
O assassinato foi no in�cio da manh�. Dois rapazes renderam a empregada do lado de fora da casa, quando ela limpava a cal�ada, e a fizeram abrir o port�o do n�mero 872 da Alameda das Amendoeiras. Assim que a dupla entrou, o idoso deixou de lado a revista de palavras cruzadas que o entretinha, e perguntou o que os dois homens faziam ali.
Nesse momento, h� um desencontro de informa��es que ser� desvendado pela Delegacia de Homic�dios de Nova Lima. Segundo alguns amigos da fam�lia, a empregada teria contado que, diante do questionamento do idoso, um assaltante perguntou ao outro se eles deveriam atirar contra a v�tima. O comparsa teria dito que n�o, mas o autor da pergunta decidiu apertar o gatilho.
Em outra vers�o, que tamb�m teria sido relatada pela empregada, um dos dois homens atirou contra o peito do idoso, sem pronunciar nenhuma palavra, logo depois de ele questionar a presen�a da dupla. A partir daqui, as duas vers�es convergem entre si: os invasores deixaram a resid�ncia sem levar nenhum objeto. Fugiram numa moto em rumo ignorado.
Benone deixou a esposa, com quem era casado havia muitos anos, al�m de tr�s netos, um filho e duas filhas. Ele e a agora vi�va moravam com uma das filhas, que estava na casa no momento do crime. Ela ouviu o disparo que matou o pai. “Est� inconsol�vel”, contou uma amiga que foi levar os p�sames � fam�lia da v�tima.
Outros amigos contaram que Benone estava preocupado com a seguran�a no im�vel. H� seis meses, por exemplo, ele sugeriu � filha com quem morava, que � a dona da casa, que uma grade de ferro e com pontas agudas fosse colocada sobre o muro. O acess�rio foi instalado.
J� nesta semana, ele comentou com o filho da possibilidade de uma c�mera de v�deo ser instalada na entrada da resid�ncia. O equipamento n�o foi providenciado ainda pela fam�lia. Apesar disso, h� a possibilidade de alguma c�mera na regi�o ter filmado o rosto dos criminosos. H� at� a suspeita de que eles tenham sido vistos rondando a �rea no dia anterior ao homic�dio.
Quem explica � Fernando Maciel, presidente da Associa��o dos Moradores do Ouro Velho: “Tivemos not�cias de que dois suspeitos estavam rondando pelo bairro na quarta-feira, e refor�amos as aten��es. N�o d� para garantir se h� rela��o entre os fatos, mas as c�meras de seguran�a ser�o analisadas pela Pol�cia Civil”.
Embora o Ouro Velho seja considerado por muita gente como um condom�nio, trata-se de um bairro com seguran�a privada em duas das tr�s entradas. Apesar da preocupa��o com a viol�ncia, Benone considerava o lugar menos perigoso que sua antiga moradia, na Serra, em BH.
“Ele e a esposa achavam que aqui seria mais tranquilo”, lamentou o sobrinho-neto Alexandre Diniz, de 31. Durante toda o dia de ontem, amigos e parentes foram � resid�ncia confortar as duas filhas e o filho de Benone. Por precau��o, a vi�va s� foi informada da morte do marido numa cl�nica m�dica.