
O Sul do estado n�o figura na �rea da alerta da Secretaria de Sa�de (SES-MG), mas a pasta informou ontem que aguarda an�lise do �bito, que ocorreu em S�o Paulo, para decidir se refor�ar� a vacina��o para a popula��o de Delfin�polis e cidades vizinhas – a secretaria informou que a aplica��o de doses est� dispon�vel na regi�o como parte da rotina de imuniza��o. Na semana passada, a morte de um morador da zona rural de Janu�ria (Norte de Minas) j� havia acendido o alerta para casos fora do Leste e do Nordeste do estado, que est�o em emerg�ncia por causa do surto da doen�a.
Pelo boletim de ontem, o munic�pio de Ladainha (Vale do Mucuri) ainda � a localidade com mais mortes por febre amarela em Minas, com 10 registros. Em seguida aparecem Te�filo Otoni (5 mortes), Ipanema (4), Itambacuri (3), Piedade de Caratinga (2), Malacacheta (2), Imb� de Minas (2), S�o Sebasti�o do Maranh�o (2), Pot� (2), Concei��o de Ipanema (1), Setubinha (1), Jos� Raydan (1), Ubaporanga (1). Fora de Minas, j� foram confirmadas mortes pela doen�a em S�o Paulo. H� casos em investiga��o na Bahia, Esp�rito Santo e Distrito Federal. Ao todo, de acordo com o Minist�rio da Sa�de foram registrados este ano 438 casos suspeitos de febre amarela no Brasil, com 89 mortes. Do total, 364 est�o em investiga��o, 70 foram confirmados e quatro descartados. Das mortes, 40 foram confirmadas e 49 permanecem em investiga��o.
Para especialistas, o avan�o da doen�a para outras regi�es exige tomada de medidas de controle urgentes por parte das autoridades p�blicas, n�o s� em �reas consideradas priorit�rias. A meta, eles defendem, deve ser evitar a todo custo a propaga��o de novos casos, inclusive para �reas urbanas. “� preciso que o Minist�rio da Sa�de reforce a necessidade de vacina��o nas cidades pr�ximas das �reas onde os casos est�o sendo reportados, para impedir que se eles alastrem”, afirma Rodrigo C�sar Magalh�es, da Funda��o Oswaldo Cruz, doutor em Hist�ria das Ci�ncias e da Sa�de.
O especialista acrescenta que “esse cord�o de isolamento deve ser feito nas �reas do entorno de onde v�m as pessoas que morreram ou apresentaram a doen�a”. Para Magalh�es, somente com vacina��o adequada, controle rigoroso dos casos notificados e dos deslocamentos das pessoas das �reas de surtos ser� poss�vel evitar o alastramento dos casos.
O especialista cobra, ainda, provid�ncias no combate ao Aedes aegypti, tamb�m transmissor da dengue, zika e cikungunya, como forma de evitar que o mosquito tamb�m passe a transmitir a febre amarela no meio urbano. “O combate deve ser sem tr�guas porque nos pr�ximos meses, as j� end�micas doen�as transmitidas pelo Aedes v�o sobrecarregar ainda mais os servi�os de sa�de p�blica”, ressalta.
NORTE Em Janu�ria, onde houve corrida por vacinas na semana passada ap�s a not�cia de que um morador da zona rural da cidade havia morrido em Bras�lia (DF), um novo lote de 40 mil doses chegou ao munic�pio. As equipes de vacina��o percorrem as comunidades, com maior aten��o para V�rzea Bonita, pr�ximo a S�o Joaquim, onde vivia o mineiro de 40 anos que morreu de febre amarela. Isso porque V�rzea Bonita foi apontada como prov�vel local de infec��o. Em algumas localidades da zona rural de Janu�ria, a vacina��o ser� feita nas casas dos moradores. A partir da pr�xima segunda-feira, a vacina��o ser� reiniciada na regi�o de S�o Joaquim, onde dever�o ser atendidas 14 localidades at� 2 de fevereiro.
Ontem, o Minist�rio da Sa�de divulgou balan�o mostrando que o atual quadro da doen�a em Minas supera os dois piores cen�rios j� vividos no pa�s em rela��o ao n�mero de casos e de mortes por febre amarela desde 2003, ano em que foram confirmados 64 casos da doen�a e 23 mortes. De l� pra c�, outros dois grandes surtos ocorreram em 2008 (46 casos e 27 mortes) e em 2009 (47 casos e 17 mortes). Pela manh�, o ministro Ricardo Barros afirmou que o Brasil tem condi��es t�cnicas de superar o surto e que a pasta n�o trabalha com a hip�tese de avan�o da doen�a para �reas urbanas. “O Brasil tem capacidade t�cnica, de assist�ncia, pessoal, infraestrutura e de vacinas, para bloquear esse surto. Agora, depende efetivamente das pessoas irem � vacina��o e de t�cnicos agirem corretamente quando surge cada caso”, disse. Barros afirmou que todos os protocolos da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) est�o sendo seguidos e garantiu que n�o faltar�o vacinas. Disse ainda que o governo acompanha a tese de que o surto pode estar ligado ao rompimento da Barragem do Funda��o, emMariana, em 2015, aventada pela bi�loga da Fiocruz M�rcia Chame. “Mas n�o h�, de nossa parte, nenhuma confirma��o sobre essa quest�o”, afirmou. (Colaborou Luiz Ribeiro)
