(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dor intermin�vel castiga as v�timas da chikungunya

Munic�pios e pacientes que sofrem com a explos�o da doen�a enfrentam quadro de debilidade que ataca doentes por meses


postado em 16/03/2017 06:00 / atualizado em 16/03/2017 10:03

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Dores nas articula��es que impedem o trabalho dom�stico e dificultam at� a locomo��o em casa ou o levantar da cama. Mal-estar, enjoo, calafrios, al�m de incha�os em m�os e pernas. Esses s�o alguns dos sintomas que moradores de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, ainda sentem, mesmo depois de 30 dias ou mais de receberem diagn�stico da febre chikungunya. As v�timas do mosquito Aedes aegypti lotam unidades de sa�de do munic�pio, que concentra atualmente o maior n�mero de casos suspeitos em Minas. Embora a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) tenha recebido 1.043 notifica��es da virose na cidade, o munic�pio j� acumula neste ano 2.366 registros, contra 119 de todo o passado. Sozinha, a cidade j� tem mais casos dos que os que constam no �ltimo balan�o de todo o estado (2.296). E, da mesma forma que Valadares, outros munic�pios dos vales do Rio Doce e Mucuri, j� castigados pelo surto de febre amarela, sofrem com a sobrecarga no atendimento e com gastos extras acumulados com a chikungunya desde o in�cio do ano. Isso tudo em meio � alta demanda por atendimento de dengue e zika, transmitidas pelo mesmo vetor.

De acordo com a Prefeitura de Governador Valadares, o expressivo aumento de casos de chikungunya ocorreu, principalmente, a partir de fevereiro. “Isso influenciou o atendimento em toda a rede hospitalar e na unidade de pronto-atendimento municipal, a que grande parte dos usu�rios – em sua maioria popula��o em idade produtiva – recorre em busca de assist�ncia, inclusive nos dias e hor�rios em que as unidades de aten��o b�sica n�o est�o abertos”, informou em nota a administra��o municipal. Outro grande desafio � o de enfrentar uma doen�a que, apesar das informa��es at� ent�o dispon�veis quanto ao tratamento, sinais e sintomas, � acompanhada de situa��es novas no cotidiano dos funcion�rios da rede. “M�dicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psic�logos e outros profissionais t�m sido desafiados na busca constante das melhores e mais adequadas evid�ncias para cuidar, com o m�ximo de efici�ncia, dos pacientes”, informou a prefeitura.

De acordo com moradores da cidade, virou rotina ouvir que um familiar, vizinho ou amigo contraiu a doen�a. Uma das v�timas foi a dona de casa Maria de Lourdes Teixeira Aguiar, de 65 anos, que est� h� mais de 30 dias com dores no corpo e fraqueza. “Comecei sentindo calafrios, dores de cabe�a e no corpo. Passei o dia assim. Depois, veio mal-estar, enjoo e falta de apetite. Fui ao m�dico e a suspeita era de dengue. Passei pelo pronto-atendimento e o m�dico pediu exames que confirmaram a chikungunya”, afirmou. “D� muita dor nas articula��es, que at� incham. Quando comecei a sentir os sintomas, n�o aguentava nem mesmo pegar uma bolsa de m�o”, comentou.

Com a propriedade de quem sofreu com as tr�s doen�as transmitidas pelo Aedes, a dona de casa Gicelly Souza Ferreira, de 37, garante: a chikungunya � a pior. Ela, o marido de 47 anos, e o filho de 9, contra�ram a doen�a no m�s passado. “Fiquei doente h� quase um m�s e ainda tenho muitas dores. A gente n�o consegue fazer muita coisa nem mesmo em casa. Tenho dificuldade at� para sair do carro. Ando de moto, mas n�o estou conseguindo, porque n�o consigo virar o pesco�o. S�o sintomas complicados que nunca saram”, reclamou. “Falta informa��o do poder p�blico sobre como vamos proceder nesta situa��o. Para se ter ideia, n�o recebemos nenhum agente de sa�de neste ano”, disse.

INFESTA��O Enquanto tentam dar conta da alta demanda por atendimento, os servi�os de sa�de de Governador Valadares lidam ainda com outro complicador: um cen�rio de elevada infesta��o do transmissor. Segundo a administra��o municipal, em janeiro de 2017 o Levantamento de �ndice R�pido do Aedes aegypti (LIRAa) apontou resultado de 9,7%, enquanto para a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) as faixas de seguran�a para risco de epidemia devem ficar abaixo de 3%. “Naquele momento n�o havia estrutura de resposta adequada, diante da indisponibilidade de insumos, de pessoal, de ve�culos e de processos de trabalho ordenados. Isso dificultou a din�mica de trabalho”, informou a prefeitura. Ainda segundo o munic�pio, o trabalho foi normalizado, com qualifica��o da estrutura dispon�vel para diminuir a densidade do mosquito, bem como organizar a melhor rede de aten��o � sa�de.
Governador Valadares, cidade mais afetada pela expansão da doença em Minas, montou unidade especializada onde são recebidas em média 180 pessoas por dia(foto: Leonardo Morais/Divulgação)
Governador Valadares, cidade mais afetada pela expans�o da doen�a em Minas, montou unidade especializada onde s�o recebidas em m�dia 180 pessoas por dia (foto: Leonardo Morais/Divulga��o)

De acordo com a prefeitura, hoje toda a demanda de atendimento multiprofissional tem sido absorvida pela rede. Ainda segundo a administra��o, com base em um plano de conting�ncia que j� previa o aumento de casos, foi montado o Centro de Atendimento em Arboviroses, para acolher o cidad�o com equipe especializada. No local, t�m sido realizados, em m�dia, 180 atendimentos/dia, o que tem desafogado o hospital municipal. Outra iniciativa foi a cria��o do Programa Estruturador de Controle e Combate �s Arboviroses, com dura��o de quatro anos e orientado para controle do transmissor, organiza��o da assist�ncia, mobiliza��o social e vigil�ncia epidemiol�gica.

Estado admite vulnerabilidade


De acordo com o subsecret�rio de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de, Rodrigo Said, Minas � uma �rea vulner�vel � ocorr�ncia de epidemias de chikungunya, devido aos fatores ambientais favor�veis � manuten��o do transmissor, � circula��o do v�rus e � baixa prote��o imunol�gica da popula��o. Em rela��o aos munic�pios de Governador Valadares e de Te�filo Otoni, que tamb�m enfrentou aumento de casos, o subsecret�rio afirmou que essas s�o �reas que apresentam todas essas situa��es. Rodrigo Said afirmou ainda que uma epidemia de doen�as causadas pelo Aedes afeta diretamente a rede de sa�de. “Diferentemente da febre amarela, em que a maior parte dos pacientes precisavam ser acompanhados em regime de interna��o, no caso de chikungunya � necess�rio ampliar o acesso dos pacientes �s unidades de aten��o prim�ria e secund�rias, com a implanta��o de espa�os/unidades de hidrata��o, orienta��o ao paciente sobre os sinais de gravidade e retorno para acompanhamento da evolu��o da doen�a”, informou o subsecret�rio.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)