
A SES informa, sem divulgar a cidade de origem do paciente, que uma morte suspeita est� sob investiga��o. Mas Te�filo Otoni, no Vale do Mucuri, cidade que concentrou atendimentos e casos de febre amarela, tamb�m enfrenta a nova demanda de chikungunya e, de acordo com o coordenador de Vigil�ncia Ambiental do munic�pio, Joaniz Lopes de Oliveira, investiga duas mortes pela doen�a. Os casos ainda n�o entraram no sistema da SES.
O total de ocorr�ncias dos primeiros 79 dias do ano (de 1º de janeiro ao �ltimo dia 20) em Minas � quase oito vezes maior que os registros do ano passado inteiro, quando houve 500 casos (veja quadro). Em rela��o aos dois anos anteriores, as diferen�as t�m ares de superlativo: o n�mero do in�cio deste ano representa 123 vezes mais que o total de 2015, quando houve 31 casos, e 212 vezes mais que o acumulado de 2014, quando 18 pacientes se contaminaram.
De acordo com o balan�o, dos casos registrados at� agora, 557 foram neste m�s. At� o momento, o pico das ocorr�ncias foi em fevereiro, que somou a maior quantidade de pacientes com suspeita da doen�a: 2.559. Em Belo Horizonte, h� 12 casos confirmados da enfermidade, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, superando os registros de 2015 (10) e 2014 (2). Ano passado, a febre infectou 49 pessoas.
A chikungunya � uma das doen�as transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Entre os sintomas est�o febre, dores de cabe�a, dores fortes nas articula��es (que podem durar at� seis meses), erup��es na pele e enjoos. Em entrevista ao Estado de Minas na semana passada, o subsecret�rio de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de, Rodrigo Said, explicou que Minas � uma �rea vulner�vel � ocorr�ncia de epidemias de chikungunya devido a fatores ambientais favor�veis � manuten��o do transmissor, � circula��o do v�rus e � baixa prote��o imunol�gica da popula��o.
Os primeiros casos de chikungunya do estado de Minas Gerais ocorreram h� tr�s anos, todos importados de outro estado ou de outro pa�s onde j� havia a transmiss�o da doen�a. De acordo com a SES, o perfil epidemiol�gico de 2014 e 2015 � semelhante, com um discreto aumento de n�mero de casos prov�veis no per�odo de outubro a dezembro. Os primeiros casos aut�ctones, ou seja, contamina��o ocorrida em territ�rio mineiro, foram confirmados no ano passado, com um maior n�mero de casos prov�veis nos meses de mar�o, abril e maio.

VULNERABILIDADE Diretora da Sociedade Mineira de Infectologia, Virg�nia Zambelli ressalta que o cen�rio da chikungunya em Minas j� era esperado desde o ano passado. “A popula��o � suscet�vel e o v�rus come�ou a circular. E ainda h� um vetor, o Aedes aegypti, que continua existindo da mesma forma”, explica a m�dica. Segundo ela, havendo estiagem, o pico de contamina��o poder� arrefecer. “O problema � que, nos �ltimos anos, n�o houve um ciclo de chuva bem estabelecido, contribuindo para a prolifera��o dos v�rus.”
A infectologista destaca ainda que, embora a dengue seja mais letal, a chikungunya pode afetar, diretamente, as pessoas economicamente ativas, levando limita��es a esse p�blico. “Ela pode causar dor articular muito intensa, fazendo com que esses doentes se afastem do trabalho.”
DENGUE Enquanto a doen�a se espalha, a dengue apresentou queda expressiva. S�o 16.081 casos nos tr�s primeiros meses do ano. Em 2017, de janeiro a mar�o, houve 358.062 notifica��es, sendo o pico em mar�o, com 160.074 casos. “A tend�ncia � haver oscila��es, com n�meros muito altos em alguns anos e mais baixos em outros. A diminui��o agora tem a ver com a circula��o: j� h� vacina, que n�o oferece prote��o t�o alta, mas ajuda, e v�rias pessoas j� tiveram a infec��o”, afirma Virg�nia Zambelli.