O encontro de pesquisadores come�ou nesta quinta-feira e vai continuar na sexta-feira. O painel “O que � a febre amarela em antigas regi�es florestais, hoje altamente povoadas, da Bacia do Rio Doce?” quer preencher as lacunas do conhecimento cient�fico sobre a ecologia e a epidemiologia da doen�a. Pesquisadores de diferentes cidades brasileiras participaram do encontro e apresentaram um levantamento sobre a doen�a na Bacia do Rio Doce.
O pesquisador S�rvio Pontes, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e doutor de ecologia pela Universidade de Londres, discorda da afirma��o. “A informa��o foi veiculada de maneira equivocada. As regi�es de M�dio e Baixo Vale do Rio Doce, onde h� o surto, n�o foram os locais onde os rejeitos causaram desmatamento. Quando tem uma degrada��o de uma �rea ambiental pode ter escape para a �rea urbana, mas isso n�o ocorreu. Pesquisa feita em �reas onde houve desmatamento n�o t�m dado evid�ncia para essa condi��o”, explicou.
Segundo ele, a febre amarela tem um per�odo c�clico de sete anos, quando aparece grandes quantidades de casos. Neste ano, est� havendo um surto da doen�a em macacos, que est� atingindo as pessoas em uma transmiss�o silvestre. “N�o h� evid�ncia de febre amarela urbana, que seria transmitida pelo Aedes aegypti”, comentou.
A grande quantidade de casos pode ser relacionada, de acordo com Pontes, com situa��es ecol�gicas. “A intensidade est� acima do normal, o que pode est� relacionado com o aquecimento global, que afeta o regime de chuva, e, junto ao calor, provoca o aumento dos vetores. Outro ponto � o n�vel de degrada��o ambiental nas �reas pr�ximas �s cidades. Se h� queimadas, per�odo de seca muito intenso, todos os fatores podem aumentar alguns componentes relacionados � doen�a, em particular os mosquitos”, afirmou o professor.
(RB)