
“Ele entrou com dois indiv�duos, a priori desconhecidos, no pr�dio de classe m�dia alta. A imagem � clara: em momento algum eles mant�m a v�tima sob amea�a. Entraram com o consentimento do Pedro e passaram a noite na casa dele. A v�tima foi encontrada nua”, afirmou. “S� mesmo o desenrolar das investiga��es para determinar se eram desconhecidos da v�tima. N�o h� como sustentar o grau de intimidade entre eles. Estamos em per�odo de carnaval, ent�o, podem ter se encontrado num bloco, ou poderiam ser garotos de programa”, acrescenta.
O delegado garante que n�o houve motiva��o homof�bica no caso, n�o se configurando como crime de �dio. O chefe da Homic�dios ressalta tamb�m que as evid�ncias mostram que n�o foi premeditado. “A forma como ele foi morto, com um simples golpe no pesco�o, indica que os autores poderiam nem ter pensado nisso. Ocorreu algo dentro do quarto e de homic�dio passou para latroc�nio. Seja por algum desentendimento ou porque os autores gostaram de alguns pertences de valor da v�tima, eles mataram e depois roubaram”, diz. O advogado foi atingido na lateral do pesco�o com um �nico golpe de faca. O corpo foi encontrado pela faxineira que prestava servi�o para ele, no apartamento do sexto andar do Residencial Monet, na Rua Santa Rita Dur�o.

Objetos como uma televis�o, um videogame, um celular novo e uma caixa de joias foram levados dentro da maior mala do jogo de tr�s bagagens. As imagens mostram ainda que a dupla saiu pela garagem. A pol�cia acredita que eles podem ter embarcado num t�xi. Matheus Cobucci diz que v�rias den�ncias est�o sendo recebidas pelo telefone 181. Ele acredita que nos pr�ximos dias o caso ser� elucidado.
O corpo de Pedro Juliano Mendes foi velado na funer�ria da Santa Casa Montes Claros, cidade natal da fam�lia da m�e do advogado. O rapaz � filho do promotor Marisson Maur�cio Mendes. Parentes e amigos da fam�lia, muitos deles membros do Minist�rio P�blico, prestaram as �ltimas homenagens. O vendedor Marc�lio Messias de Freitas, tio da v�tima, disse que a fam�lia ficou muito abalada com as circunst�ncias da morte de Pedro, que se formou em direito h� cinco anos. Os pais do advogado est�o chocados. “Esperamos que seja feita a investiga��o, que se venha a descobrir os culpados e que eles sejam punidos na forma da lei”, disse Freitas. O sepultamento ocorreu no Cemit�rio Parque dos Montes.
Outro Crime
Homic�dio passional � a linha de investiga��o para o homic�dio da travesti Mirella de Carlo, de 39 anos, sufocada com uma toalha de banho dentro de seu quarto, no apartamento onde morava, no Bairro Carlos Prates, Regi�o Noroeste. Al�m do esganamento, o corpo da v�tima, que era garota de programa e defensora dos direitos de transg�neros, apresentava marcas de agress�o f�sica.
No boletim de ocorr�ncia (BO), uma das testemunhas, o namorado de longa data de Mirella, disse aos policiais que momentos antes da morte ele conversou com ela durante uma hora por telefone. A liga��o foi interrompida quando o interfone tocou e Mirella disse que atenderia um cliente. No BO consta que n�o h� sinais de arrombamento na porta do apartamento e na portaria do pr�dio.
“O autor � alguma pessoa que tinha um relacionamento com a v�tima, n�o necessariamente amoroso. Pode ser um cliente. Esse crime tamb�m n�o foi premeditado nem de �dio”, afirma Matheus Cobucci.