
Com isso, subiu para oito o total de macacos mortos encontrados na capital, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de. Exame feito em um deles deu positivo para a doen�a. O animal foi encontrado no Bairro Copacabana, em Venda Nova. Na semana passada, mais um registro no Parque Jacques Cousteau, no Bairro Bet�nia, Regi�o Oeste da cidade, levou ao fechamento da �rea verde para visita��o por tempo indeterminado.
No caso do Bairro Castelo, um mico foi visto morto na cal�ada por um casal que fazia caminhada. Por volta das 8h, o analista de sistemas H�lcio Valadares, de 56 anos, e a mulher dele localizaram o animal e acionaram o servi�o de Zoonoses para recolhimento do primata, que ter� a infec��o por febre amarela investigada. “O mico estava na cal�ada, sem sinais de atropelamento ou de maus-tratos”, explicou o analista, que teme o retorno da doen�a para os centros urbanos, o que n�o ocorre desde 1942. No atual surto que Minas Gerais enfrenta foram registrados apenas casos silvestres da enfermidade, transmitida nesse caso pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Nas cidades, a febre amarela tem como poss�vel vetor o Aedes aegypti, tamb�m transmissor da dengue, zika e chikungunya. A presen�a de macacos mortos funciona como ind�cio de transmiss�o do v�rus, j� que os animais, quando infectados, tamb�m adoecem e podem morrer.
O encontro do primata morto na RMBH aumenta o temor em rela��o � doen�a. “A gente fica apreensivo por causa do surto. Quando vemos o animal morto, pode ser um sinal da presen�a do v�rus na regi�o”, comentou o analista de sistemas. O receio de H�lcio � confirmado pelo infectologista Dirceu Greco, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, que afirma haver possibilidade de ocorrerem casos aut�ctones de febre amarela em alguma das cidades com epis�dios de morte de macacos – ou seja, situa��o em que a contamina��o de humanos ocorre dentro do territ�rio e n�o � “importada” de outra �rea. “� importante que os servi�os de sa�de estejam atentos, porque s�o cidades com uma popula��o muito grande, com tr�nsito intenso de pessoas e, especialmente nas �reas perif�ricas desses munic�pios, h� muitos problemas de saneamento e outros de sa�de p�blica que podem contribuir para a transmiss�o do v�rus pelo Aedes aegypti”, afirma.
Ainda segundo o especialista, a descoberta de macacos mortos exige expans�o da cobertura vacinal na �rea, bem como notifica��o clara e r�pida, com cuidados espec�ficos para que se evite a expans�o da doen�a caso algum morador dessa regi�o seja infectado. “Assim como foi feito com os pacientes do interior que vieram para BH se tratar no Hospital Eduardo de Menezes, � preciso restringir o risco de um paciente doente na Grande BH ser picado pelo Aedes, que passaria a transmitir a doen�a.”
Em nota, a Secretaria Municipal de Sa�de informou que os macacos encontrados mortos na capital s�o recolhidos por uma equipe da Zoonoses e encaminhados para laborat�rio pr�prio. No local � feita avalia��o das condi��es para recolhimento de amostra e envio ao laborat�rio de refer�ncia para outras doen�as, como febre amarela. Um boletim semanal ser� enviado pelo �rg�o com os resultados dos exames.

VACINA��O A estrat�gia de vacina��o diferenciada em Belo Horizonte j� foi adotada com diretrizes discutidas entre o Minist�rio da Sa�de e as secretarias estadual e municipal, conforme informou a pasta estadual. “Essa a��o foi iniciada imediatamente, assim que os munic�pios tomaram conhecimento do resultado positivo para febre amarela nos primatas. O minist�rio tem encaminhado doses extras de vacina e todas as a��es realizadas pelos munic�pios est�o sendo apoiadas pela SES”, diz o texto.
Em todo o estado, foram notificados 1.012 casos humanos da doen�a, com 78 mortes confirmadas e 96 sob investiga��o. A secretaria estadual ressaltou que n�o h� pacientes humanos com local prov�vel de infec��o em Belo Horizonte ou em cidades da regi�o metropolitana. “A positividade de febre amarela no primata � um evento sentinela, comprovando que h� circula��o do v�rus na regi�o. As a��es de vacina��o dever�o ser capazes de evitar a ocorr�ncia de casos humanos, portanto, est�o sendo realizadas de forma coordenada e imediata. A popula��o deve buscar a unidade de sa�de mais pr�xima portando o cart�o de vacina��o (se poss�vel) para ser avaliada em rela��o � sua situa��o vacinal”, informa a nota. Ainda segundo a pasta, nas �reas de maior risco (pr�ximo ao local onde os macacos mortos foram encontrados), as equipes de sa�de t�m visitado as resid�ncias em busca de n�o vacinados.
