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Estado de Minas

Pres�pio do Pipiripau reabre com festa em Belo Horizonte

Obra do artes�o Raimundo Machado Azeredo ficou cinco anos fechada para restaura��o e agora est� novamente aberta ao p�blico


postado em 27/04/2017 06:00 / atualizado em 27/04/2017 08:23

Emocionadas, Lúcia Fátima (E), neta de Raimundo, e Maria Luíza, filha do artesão, acompanharam a reabertura do presépio(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Emocionadas, L�cia F�tima (E), neta de Raimundo, e Maria Lu�za, filha do artes�o, acompanharam a reabertura do pres�pio (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Uma festa bem mineira, com direito a m�sica de folia de reis, p�o de queijo e emo��o � flor da pele. Foi reinaugurado, na manh� de ontem, o pres�pio do Pipiripau, patrim�nio criado ao longo de mais de oito d�cadas pelo artes�o Raimundo Machado Azeredo (1894-1988) e uma das grandes atra��es do Museu de Hist�ria Natural e Jardim Bot�nico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Bairro Santa In�s, na Regi�o Leste.

Fechado nos �ltimos cinco anos para restaura��o, a cargo de uma equipe de 50 profissionais de �reas distintas, o acervo re�ne, em 45 cenas, 586 figuras que contam a hist�ria de Jesus, do nascimento de Jesus � crucifica��o. No total, h� cerca de 3 mil objetos garimpados por “seu” Raimundo por onde passava. “� um momento de felicidade e satisfa��o. Ver o pres�pio restaurado me traz boas recorda��es e valoriza o trabalho do meu pai”, disse Maria Lu�za Machado, de 86 anos, ao lado de L�cia F�tima Ramos, neta de Raimundo.


Ao admirar o pres�pio funcionando pela primeira vez depois do restauro e a oficina onde o av� produziu tanta beleza, em novo espa�o, L�cia n�o se conteve e chorou. Mas logo em seguida, abriu um sorriso para contar um pouco da sua trajet�ria. “Nasci atr�s do galp�o onde vov� fez o pres�pio, no Bairro Sagrada Fam�lia (Regi�o Leste da capital). Ent�o, minha inf�ncia foi sempre em torno dessa obra que, agora, volta para a comunidade.” Ao lado, o professor da Escola de Belas Artes da UFMG e coordenador geral do projeto de restaura��o, Fabr�cio Fernandino, explicou que a interven��o foi muito complexa: “N�o se trata de um conserto, mas da preserva��o de uma obra e tamb�m da import�ncia de se manter a identidade e assinatura de um artista”.

Quem visitar o pres�pio ter� novidades, a come�ar pela casa que o abriga, igualmente restaurada e com equipamentos para facilitar a visualiza��o e compreens�o do Pipiripau. Na varanda, h� um visor que permite a qualquer um vislumbrar o funcionamento do maquin�rio de madeira e engrenagens, enquanto no fundo est� a sala de manuten��o. Na sala principal, onde reina o pres�pio, a arquibancada foi retirada, garantindo mais espa�o para o p�blico acompanhar a apresenta��o com 10 minutos de dura��o. O projeto teve aprova��o do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), que fez o tombamento em 1984, e financiamento regulado pela Lei Rouanet, com patroc�nio do Instituto Unimed-BH. O custo da interven��o foi de R$ 565 mil.

FIO A FIO
O trabalho no centen�rio Pipiripau, iniciado em 1906, quando Raimundo tinha 12 anos, envolveu a��es meticulosas, como explicou a coordenada de restauro da obra e diretora do Centro de Conserva��o e Restaura��o de Bens Culturais M�veis (Cecor/UFMG), professora Beth�nia Reis Veloso. “O pres�pio � fruto da genialidade de Raimundo e, por isso, exigiu especialistas em tecido, metal, pl�stico, vidro e outros materiais, al�m de engenheiros hidr�ulicos, el�tricos e outros. Imaginem que, numa �poca do s�culo 20 em que n�o se falava em reciclagem, ele juntava pe�as para p�r no pres�pio”, afirmou. Ela citou o trabalho da restauradora Amanda Cordeiro, que recuperou as roupas. “Nada foi desmanchado, mas conservado fio por fio. Tive uma boa experi�ncia, pois � um patrim�nio importante para todo o Brasil”, disse Amanda, que trabalha como restauradora no Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha).

Entusiasmada com o resultado no pres�pio, que ocupa �rea de 20 metros quadrados, a coordenadora t�cnica da restaura��o do pres�pio e especialista em restaura��o do Cecor, Tha�s Carvalho, n�o se cansava de enaltecer a obra de “seu” Raimundo. “Quando nasci, ele j� tinha morrido, mas � como se tiv�ssemos convivido durante os �ltimos cinco anos. O pres�pio � complexo e simples ao mesmo tempo e apresenta uma grande harmonia nos movimentos. Acho que o Pipiripau � a soma da religiosidade, do desejo dele, desde menino, de fazer um pres�pio, da inventividade e da movimenta��o da cidade, que conheceu no s�culo 20”, disse Tha�s.

Ver galeria . 6 Fotos Obra que conta a história de Jesus, Maria e José de um jeito bem mineiro ficou cinco anos fechada, mas foi totalmente restaurada Leandro Couri/EM/D.A PRESS
Obra que conta a hist�ria de Jesus, Maria e Jos� de um jeito bem mineiro ficou cinco anos fechada, mas foi totalmente restaurada (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS )

RESTAURO
O Pres�pio foi fechado em abril de 2012, quando foi executado o diagn�stico para reparo. A partir da�, foram elaborados os projetos complementares para a nova edifica��o, como instala��es el�tricas, hidrossanit�rias e de preven��o a inc�ndio, seguran�a eletr�nica, sonoriza��o, sinaliza��o de emerg�ncia, entre outros. Na manh� de ontem, durante a exibi��o para convidados, com show de Maur�cio Tizumba, os presentes se encantaram com o pres�pio e, principalmente, com o barulho de trov�es. As luzes se apagam e fica apenas um foco sobre a cena da crucifica��o de Jesus.

A restaura��o de todas as pe�as foi mapeada e registrada em v�deos e fotografias. O trabalho come�ou em 2014 e ficou a cargo do Centro de Conserva��o e Restaura��o de Bens Culturais (Cecor) da UFMG, com a participa��o de mais de 50 bolsistas de v�rias �reas. Al�m disso, contou com o trabalho volunt�rio de professores do curso de engenharia el�trica e engenharia hidr�ulica e recursos h�dricos da universidade, al�m de outros profissionais e empresas privadas. A constru��o de uma passarela de acesso para cadeirantes, pintura e reforma do telhado da sede foram executadas pelo Departamento de Manuten��o de Infraestrutura (Demai) da UFMG.

SERVI�O
O Pres�pio ficar� aberto para visita��o �s quartas, quintas e sextas, �s 11h e �s 16 h, e aos s�bados e domingos, �s 11h, 12h, 15h e 17h.
No Museu de Hist�ria Natural e Jardim Bot�nico (MHNJB) da UFMG, na Rua Gustavo da Silveira, 1.035, Bairro Santa In�s, Belo Horizonte
(31) 3409-7650
Ingressos para o MHNJB: R$ 10,00 para visitantes espont�neos; R$ 12,00, por aluno de escola privada e p�blica, para visitas mediadas por monitores (professores n�o pagam); entrada gratuita para menores de 5 anos e maiores de 60 anos, estudantes da UFMG e funcion�rios da institui��o


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