitos”, afirmou.

Em 2016, foram distribu�das 16 milh�es de doses em todo o pa�s, enquanto neste ano o Minist�rio j� anuncia que ser�o 25 milh�es de doses, com expectativa de atingir 95% de cobertura, incluindo as pessoas j� vacinadas. Dados do Minist�rio mostram que em 2015, foram registrados apenas nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil (seis em Goi�s, dois no Par� e um no Mato Grosso do Sul), com cinco �bitos. Em 2016, foram confirmados sete casos da doen�a, nos estados de Goi�s (3), S�o Paulo (2) e Amazonas (2), sendo que cinco deles evolu�ram para �bito. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os �ltimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Para especialista. cobertura vacinal estava baixa


Ampliar a �rea de recomenda��o da vacina para todo o Brasil � uma medida necess�ria, segundo o m�dico epidemiologista Pedro Luiz Tauil, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Bras�lia (UnB). Para o especialista, se uma pessoa mora em uma cidade que est� longe de qualquer �rea silvestre, mas vai precisar viajar para algum lugar perto de uma mata, � muito mais prudente que ela j� receba a vacina normalmente do que tenha que se imunizar apenas na hora de viajar, considerando que a dose precisa de 10 dias para produzir a imuniza��o necess�ria e muitas viagens podem n�o esperar esse prazo. “Tendo vacina, o ideal � vacinar em todo o pa�s em tempos de tranquilidade progressivamente e gradualmente, respeitando as contraindica��es, at� para evitar que essas vacina��es em massa possam desencadear efeitos adversos”, afirma o especialista.

Pedro Tauil tamb�m lembra que o patamar m�nimo de cobertura vacinal da popula��o que habita as �reas de risco � de 80%. Em Minas, o balan�o dos �ltimos 10 anos (2006 a 2016) mostra que apenas 49% da popula��o estava imunizada antes do surto. “O grande fator para termos casos humanos de febre amarela silvestre � a baixa cobertura vacinal”, acrescenta o professor. Ele explica que os �rg�os de vigil�ncia normalmente precisam trabalhar com dois indicadores para antever a possibilidade de surtos de febre amarela silvestre: a morte de macacos, conhecida como epizootia, e a quantidade de pessoas vacinadas.

Ontem, a SES/MG informou que come�ou a veicular uma campanha nas �reas de risco batizada de “Contra a Febre Amarela, a Vacina � sua Maior Prote��o”, que inclui an�ncios em jornais, r�dios e TVs, al�m da distribui��o de cartilhas com informa��es e respostas para as principais d�vidas sobre a doen�a. A m�dica infectologista Helena Br�gido, que � membro do Comit� de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia, acredita que esse tipo de campanha deveria ser adotada na rotina e n�o somente nos momentos de surto. “Acho que temos que ser um pouco mais severos com a quest�o da vacina. Toda campanha vacinal tem que ter a febre amarela. Precisamos dos gestores incentivando as pessoas a vacinarem igual fazem com o Z� Gotinha”, afirma.

De acordo com a SES/MG, a vacina de febre amarela est� recomendada nas a��es de rotina dos programas de imuniza��o que fazem parte do calend�rio nacional de vacina��o e deve ser aplicada em residentes da �rea com Recomenda��o de Vacina (ACRV) e em viajantes que se deslocam para ela, o que � o caso de Minas Gerais. Em todas as campanhas de vacina��o realizadas pela SES/MG, � refor�ada a import�ncia de manter o cart�o atualizado. A �ltima campanha ocorreu em setembro de 2016 e, entre as vacinas recomendadas, est� a de febre amarela, conforme a pasta.


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