
A m�e de Gabriela, Cleusa Gomes de Oliveira, de 48 anos, relata sobre o processo de diagn�stico da doen�a na garota. “A gente estava em S�o Jos� do Buriti passando o Natal e o rev�illon quando ela come�ou a se queixar de dores de garganta e registrar febre. Levamos ela em uma pediatra no posto de sa�de do munic�pio e foi receitado amoxicilina, mas ap�s tr�s dias tomando o rem�dio eu percebi que a boca dela estava cheia de ferimentos e que haviam manchas de sangue no colch�o dela. J� em Belo Horizonte, fomos at� o Biocor e ap�s repetir por duas vezes o exame de hemograma, por causa dos baixos �ndices de plaqueta e hem�cias, os m�dicos suspeitaram de leucemia. Ela foi internada e fez uma resson�ncia magn�tica mostrando que 90% da medula dela j� estava paralisada, e ai a m�dica disse que ela estava com aplasia medular” relatou.
Ap�s o diagn�stico da doen�a, Gabriela permaneceu internada por 14 dias, mas depois de um pedido da m�e ao hospital, a crian�a conseguiu ir para casa, onde prossegue ao tratamento.
Cleusa Gomes relata que na casa da fam�lia a rotina foi alterada completamente, devido �s necessidades de Gabriela. “Ela usa m�scara e luvas o dia todo, n�o pode ficar com as janelas fechadas, n�o pode receber vacinas, n�o pode ser picada por insetos, n�o pode ter contato com muitas pessoas e animais. A gente s� pode ter contato com ela usando �lcool gel e m�scaras tamb�m.Eu tive que deixar a minha casa para morar com ela e a irm�, de 10 anos, na casa da minha m�e que � maior e mais arejada,” relatou.
Segundo Cleusa, a doen�a fez com que a garota sofresse altera��es na rotina de atividades, o que tem causa tristeza em Gabriela que n�o pode mais frequentar as aulas de nata��o e de bal�, al�m da aus�ncia nas aulas na Escola Municipal S�rgio Miranda. “O diretor da escola que ela estuda e que eu tamb�m trabalho, conseguiu junto � Secretaria de Educa��o que um professor viesse at� nossa casa para dar aulas particulares,” afirmou a auxiliar de servi�os gerais.
Outra adapta��o na vida de Gabriela, foi na alimenta��o. Segundo Cleusa, apesar de algumas restri��es, a alimenta��o � normal; por�m, os m�dicos passaram uma dieta, pois desde que Gabriela iniciou o tratamento em casa, ela j� engordou 7kg. “A comida dela tem que ser muito cozida, ela n�o pode comer nenhuma verdura ou legume sem passar por cozimento, as frutas tem que ser descascadas e sem as sementes, ela tamb�m n�o pode tomar leite e iogurtes mais, a gente tem que cozinhar usando m�scaras e fazendo uso de �lcool gel".
A fam�lia pede que os interessados em ajudar entrem em contato com a Funda��o Hemominas nos telefones: 3768/4500 ou 3226-2002.
APLASIA MEDULAR
De acordo com a hematologista Paula Bastos Marun, a aplasia medular � uma doen�a rara e que exige avalia��o minuciosa dos m�dicos para que se chegue a um diagn�stico final preciso. “� uma doen�a de exclus�o. Para que a gente chegue a uma conclus�o, � preciso fazer um levantamento hist�rico hematol�gico e de altera��es gen�ticas do paciente', afirmou.
Ainda de acordo com a m�dica, a aplasia medular � uma doen�a benigna, mas de gravidade importante, pois a medula do paciente para de produzir c�lulas de defesa, c�lulas de plaquetas e de hemoglobina. O tratamento, segundo ela, � diferente para pessoas at� 40 anos e acima desta idade. “Para pessoas at� 40 anos, o tratamento � o transplante de medula �ssea que resulta na cura. J� para os pacientes acima dos 40, o tratamento � feito com rem�dios.”
No Brasil, uma cada 100 mil pessoas apresentam compatibilidade para realizar a doa��o de medula �ssea, segundo o REDOME – Registro Nacional de Doadores Volunt�rios de Medula �ssea e o INCA - Instituto Nacional de C�ncer. A dificuldade em se conseguir realizar transplantes deste tipo, fez com que, em 2015 o terceiro s�bado do m�s de setembro fosse marcado pelo Dia Mundial do Doador de Medula �ssea.
Em Minas Gerais, os interessados em se cadastrar no banco de doadores de medula, devem procurar uma unidade da Funda��o Hemominas, onde ser�o submetidos a uma coleta de sangue inicial para testes de compatibilidade.