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Estado de Minas

Conhe�a o besouro que amea�a 1,8 mil �rvores de Belo Horizonte

Infesta��o de besouro e ataque �s ra�zes deixa esp�cimes vulner�veis. Ap�s identificar surto h� quatro meses, prefeitura anuncia corte de emerg�ncia para minimizar risco no carnaval


postado em 08/02/2017 06:00 / atualizado em 08/02/2017 07:45

Primeiros alvos de ataque foram observados em 2013, no Prado. Na Rua Três Corações, rota de coletivos e escolares, ainda há troncos infestados(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Primeiros alvos de ataque foram observados em 2013, no Prado. Na Rua Tr�s Cora��es, rota de coletivos e escolares, ainda h� troncos infestados (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Com at� oito cent�metros de comprimento, carapa�a brilhante e capaz de causar estragos enormes, o chamado besouro met�lico se tornou o novo inimigo n�mero um das �rvores de Belo Horizonte, deixando 1.800 esp�cimes sob alerta, monitorados por risco de ruir sobre pessoas, im�veis e ve�culos – como j� ocorreu recentemente. De nome cient�fico Euchroma gigantea, o inseto foi identificado por pesquisadores e t�cnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente em troncos e ra�zes de mungubas e paineiras de grande porte, em passeios de todas as regi�es da cidade. O surto populacional foi constatado h� quatro meses, mas n�o se descobriu ainda inseticida ou m�todo que seja eficiente para combater os insetos, restando aos agentes da prefeitura cat�-los manualmente e buscar solu��es para a praga. Mais uma preocupa��o para uma cidade que assiste a cada chuva troncos de grande porte despencando sobre carros e bloqueando vias nos bairros e at� na Pra�a 7, no Hipercentro, onde um exemplar esmagou um ve�culo no domingo. Diante dessa situa��o e com a capital prestes a receber 2,4 milh�es de foli�es que devem lotar as ruas no carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a supress�o ou poda de 50 �rvores no trajeto dos blocos.


O besouro met�lico em si n�o provoca danos �s �rvores, mas suas larvas – de at� 12 cent�metros – devoram o miolo dos troncos e escavam a estrutura das ra�zes, abrindo galerias. O ataque tira a firmeza do tronco, que fica vulner�vel a ventos e chuva. Em 2013, especialistas do Meio Ambiente observaram pela primeira vez a a��o dos insetos em BH, em mungubas do Bairro Prado, na Regi�o Oeste, e descreveram h�bitos e consequ�ncias das infesta��es em um artigo cient�fico para a revista Tecnologia e Ci�ncia Agropecu�ria. “O ataque das larvas � denunciado pelo desfolhamento da copa e pelo aspecto amarelado das folhas, possibilitando uma segura indica��o de corte, ante o iminente perigo que as �rvores afetadas representam para a comunidade”, diz o artigo.


De acordo com a urbanista M�rcia Mour�o Parreira Vital, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foi por meio do invent�rio das �rvores de Belo Horizonte que a prefeitura conseguiu identificar as esp�cies preferidas pelos besouros, para tentar fazer o monitoramento e a supress�o das condenadas. Contudo, o invent�rio cobre apenas 300 mil das estimadas 480 mil �rvores da capital. O trabalho, interrompido em 2014 e atualmente sem contrato para continua��o, abrangeu as regionais Leste, Oeste, Noroeste, Centro-Sul e parte da Pampulha. “Pelo invent�rio conseguimos identificar os alvos que podem estar infestados. Dessas cerca de 1.800 �rvores, algumas com certeza ser�o alvo de supress�o. Embora n�o tenhamos a cidade mapeada, as regi�es Barreiro, Venda Nova, Norte e o restante da Pampulha t�m um trabalho de rotina para monitoramento da vegeta��o. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) tamb�m est� apoiando o trabalho”, afirma.

AMEA�A DE P�
O inseto foi identificado inicialmente nas ruas Tr�s Cora��es e Safira, no Bairro Prado, Oeste de Belo Horizonte. Quatro anos depois, a presen�a da praga ainda � not�ria entre os moradores, que relatam at� a queda de uma munguba h� dois meses, na Rua Tr�s Cora��es, que quase atingiu uma senhora no passeio. “Tinha chovido e a �rvore caiu, bloqueando a rua. Foi um grande susto e por sorte a mulher que passava n�o foi esmagada”, lembra a gerente de departamento pessoal Camila Santos Dias, de 28 anos, que mora na rua h� nove. Nas cal�adas do seu quarteir�o h� pelo menos cinco grandes mungubas infestadas de besouros met�licos. “Todos os dias vejo esses besouros, e nunca imaginei que era por causa deles que as �rvores daqui estavam caindo. D� muito medo, porque a gente pode estar passando no momento e ser atingida”, disse.


Pelo artigo da revista cient�fica de 2013, foram localizadas oito mungubas infestadas na Rua Tr�s Cora��es e 29 na Rua Safira. Os besouros met�licos podem ser vistos em plena luz do dia nessas vias, voando entre galhos, muros de casas e portarias de pr�dios. Nas �rvores em que foram avistados, a presen�a de larvas tamb�m deixou rastros compat�veis com os descritos no artigo cient�fico – orif�cios profundos nos troncos e ra�zes, ac�mulo de serragem saindo pelas aberturas, diversas marcas de cicatriza��o na casca e apodrecimento de ra�zes e parte inferior dos troncos. Nas duas ruas, a queda de uma das grandes �rvores pode causar uma trag�dia, uma vez que circulam por l� �nibus do transporte p�blico e v�rias vans de transporte escolar. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a coleta dos besouros e a supress�o de �rvores infestadas foi iniciada e o trabalho mais intenso tem sido realizado pela Regional Centro-Sul.

(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)


INIMIGO SILENCIOSO

Conhe�a o inseto que, depois do ataque da mosca-branca-do-f�cus, representa o novo risco para a vegeta��o urbana e para cidad�os de BH


BESOURO MET�LICO

Nome cient�fico: Euchroma gigantea
Distribui��o: Am�rica do Sul
Dimens�es: 8cm (adulto) 12cm (larva)

CICLO DE VIDA

As f�meas p�em ovos entre osmeses de dezembro e mar�o, por entre rachaduras em cascas de �rvores. O per�odo m�dio de incuba��o � de 19 dias

As larvas escavamgalerias no troncoenas ra�zes, onde completam o ciclo biol�gicode 240 dias, tornando-se pupas por mais de 300 dias

Ap�s emergir, o adulto escava uma galeria de forma ovalada, no sentido vertical, em dire��o � superf�cie do solo

%u2714A RAIZ DO PROBLEMA

Como as larvas destroem o sistema de ra�zes, as �rvores ficam sem sustenta��o, caindo facilmente pela a��o do vento

Fonte: Universidade Federal de Goi�s

Motoserra no roteiro dos blocos

Al�m dos riscos do dia a dia, as �rvores infestadas pelo besouro gigante met�lico trazem uma preocupa��o imediata e de propor��es gigantescas: o carnaval de Belo Horizonte. A combina��o dos esp�cimes comprometidos pelo inseto com chuva, raios e ventos � potencialmente arriscada no meio da multid�o de 2,4 milh�es de foli�es que prometem tomar conta das ruas da capital. Para tentar evitar acidentes como o que ocorreu em plena Pra�a Sete no domingo, quando uma �rvore de grande porte despencou sobre dois ve�culos, atingindo um deles em cheio, a prefeitura anunciou a supress�o ou poda de 50 mungubas e paineiras atacadas pela praga. Elas est�o no trajeto dos 350 blocos que v�o desfilar pela cidade, principalmente nas regi�es Centro-Sul e Leste.


Ontem, foi cortada uma �rvore na Rua Juiz de Fora, no Barro Preto (Centro-Sul de BH), e hoje est� programada poda de um exemplar na Rua dos Otoni, no Bairro Santa Efig�nia. “A opera��o no carnaval � para fazer a gest�o de riscos e desastres em virtude de cerca de 400 desfiles, alguns com mais de 50 mil pessoas, decorrentes de �rvores e chuvas. Em fun��o da queda da �rvore na Pra�a Sete, nos antecipamos, pois haveria p�nico e correria se isso ocorresse na festa”, afirmou o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel Alexandre Lucas. No trajeto dos blocos foram avaliadas quais �rvores estavam com a situa��o comprometida, com risco de queda ou atacadas pelo besouro met�lico. A an�lise est� sendo feita por bi�logos e engenheiros-agr�nomos e florestais.


O secret�rio Municipal de Meio Ambiente, M�rio Werneck, ressaltou que as a��es t�m respaldo t�cnico-cient�fico e tudo est� sendo feito de forma a n�o assustar a popula��o nem provocar caos. “As �rvores s�o frondosas e t�m caracter�sticas diferentes. Olhando, n�o observamos que est�o ruins, mas podem cair muito rapidamente, principalmente nesta �poca, com chuvas torrenciais e muito vento”, disse.


Engenheiro-agr�nomo da PBH e doutor em entomologia, Dany S�lvio Amaral informou que o surto populacional da esp�cie de besouro, conhecido h� muito tempo e end�mico do Brasil, foi observado h� quatro meses. “O ataque � silencioso. A �rvore pode estar frondosa, com frutos, mas sendo corro�da”, afirmou. Algumas das causas apontadas pelo especialista para a infesta��o s�o a diminui��o de inimigos naturais e da diversidade biol�gica na cidade. Segundo ele, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Biol�gico de S�o Paulo est�o estudando formas de controle, como inseticidas injet�veis nos troncos das �rvores e armadilhas para capturar os insetos.


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