
A primeira celebra��o foi logo cedo, no Bairro Milion�rios, na Regi�o do Barreiro. Os cat�licos sa�ram em prociss�o, por volta das 7h30, da par�quia S�o Jos� e S�o Gabriel Passionista at� a Pra�a do Cristo Redentor. No fim da tarde, eles se encontraram na Tenda Cristo Rei, canteiro de obras da Catedral Cristo Rei, no Bairro Juliana, na Regi�o Norte de BH. Dom Walmor explicou que a data � uma oportunidade para fixar o olhar numa pessoa de bem, que � Cristo.
“Ele � Deus e homem, que nos salva e nos indica o caminho. Se a humanidade for capaz de ver isso, encontraremos as respostas para salvar das conturba��es que vivemos, das guerras e o caminho da paz”, disse. O arcebispo acrescentou que a prociss�o tem o simbolismo de seguir Cristo num caminho de paz e pela paz para que os cora��es se sintam cada vez mais sintonizados com o filho de Deus.
No meio da multid�o no Bairro Milion�rios, duas crian�as chamaram a aten��o. As meninas Let�cia Ribeiro, de 11 anos, e Celine C�ndida, de 10, estiveram firmes na prociss�o. Segurando a B�blia, elas se disseram felizes de participar do in�cio das celebra��es da P�scoa. “Limpa a gente e traz alegria. � muito bom”, afirmou Let�cia. Na pra�a do Cristo, a professora aposentada Jordelina Aparecida Gomes, de 54, se emocionou durante a missa. Ela se lembrava da m�e, morta h� um ano, e do marido, que faleceu h� quatro. Sobraram saudades e boas lembran�as de quem n�o faltava � missa de domingo de Ramos na pra�a do bairro. “Esse � um tempo de reflex�o, de ora��o, de buscar a Deus e de rever nossas atitudes.”

DESCOMPASSO Na homilia, dom Walmor citou passagem do evangelho de Mateus relatando o epis�dio em que Pilatos interroga o povo sobre quem deve ser condenado: Cristo ou Barrab�s (que havia sido preso pela pol�cia romana um dia antes da morte de Jesus)?. Ao mesmo tempo em que Pilatos se declarava “inocente do sangue daquele justo”, veio o clamor do povo pedindo que “o seu sangue caia sobre n�s e sobre nossos filhos”. Para o arcebispo, isso � o retrato da humanidade distanciada e ferida do amor de Deus. “Pilatos tenta encontrar o caminho e n�o consegue. O povo � capaz de fazer o absurdo de querer que o sangue caia sobre eles. Isso comprova at� onde o cora��o humano feito para o amor e para a paz pode ser hospedaria do �dio. Quando � assim, pagamos o alto pre�o no ambiente de casa, de trabalho. Nada � mais inc�modo do que n�o ter paz interior”, ressaltou dom Walmor.
Ele destacou ainda que o mundo pode ser melhor por meio de cada um, mas est� descompassado, tratando-se de um verdadeiro inferno quando se pensa na quest�o das guerras, discrimina��es e preconceitos. “Quando n�o enxergamos o bem e o amor, nunca atingiremos a justi�a e a paz de que precisamos. E a� o sangue do outro cai sobre n�s com sofrimento, guerra e falta de paz”, afirmou. Ele terminou conclamando para que no in�cio da semana santa os cora��es e a f� se voltem para Cristo, para que as pessoas compreendam e sintam diferente. “O caminho mesmo � este que o senhor nos aponta: o caminho da simplicidade, da humanidade. E que o percorramos envolvendo nossas fam�lias, crian�as e jovens”.