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Estado de Minas

Mobiliza��o contra o jogo Baleia Azul � t�mida em Minas Gerais

Enquanto em outros estados escolas e at� a Pol�cia Federal se organizam para enfrentar riscos do 'jogo do suic�dio', em Minas, iniciativas s�o isoladas. Especialista alerta fam�lias


postado em 20/04/2017 06:00 / atualizado em 20/04/2017 09:02

Em escolas de Pernambuco, pedidos de palestras à Polícia Federal relacionadas a cibercrimes já superam os de abordagens sobre drogas(foto: SRPF-PE/Divulgação)
Em escolas de Pernambuco, pedidos de palestras � Pol�cia Federal relacionadas a cibercrimes j� superam os de abordagens sobre drogas (foto: SRPF-PE/Divulga��o)
Jovens desafiando a morte e se sentindo estimulados por isso s�o sintoma de algo muito mais profundo. Um misto de depress�o, vulnerabilidade psicol�gica e press�o pelo sucesso em uma fase vulner�vel da vida est�o por tr�s, na opini�o de especialistas e autoridades, dos motivos que t�m levado crian�as e adolescentes a participar do jogo Baleia Azul. Em todo o pa�s, o clima � de alerta entre pais e educadores. Minas Gerais, que contabiliza pelo menos tr�s casos ligados ao game, segundo a Pol�cia Civil, tem a��es t�midas em rela��o a outros estados, nos quais o poder estadual e at� mesmo a Pol�cia Federal j� est�o de olho na situa��o e tentando reagir a ela.

Em escolas de Minas, as mobiliza��es t�m sido pontuais. A Secretaria de Estado de Educa��o (SEE) informou, por meio de nota, que est� encaminhando um of�cio para as unidades com orienta��o para gestores e educadores refor�arem a��es pedag�gicas de conscientiza��o de estudantes e suas fam�lias sobre o uso seguro da internet e temas que envolvem a conviv�ncia no ambiente escolar, como o bullying.

“Compreendendo a internet como ferramenta poderosa de dissemina��o de informa��es de toda natureza, os educadores, familiares e respons�veis devem ficar atentos ao comportamento das crian�as e jovens quanto ao uso da rede e procurar ajuda profissional e de institui��es p�blicas, como os conselhos tutelares e os Centros de Refer�ncia de Assist�ncia Social, quando detectarem algum tipo de atitude ou comportamento at�pico do estudante”, afirma nota da SEE. A secretaria reencaminhou �s escolas o Guia Participativo de Seguran�a da Informa��o nas Escolas Estaduais, que pode ajudar os educadores a iniciar ou aprofundar essa abordagem. O documento est� dispon�vel tamb�m em www.educacao.mg.gov.br.

J� o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), em um primeiro momento, n�o emitiu sugest�es de procedimentos em rela��o ao game �s institui��es de ensino associadas. “Estamos avaliando, estudando mais sobre o tema, para n�o causar alarmismo, com base nos relatos das redes sociais. N�o podemos nos concentrar somente nas ocorr�ncias que estariam ligadas a esse jogo, mas precisamos entender o fen�meno como um todo. E, se for o caso, assim como o sindicato fez em rela��o ao fen�meno do bullying, em que produzimos uma cartilha com orienta��es, faremos diante do quadro atual”, explicou o presidente da entidade, Emiro Barbini. Por�m, pelo menos duas entidades privadas da capital j� emitiram textos informativos aos pais sobre o tema.

SEGURAN�A EM REDE 
Se em Minas as a��es ainda s�o t�midas, em Pernambuco as escolas t�m sido o principal f�rum para tratar o assunto. A Pol�cia Federal no estado promove durante todo o ano palestras para orientar pais, filhos e professores sobre como se proteger de ataques de ped�filos e outros crimes que usam a rede mundial de computadores. De acordo com o chefe da comunica��o social, Giovani Santoro, palestras tendo como tema cibercrimes j� superaram em at� 60% os pedidos sobre o tema preven��o �s drogas, antes carro-chefe das solicita��es. Somente esta semana, devido ao Baleia Azul, a superintend�ncia recebeu mais de 180 pedidos de palestras, preenchendo a agenda at� o m�s de julho. Procurada, a Pol�cia Federal em Minas Gerais informou que n�o h� qualquer procedimento sobre o jogo no estado.

O papel da escola nesse tipo de abordagem � destacado pela psicopedagoga e mestre em educa��o Jane Patr�cia Haddad. Segundo ela, � imprescind�vel abrir o debate junto �s fam�lias para discutir o novo fen�meno. “O que leva o jovem a entrar nisso? Acho que nem ele mesmo sabe. Temos acompanhado alguns jovens, vulner�veis psiquicamente, o que os deixa mais predispostos a se tornarem v�timas do jogo. Recentemente, fui a uma escola conversar com uma turma de 2º ano do ensino m�dio. A maioria dos alunos disse que n�o conseguem ser super-her�is e que, muitas vezes, � isso que sentem esperarem deles”, afirma Jane.

Ela acompanha casos em BH e em v�rios outros estados. A especialista ressalta que os pais devem monitorar os acessos de seus filhos e, se preciso, pedir ajuda a profissionais da tecnologia. “H� aplicativos pelos quais os pais recebem por e-mail informa��es sobre tudo o que os filhos acessam”, conta. Ela destaca ainda que, em tempos de Baleia Azul, � preciso observar mudan�as de comportamentos, sono, alimenta��o, rotina, corpo, bra�os, pernas, al�m de imp�r hor�rio de dormir e, se poss�vel, desligar o wi-fi. E, diante de mudan�as bruscas, como perdas, separa��o e t�rmino de relacionamento, sempre buscar ajuda de profissionais especializados. “Alguns adolescentes est�o precisando de ajuda para reencontrar o sentido da vida.”

13 formas de se proteger


1- Os pais devem despertar a confian�a dos filhos por meio do di�logo franco, sem repress�o, para que ao primeiro sinal de perigo a crian�a possa se sentir � vontade e procurar ajuda, confidenciando-lhes o que est� acontecendo

2- Observe comportamentos estranhos, como isolamento, tristeza aguda, decep��o amorosa, atitudes depressivas ou suicidas

3- Preste aten��o se h� sinais de mutila��o ou queimaduras no corpo de seu filho, e se ele de repente passa a usar camisas de mangas compridas para evitar a exposi��o de marcas

4- Evite que seu filho fique expostos por muitas horas na internet e assistindo a filmes na TV de madrugada

5- Observe se ele n�o est� saindo de casa escondido durante a madrugada, com objetivo de cumprir ‘desafios’

6- A vida moderna exige que os pais tenham pelo menos conhecimento b�sico de internet. Pe�a ao seu filho para ser adicionado �s redes sociais deles. Fazendo isso, voc� poder� saber o que est� se passando e com quem ele est� interagindo. Pode-se ainda delegar a tarefa para um parente mais pr�ximo (irm�o, primo, sobrinho)

7- Quando poss�vel, deixe o computador em um local comum e vis�vel da casa

8- Se vetar alguma p�gina, explique as raz�es e os perigos envolvidos

9- Evitar expor on-line informa��es particulares e dados pessoais como telefones, endere�os, CPF, hor�rio que sai de casa e para onde est� indo

10- Evitar publicar fotos de locais que frequenta (clubes, teatros, igrejas), carros (a placa localiza o endere�o) ou casa

11- Oriente seu filho a nunca incluir desconhecidos entre os contatos

12 - Escolas devem colocar o assunto em pauta e incorporar ao curr�culo, cada vez mais, a educa��o para a valoriza��o da vida, o respeito pelo outro e o uso consciente das m�dias e tecnologias

13 - Servi�os como o Centro de Valoriza��o da Vida (CVV – telefone 141) prestam ajuda a pessoas em dificuldades e sempre se pode buscar ajuda de �rg�os apropriados, como a rede SaferNet, ou de autoridades

DENUNCIE


>> Se perceber algum amigo postando fotos e mensagens estranhas em redes sociais, talvez ele esteja jogando o Baleia Azul. N�o ignore: ajude, denuncie. O pr�prio Facebook tem ferramentas para isso

>> � poss�vel lavrar um boletim de ocorr�ncia em uma delegacia e, caso se tenha acesso �s conversas trocadas entre mentor e jogador do Baleia Azul, comparecer a um cart�rio de notas, onde ser� lavrada uma ata notarial, dando f� p�blica ao conte�do das mensagens (essa ata ser� importante fonte de prova, caso as mensagens sejam apagadas)

O que diz a lei


A conduta dos “mentores” do jogo Baleia Azul � criminosa. “Induzir (criar a ideia de suic�dio em algu�m), instigar (incentivar algu�m que j� estava pensando em suic�dio) ou auxiliar (ajudar materialmente o suicida) o suic�dio de outra pessoa � crime, de acordo com o artigo 122 do C�digo Penal, punido com pena de dois a seis anos de pris�o, caso a morte se concretize, ou de um a tr�s anos, caso a tentativa resulte em les�o corporal grave. Se os acusados forem menores, as condutas criminosas que praticarem s�o consideradas atos infracionais, estando sujeitos �s penalidades institu�das pelo Estatuto da Crian�a e do Adolescente. Nesses casos, eventual indeniza��o c�vel a v�tima ou familiares dever� ser paga pelos respons�veis legais.


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