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Estado de Minas

Mapeamento mostra aumento dos conflitos entre urbaniza��o e animais silvestres em BH

Mapeamento indica conflitos entre popula��o e animais silvestres em BH. Cerca de 300 s�o levados por ano ao Ibama. Ataques a macacos por causa da febre amarela ainda preocupam


postado em 21/03/2017 06:00 / atualizado em 21/03/2017 08:32

Filhote de sagui sobreviveu a ataque de pedras feito por moradores na capital(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Filhote de sagui sobreviveu a ataque de pedras feito por moradores na capital (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Mesmo tendo agarrados � sua barriga dois filhotinhos com poucas semanas de vida e n�o mais de 15 cent�metros de comprimento, a macaca sagui n�o foi poupada. Uma saraivada de pedras a derrubou junto com os filhotes do galho em que estavam, numa �rvore de passeio num bairro de Belo Horizonte. A pequena primata n�o resistiu aos ferimentos e morreu logo que os agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) a levaram para o centro de recupera��o, no Bairro Cidade Jardim, na Regi�o Centro-Sul de BH. Um dos filhotes sobreviveu apenas mais um dia sem a m�e, restando da fam�lia apenas um �rf�o que ainda inspira cuidados e tem chances de um dia voltar � natureza. “As pessoas andam muito assustadas com o surto de febre amarela, que atinge tamb�m os macacos, e, por ignor�ncia, muitos primatas est�o sendo atacados. � mais um tipo de agress�o que se soma a tantas outras”, afirma o analista ambiental e m�dico-veterin�rio do Ibama Daniel Vilela.

Gato do mato e tamanduá no Ibama: aplicativo explicará como proceder quando bichos forem achados(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Gato do mato e tamandu� no Ibama: aplicativo explicar� como proceder quando bichos forem achados (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
O especialista � um dos envolvidos num trabalho que tenta reduzir os conflitos entre a popula��o e animais silvestres como saguis, gamb�s e diversas aves que se adaptaram para viver no ambiente urbano. Para isso, foi produzido o primeiro mapeamento das �reas onde s�o mais frequentes o encontro com esses esp�cimes (veja mapa) e que integra uma cartilha feita com apoio do �rg�o ambiental, do Minist�rio P�blico, do Centro Universit�rio de Sete Lagoas (Unifemm) e da UFMG, entre outros. O trabalho surgiu como fruto da pesquisa da professora da Unifemm Camila Palhares Teixeira, doutora em ecologia, conserva��o e manejo da vida silvestre. Por ano, cerca de 300 animais s�o enviados ao Ibama depois de serem recolhidos de �reas de conflito com a popula��o. Atualmente h� 50 esp�cimes no �rg�o ambiental, a maioria aves, seguidos de mam�feros e r�pteis.

Usando como base de trabalho as ocorr�ncias ambientais da Pol�cia Militar e informa��es do Ibama at� 2013, chegou-se a um mapa que mostra a distribui��o das esp�cies pela capital mineira. � poss�vel destacar, por exemplo, que a Regi�o Centro-Sul, a mais povoada da cidade, � tamb�m a que mais registra conflitos envolvendo animais e a vizinhan�a. Mam�feros como saguis (micos-estrela), gamb�s, ouri�os-cacheiros e morcegos lideraram o volume de chamadas nos bairros Cidade Jardim, Santo Ant�nio, Luxemburgo, Cora��o de Jesus e Vila Paris. J� os r�pteis, a exemplo de cobras e lagartos, ocasionaram v�rias ocorr�ncias para a pol�cia e o Ibama no Barro Preto, Santo Agostinho, Lourdes, Boa Viagem, Savassi e Funcion�rios. Aves como urubus, carcar�s, falc�es e corujas foram focos de problemas mais constantes nos bairros de Lourdes, Carmo, Savassi, Sion e Anchieta.

Outro mapeamento, de probabilidade de encontro de animais, coloca uma maior concentra��o de r�pteis em manchas que abrangem os bairros Boa Vista, Mariano de Abreu, Taquaril, Baleia, Pompeia, Santa Efig�nia, Floresta, Santa Tereza, Savassi, Sion, Anchieta e Cidade Jardim. As �reas onde � mais f�cil se deparar com aves silvestres fica em meio aos bairros Santa Efig�nia, Floresta, Santa Tereza, Cai�ara, Padre Eust�quio, Barroca, Jardim Am�rica, Savassi, Serra, Anchieta, Santo Ant�nio, Cidade Jardim, Gl�ria, Copacabana e Santa Am�lia. J� os mam�feros se distribuem em maior n�mero nos bairros Boa Vista, Pompeia, Santa Efig�nia, Serra, Anchieta, Sion, Mangabeiras, Belvedere, S�o Bento, Santa L�cia, Cidade Jardim, Savassi, Barroca, Barro Preto, Floresta, Santa Tereza, Padre Eust�quio, Cai�ara, Ouro Preto, UFMG, Santa Am�lia, Copacabana, Planalto e S�o Jo�o Batista.

O médico-veterinário Daniel Vilela, do Ibama, onde há de pássaros a mamíferos, como o gambá: 'Nem todo animal deve ser recolhido'(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
O m�dico-veterin�rio Daniel Vilela, do Ibama, onde h� de p�ssaros a mam�feros, como o gamb�: 'Nem todo animal deve ser recolhido' (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Deslocamento Segundo a doutora Camila Palhares Teixeira, a maior parte dos animais que entra em conflito vem de �reas verdes que perderam a continuidade com a expans�o da cidade. “Esses animais estavam em suas �reas de mata e �s vezes passam para a mancha urbana. V�o para a casa das pessoas procurar alimento. No caso das aves, esse deslocamento � mais f�cil, voando, o dos macacos e gamb�s tamb�m, pelo cabeamento el�trico, por exemplo”, afirma. Uma das metas � desenvolver um aplicativo para que as autoridades que encontrarem um bicho desgarrado possam identificar e saber como proceder. “Essa ferramenta ter� uma foto do animal e informa��es importantes sobre como se proceder. Muitas vezes se recolhe um desses animais e se solta. Isso pode ser bom, mas pode ser ruim. O ideal seria formar uma equipe multidisciplinar com veterin�rios e bi�logos para decidir no Ibama, onde h� uma estrutura de recolhimento” defende.

A presen�a dos animais desperta rea��es diversas entre moradores. “Temos desde quem alimenta os animais, e induz a essa presen�a ou depend�ncia, at� quem quer que se retire o ninho do seu telhado, o macaco dos galhos de �rvores das ruas. Nem todo animal encontrado deve ser recolhido. Apenas aqueles que estiverem em situa��o de risco pr�prio ou para pessoas”, afirma o analista ambiental e m�dico-veterin�rio do Ibama Daniel Vilela. No instituto, em BH, v�rios animais feridos ou �rf�os aguardam um destino que pode ser a soltura em �rea preservada ou o ingresso num criat�rio autorizado. “No caso dos saguis, por exemplo, o filhote que sobreviveu ao ataque contra a m�e precisar� se introduzido num grupo que temos de outros animais um pouco mais velhos que podem o aceitar no bando e esse grupo pode ser solto na natureza”, disse. “J� os gamb�s, por exemplo, por n�o terem uma apar�ncia agrad�vel para as pessoas, acabam assustando, mas s�o inofensivos”, afirma. H�, ainda, animais que n�o poder�o ser reintegrados, como um gato do mato cego que foi recolhido e n�o tem condi��o de sobreviver mais sozinho, passando seus dias brincando com um filhote de tamandu�-bandeira no Ibama.

(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Como lidar

» N�o alimentar intencionalmente os animais silvestres nem deixar os alimentos dos animais dom�sticos
dispon�veis em locais abertos, principalmente durante a noite

» Vedar aberturas nos telhados ou outros pontos que favore�am ocupa��o e nidifica��o; manter a vegeta��o rasteira baixa; reduzir ou eliminar pontos com entulhos ou dep�sitos de lixos

» Manter animais como galinhas, patos e p�ssaros em locais protegidos durante a noite para reduzir a preda��o por animais silvestres como raposas, felinos, gavi�es, corujas e quatis

» Evitar aproximar-se de ninhos de animais em reprodu��o, especialmente gavi�es e corujas, bem como de filhotes rec�m-sa�dos dos ninhos quando os pais ainda estiverem por perto

Fonte: Unifemm, Ibama, MP


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