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Estado de Minas

Morte de macacos com suspeita de febre amarela espalha alerta no mapa de Minas

Um m�s ap�s identifica��o do surto, com repique no n�mero de casos e mortes de primatas em v�rias regi�es, especialistas destacam necessidade de medidas para bloquear doen�a


postado em 09/02/2017 06:00 / atualizado em 09/02/2017 07:47

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)
Um m�s depois do an�ncio do surto de febre amarela pelas autoridades de sa�de do estado, a doen�a tra�a em Minas uma geografia que exige aten��o, na avalia��o de infectologistas. Al�m de haver casos humanos espalhados por praticamente todos os quadrantes do estado, o mapa que mostra o registro de morte de macacos – fen�meno que indica poss�vel circula��o do v�rus – gera alerta em todas as regi�es de Minas.

J� s�o 144 munic�pios com algum tipo de notifica��o de morte de primatas. Em 70 deles h� suspeita; em 22 h� investiga��o em curso, e em 52 dessas cidades a mortandade foi confirmada por febre amarela (veja mapa). Ao avaliar os �ltimos 30 dias, especialistas afirmam que as medidas de controle mostraram efici�ncia, mas alertam que o momento n�o � de baixar a guarda. At� porque, o n�mero de mortes e casos confirmados voltou a subir e a proximidade do per�odo de carnaval – com intenso tr�nsito de turistas por todo o pa�s –, pode favorecer a dissemina��o da doen�a.

Balan�o da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) divulgado ontem mostra que j� s�o 908 casos suspeitos de febre amarela no estado, 39 a mais que o dado do dia anterior. Os diagn�sticos confirmados subiram de 184 para 190, enquanto as mortes sob investiga��o saltaram de 141 para 146. Do total de �bitos, 66 j� tiveram a confirma��o para a virose.

Ao tra�ar um balan�o dos 30 dias de surto, o infectologista Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, chama a aten��o para a necessidade de se manter o bloqueio vacinal contra a dissemina��o da doen�a, com prioridade para as �reas atingidas, at� que se alcance em torno de 80% da popula��o mineira vacinada. Na d�cada anterior ao atual surto (2006/2016), esse �ndice era de 49% no estado. “Com cerca de 80% da popula��o imunizada � poss�vel evitar que o surto progrida, porque se consegue ter uma prote��o por arraste, ou seja, um grupo de pessoas vacinadas consegue proteger uma outra n�o vacinada”, afirma.

O especialista afirma que, al�m das �reas com registro de casos humanos, os locais onde foram identificadas mortes de macacos devem ter refor�o vacinal em um raio de at� 50 quil�metros. “Essa dist�ncia � determina��o da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) e � importante ser levada em considera��o para se alcan�ar o fim do surto e evitar o surgimento de novos casos, n�o s� em Minas, mas em outras partes do pa�s”, explica. Ele destaca que � “fundamental seguir � risca o programa de vacina��o nacional, do Minist�rio da Sa�de, para que se possa manter a resist�ncia ao avan�o da doen�a”.

O especialista pondera que n�o h� motivo de p�nico que exija vacina��o em massa e em tempo recorde em todo o estado, a n�o ser nas �reas priorit�rias. Mas diz que, com planejamento e com informa��o clara, os �rg�os de sa�de devem buscar a atualiza��o do cart�o de vacina das pessoas que continuam desprotegidas. “Esse foi um surto de grandes propor��es. O maior dos �ltimos tempos. Ainda no olho do furac�o n�o � poss�vel definir todas as causas, mas muito provavelmente a cobertura deficiente da vacina em �reas de risco foi determinante para que ele ocorresse”, afirma, destacando que n�o � poss�vel deixar que a situa��o se repita.

Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o m�dico Estev�o Urbano tamb�m diz que o momento � de olhar para o sofrimento gerado pela febre amarela, para evitar que a enfermidade continue sendo uma amea�a. “� preciso aprender com a hist�ria e seguir a vacina��o pelo pa�s, como prev� o calend�rio nacional do Minist�rio da Sa�de. Desta vez, o surto foi principalmente em Minas. N�o � poss�vel prever quando e qual ser� a pr�xima regi�o. � preciso prevenir”, disse, lembrando que o carnaval pode facilitar a transmiss�o da doen�a, diante da maior circula��o de pessoas em todo o pa�s.

Especialista afirma que ideal é que cobertura vacinal chegue a 80% da população(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Especialista afirma que ideal � que cobertura vacinal chegue a 80% da popula��o (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)

CRISE DO SISTEMA
De olho no impacto que o surto trouxe para os servi�os de sa�de das regi�es afetadas, infectologistas refor�am ainda mais a necessidade de se manter o bloqueio vacinal ativo. “Foi um per�odo muito complicado. As redes que j� trabalham sobrecarregadas foram ainda mais exigidas. Outro agravante foi a transi��o de governo em muitos munic�pios, com descontinuidade da pol�tica p�blica em alguns casos”, ressalta Carlos Starling. Ele lembrou ainda que o j� crescente registro de casos das doen�as transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya) e outros problemas de sa�de t�picos da �poca, como leptospirose e diarreia, geram ainda mais sobrecarga no atendimento, com impacto importante para gestores, trabalhadores e, sobretudo, para a popula��o.

Em nota, a Secretaria de Estado da Sa�de informou que, assim como � do entendimento dos especialistas, vem mantendo o trabalho de preven��o e bloqueio vacinal, bem como de vigil�ncia e investiga��o, tanto de novos casos humanos quanto das mortes de macacos. A pasta informou que mant�m estrat�gias de vacina��o definidas por crit�rios, divididos em tr�s categorias.

Nas cidades com casos e mortes por febre amarela ou morte de macacos confirmadas pela doen�a, a imuniza��o, classificada como em situa��o de emerg�ncia epidemiol�gica, � feita de forma intensificada. H� vacina��o nos postos fixos, volantes e de casa a casa. Nos munic�pios com rumores ou investiga��o de morte dos animais e em cidades limites a regi�es com doentes humanos e mortes de primatas confirmadas, a aplica��o � intensificada na rotina e, na zona rural, feita de casa em casa. J� nas regi�es sem suspeita de casos humanos ou morte de macacos, os servi�os de sa�de devem permanecer vacinando conforme demanda espont�nea e a rotina do calend�rio nacional.

Ainda de acordo com a secretaria, a distribui��o das vacinas se mant�m constante, dentro da capacidade de entrega pelo minist�rio e de armazenamento e administra��o das doses pelas equipes de sa�de dos munic�pios. At� ontem, a pasta havia distribu�do 4,48 milh�es de doses para atender �s �reas de intensifica��o e rotina de imuniza��o. Dados fornecidos pelas unidades regionais de sa�de mostram que j� foram aplicadas 2,4 milh�es de vacinas, sendo 1,4 milh�o nos munic�pios com surto de febre amarela.


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