
O telesc�pio ser� voltado para o monitoramento de lixo espacial e para diagnosticar poss�veis colis�es com a Terra, com detritos espaciais e com sat�lites. A instala��o � resultado de um acordo assinado em abril do ano passado entre o Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es e a Roscosmos, ag�ncia espacial russa, que se comprometeu com um investimento estimado em R$ 10 milh�es. Em contrapartida, o Brasil ofereceria estrutura para opera��o do equipamento, al�m de arcar com os custos de energia e internet, entre outros.
A parceria � o desdobramento de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida pela R�ssia. Um telesc�pio similar opera h� alguns anos em territ�rio russo. Havia, no entanto, necessidade de parceiros do Hemisf�rio Sul. Outros pa�ses, como a �frica do Sul, tamb�m est�o em negocia��o com a Roscosmos. No Brasil, foram encontradas condi��es favor�veis no Observat�rio do Pico dos Dias.
A posi��o geogr�fica � um dos fatores que contribu�ram para a escolha do local. Os telesc�pios no Brasil e na R�ssia estar�o em uma posi��o que possibilitar� a captura de imagens complementares. Al�m disso, a regi�o tem um c�u que favorece a observa��o. O Observat�rio do Pico dos Dias est� situado a cerca de 1,8 mil metros de altitude e � gerenciado pelo Laborat�rio Nacional de Astrof�sica, vinculado ao Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es. No local, j� existiam quatro telesc�pios. Nos pr�ximos dias, os t�cnicos brasileiros que v�o operar o novo equipamento passar�o por um treinamento com engenheiros russos.
Vantagens
Com o telesc�pio instalado, o Brasil poder� se preparar melhor para o lan�amento de sat�lites, uma vez que ter� dados mais detalhados dos percursos do lixo espacial. H� in�meras pe�as grandes viajando na �rbita da Terra e a trajet�ria delas precisa ser observada para prevenir um impacto que pode ser destruidor. Atualmente, para colocar em �rbita um novo sat�lite, o Brasil precisa seguir recomenda��es da Nasa, a ag�ncia espacial dos Estados Unidos. No entanto, os norte-americanos n�o fornecem informa��es detalhadas. Com o novo equipamento, haver� mais elementos para escolher a melhor �rbita.
Ainda na fase de testes, o telesc�pio foi capaz de detectar cerca de 200 detritos espaciais em uma �nica imagem. "Existe uma preocupa��o em proteger os sat�lites e, com isso, garantir que servi�os n�o sejam comprometidos. Tudo que utilizamos no dia a dia corre risco de interrup��o caso um sat�lite em �rbita seja danificado", afirma o diretor do Laborat�rio Nacional de Astrof�sica, Bruno Castilho.
As imagens geradas pelo equipamento tamb�m v�o contribuir com a pesquisa brasileira, favorecendo estudos sobre asteroides, cometas e estrelas. Todos os dados e fotos ficar�o dispon�veis para a comunidade cient�fica. Os interessados em ter acesso a esse material para fins cient�ficos precisar� fazer uma requisi��o ao Laborat�rio Nacional de Astrof�sica. "Vamos ter acesso a uma grande quantidade de dados sem custos para o pa�s", acrescenta Castilho.
RB