
O frio e a altitude de 1.746 metros n�o foram obst�culos para a f� de centenas de fi�is e quatro guardas de congado que subiram nesse domingo em cortejo pela Serra da Piedade, como parte das comemora��es pelos 250 anos de peregrina��es ao santu�rio da padroeira de Minas Gerais. O templo em Caet�, na Grande BH, recebeu os congadeiros com missa e banda de m�sica na Igreja das Romarias, e a celebra��o final ocorreu na Ermida de Nossa Senhora da Piedade.
Para a seguran�a dos fi�is, uma faixa da estrada que leva ao santu�rio foi fechada desde a Pra�a das Cavalgadas at� o alto da montanha, para permitir a subida das quatro guardas de congado. Em roupas coloridas, enfeitadas com tiras esvoa�antes, chap�us com plumas e chocalhos nos p�s, os componentes dos grupos de tradi��o africana subiram bem devagar, no ritmo de seus tambores e sanfonas, vencendo nessa marcha constante o caminho �ngreme de 2 quil�metros e a densa e fria neblina.
Outros peregrinos tamb�m subiram a serra para rezar ou apenas passear. Podiam usar vans ou se arriscar no percurso a p�. “N�o � f�cil n�o. Vim desde l� embaixo, mas enquanto o Senhor me der for�as eu vou para cima para agradecer mesmo a sa�de que me deu”, disse o aposentado Jos� Carlos Santos de Jesus, de 73 anos, morador de Caet�. Maria Beatriz da Silva, de 56, subiu descal�a pela estrada de asfalto. Os p�s feridos e castigados pelo frio n�o a impediram de demonstrar a sua f�. “Para quem superou a doen�a e veio agradecer, esse sofrimento aqui � alegria”, disse.
� frente do cortejo, jovens levavam uma imagem de Nossa Senhora numa liteira de flores. Em seguida, vinham as guardas de congado. Acompanhando tudo desde o in�cio, o pr�-reitor do santu�rio, padre Carlos Ant�nio da Silva, se apoiava em seu cajado. Para o religioso, o encontro dos congadeiros traz um pouco de reflex�o e sentimento mariano para o santu�rio e para o Brasil. “Estamos num momento de dificuldades e desafios, n�o s� no campo da pol�tica como tamb�m pessoal. A alegria e a esperan�a que o congado representa, depois de todo o sofrimento da escravid�o, mantendo sua f�, � um exemplo para todos”, definiu o sacerdote.
LA�OS
A reuni�o das guardas de congado fortalece os la�os familiares e a tradi��o, afirma o capit�o-mor da Guarda de Marujos de Nossa Senhora do Ros�rio, Raimundo Pedro de Oliveira, de 72. O grupo, que veio de Sabar�, na Grande BH, tem grande participa��o da fam�lia. “� uma tradi��o que veio dos meus bisav�s e que tenho a responsabilidade de manter com a nossa f�”, disse.