
Os relatos de assaltos e ass�dios em torno do c�mpus Cora��o Eucar�stico da Pontif�cia Universidade Cat�lica de Minas Gerais (PUC Minas), na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, podem levar a Pol�cia Militar (PM) a criar uma rede de estudantes protegidos. A medida j� est� sendo estudada pela corpora��o e ganhou for�a nos �ltimos dias depois que �udios circularam nas redes sociais com detalhes sobre a viol�ncia. Por�m, nenhum boletim de ocorr�ncia foi registrado pelas v�timas. Segundo o major Ricardo Gon�alves, comandante da 9ª Companhia da PM, respons�vel pela �rea, um suspeito foi identificado, mas sem a den�ncia n�o pode ser preso. O policiamento foi refor�ado na �rea. Com medo, estudantes mudaram a rotina.
Segundo Gon�alves, a rede de estudantes protegidos, funcionaria nos mesmos moldes das j� existentes para comerciantes ou moradores em alguns bairros da cidade. “Se a pe�a vir algo suspeito, ela deve acionar o 190 ou colocar a mensagem nos grupos de aplicativos de celular”, explicou.
A PM identificou uma das v�timas dos casos de viol�ncia que circulam nas redes sociais e deram origem � discuss�o sobre o refor�o da seguran�a no entorno da PUC. Trata-se de uma jovem que diz ter sido atacada por um homem quando estava indo saindo da aula. Ela passou pela portaria da Escola de Odontologia e seguia para a principal, onde encontraria o pai. “Um cara tentou me agarrar (…), veio pra cima de mim tentando me agarrar e me beijar, s� que eu corri”, diz. Com voz embargada, ela descreve no �udio que o agressor era branco, loiro, alto, usava chinelos, bermuda e uma camisa verde listrada.
“Conseguimos identificar e conversar com a garota. Ela nos passou informa��es das caracter�sticas do suspeito, que tamb�m foi identificado. Mas precisamos que o boletim de ocorr�ncia seja confeccionado para podermos fazer a pris�o”, comentou o major. Segundo ele, a PM est� em contato permanente com a PUC Minas e pretende fazer uma palestra nos pr�ximos dias com os estudantes. Outros dois relatos de crime foram disseminados pelas redes sociais, mas novamente nenhum boletim de ocorr�ncia foi registrado.
O major admite que em janeiro os crimes aumentaram na regi�o, mas afirma que nos dois meses seguintes a situa��o se normalizou. “No trimestre, vamos fechar no verde, com taxa menor de crime em rela��o ao mesmo per�odo de 2016”, prev�.
MEDO A dissemina��o das informa��es dos supostos crimes nas redes sociais fez estudantes mudarem a rotina. � o caso da estudante de ci�ncias biol�gicas Daiane Fiuza, de 30 anos. “Fico com medo de pegar metr�, por exemplo. Tanto que hoje vou pegar carona”, comentou.
Uma das preocupa��es dos estudantes � com a portaria do pr�dio do curso de odontologia, que fica na Avenida 31 de mar�o. O local � escuro e ermo. Fernanda Ramos, de 21, estudante de publicidade e propaganda, tamb�m mudou a rotina depois dos relatos de viol�ncia. “Antes eu vinha de �nibus, mas agora pedi para a minha m�e me trazer”, afirmou. “At� para lanchar aqui do lado de fora estou vindo com mais pessoas”, completou, dizendo que j� foi v�tima de assalto na regi�o duas vezes no fim do ano passado.
A amiga de Fernanda, Larissa de Oliveira, de 20, que tamb�m estuda publicidade e propaganda, tamb�m tem receio de sair � noite da universidade. “Estou vindo de carro, antes era de �nibus. Fica mais caro, mas � menos arriscado”, comentou.