
“O resultado me trouxe satisfa��o, pois, a partir de agora, h� um indicador quantitativo para se chegar aos 100%”, disse Marcos Fontoura, analista de Transporte e tr�nsito da BHTrans, acrescentando que a nota de 62% significa dizer que este � o percentual de diretrizes em conformidade com a acessibilidade. A constru��o do indicador foi um trabalho �rduo, que durou mais de oito meses.
Os t�cnicos visitaram as esta��es, verificaram as estruturas e se debru�aram sobre uma vasta legisla��o que trata do tema. Ao todo, 92 diretrizes foram avaliadas. Estas, por sua vez, foram agrupadas em quatro conjuntos: travessias (nota 60%), passarelas (65%), acessos �s plataformas (69%) e elementos das plataformas (44%).
A BHTrans calculou a m�dia dos quatro grupos para cada um dos tr�s corredores: Centro (65%), Ant�nio Carlos (62%) e Cristiano Machado (61%). A m�dia dos tr�s chegou a 62%. “� com base nestas 92 diretrizes que sabemos onde teremos de melhorar”, enfatizou Fontoura, que tem doutorado na �rea.
As notas poderiam ser melhores se n�o fosse o desleixo do poder p�blico em conservar estruturas de acesso �s esta��es, como cal�adas que n�o pertencem a propriedades privadas. Um exemplo surreal est� num buraco num passeio na Cristiano Machado, a aproximadamente 800 metros do terminal S�o Gabriel. As cal�adas, que tiveram nota 56%, formam uma das diretrizes da travessia, um dos quatro grandes conjuntos.
DESTRUI��O O vandalismo � outro problema. A pr�pria sociedade destr�i estruturas, como ocorreu na passarela de acesso a esta��o S�o Judas Tadeu, tamb�m na Cristiano Machado. Ao longo dela, ferros retorcidos podem machucar usu�rios. A passagem para pedestres teve parte da grade arrancada. “� um perigo, sobretudo, para crian�as. Na hip�tese de desaten��o, uma delas pode cair, despencar na avenida e ser atropelada”, alertou o vendedor Luiz Afonso.
Muitas esta��es contam com bons e maus exemplos. Na Avenida Santos Dumont, no Centro, uma esta��o conta com duas entradas. Numa, o acesso se d� apenas por degraus. Cadeirantes, portanto, precisam percorrer mais de 50 metros em cal�adas com trechos desnivelados para chegar � outra entrada, onde h� uma rampa.

� o espa�o, por exemplo, de seguran�a para que um cadeirante ou idoso possa parar na metade da travessia entre duas cal�adas. J� o sem�foro para pedestres na mesma esta��o n�o � suficiente para garantir a travessia segura daqueles que n�o t�m vis�o. “O ideal � que todos os equipamentos tenham sinal sonoro para cegos”, explicou Fontoura.
Ele se mostrou animado com o estudo, que ditar� onde � preciso melhorias. Uma deles, cita, � na diretriz que recebeu a maior nota, a catraca (95%). S� n�o foi 100%, explica, porque nem todos os equipamentos permitem a passagem de cadeirantes. Em todas esta��es, quem se locomove com uma cadeira de rodas entra por um acesso ao lado das catracas.
A �nica nota 0 foi atribu�da aos mapas fixados no interior das esta��es. Eles n�o s�o �teis a quem n�o enxerga. “N�o t�m som ou relevo para orientar os cegos. Portanto, puxei (a nota) para zero”, afirmou. Tanto a diretriz mapa quanto a catracas fazem parte do conjunto elementos das plataformas, o que teve a menor nota (44%) entre os quatro grandes grupos.
