
Enquanto a aproxima��o da doen�a amedronta a capital – embora autoridades sanit�rias destaquem ser prov�vel que a poss�vel contamina��o tenha ocorrido fora da cidade –, cresce tamb�m o mapa de investiga��o da doen�a na Grande BH, onde chegou a sete o total de cidades com registro de morte de macacos. Ontem foi a vez de Juatuba, a cerca de 50 quil�metros de Belo Horizonte, se juntar � lista. No �ltimo domingo, ciclistas encontraram o corpo de um mico na zona rural da cidade. O animal foi encaminhado para an�lise da Funda��o Ezequiel Dias.
De acordo com boletim da Secretaria de Estado de Sa�de, Minas tem 992 casos suspeitos da doen�a, com 169 mortes notificadas e 69 confirmdas. A Grande BH n�o tem casos humanos diagnosticados, mas h� confirma��o de que macacos encontrados em BH, Betim e Contagem morreram por febre amarela, enquanto em Nova Lima o processo segue investiga��o. Em Lagoa Santa e Ribeir�o das Neves, por enquanto, o registro ainda se restringe a rumores de que primatas tenham sido encontrados mortos.
Em Belo Horizonte, a prefeitura intensificou ontem as a��es de vacina��o e controle de zoonoses. Al�m do macaco que comprovadamente morreu v�tima do v�rus, em venda Nova, corpos de outros dois foram recolhidos na cidade e s�o submetidos a exames. O �ltimo morreu no Parque Jacques Cousteau, no Bairro Bet�nia, Regi�o Oeste, o que levou muitas pessoas a buscar vacinas nos tr�s postos de sa�de da comunidade. No Centro de Sa�de Bet�nia, a fila tinha cerca de 40 pessoas por volta das 9h30, quando as doses j� eram aplicadas. Segundo funcion�rios da unidade, a partir das 16h uma senha foi distribu�da para organizar o atendimento.
Ontem, equipes come�aram a percorrer cerca de 120 casas em um raio de 200 metros em torno do parque para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, que tamb�m pode transmitir a febre amarela, e para orientar a comunidade sobre a necessidade de se vacinar. Em algumas casas foram descobertas larvas do inseto, tamb�m transmissor da dengue, zika e chikungunya. O �ltimo caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942. O atual surto em Minas � considerado silvestre, com transmiss�o pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.

REFOR�O A Prefeitura de BH aplicou inseticida no interior do Parque Jacques Cousteau, unidade que est� interditada e ainda vai receber telas com o mesmo produto qu�mico no entorno de suas instala��es. A barreira tamb�m come�ou a ser instalada ontem no entorno da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Venda Nova, na regi�o que teve o �nico macaco morto j� com cont�gio confirmado por febre amarela. “As telas s�o importantes nas Upas, porque s�o os locais em que a PBH estabiliza pacientes com suspeita da doen�a antes de serem encaminhados ao Hospital do Barreiro”, afirmou a enfermeira Adriana Cristina Camargos de Rezende, refer�ncia t�cnica da Ger�ncia de Assist�ncia da Secretaria de Sa�de.
Repercuss�o e mais verbas
O pior surto de febre amarela enfrentado por Minas Gerais na hist�ria recente foi assunto de debate ontem, na Assembleia Legislativa. A fala mais contundente foi do deputado Antonio Jorge (PPS), ex-secret�rio de estado da Sa�de. “Precisamos procurar o governo do estado, o governo federal e as prefeituras para resolver esse problema grav�ssimo”, disse. Jo�o Leite (PSDB) engrossou o coro e denunciou a aproxima��o do surto de �reas urbanas. “A popula��o est� correndo s�rios riscos, enquanto o governo cruza os bra�os”, disse, recebendo apoio do colega de plen�rio Bonif�cio Mour�o (PSDB), que denunciou a paralisa��o de obras de 14 hospitais no estado.
O Minist�rio da Sa�de anunciou ontem que vai disponibilizar R$ 7,4 milh�es para assist�ncia a v�timas da doen�a em Minas. Os recursos dever�o ser empregados para custear servi�os hospitalares e ambulatoriais, al�m de despesas emergenciais durante os pr�ximos tr�s meses. O montante ser� repartido entre a Secretaria de Estado da Sa�de e os munic�pios de Te�filo Otoni, Ipatinga e Caratinga.