
O rompimento de um a�ude em uma fazenda em Morro do Pilar, na Regi�o Central de Minas, a 164 quil�metros de Belo Horizonte, deu in�cio a uma investiga��o ambiental diante da suspeita de polui��o do Rio Pic�o, afluente do Rio Doce. Equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e da Pol�cia Militar de Meio Ambiente realizam neste s�bado a primeira vistoria na �rea do incidente, que faz parte do Parque Nacional da Serra do Cip�.
De acordo com o analista ambiental Milton Olavo Paiva Franco, do N�cleo de Emerg�ncia Ambiental (NEA) da Semad, nos levantamentos iniciais n�o foram constados danos ao Rio Pic�o, como sedimenta��o ou contamina��o das �guas. “O rompimento da represa, na quarta-feira, resultou em um grande aumento da vaz�o, que fez subir a turbidez das �guas do ribeir�o e do rio. Foi como se ocorresse uma tromba d'�gua”, explicou.
O coordenador do NEA, Pedro Barbosa, informou que o alerta sobre o acidente foi dado pelo Ibama e determinou que fossem tomadas as primeiras provid�ncias. O Rio Pic�o faz parte da Bacia do Rio Doce, que desde novembro de 2015, vem sofrendo com o maior desastre ambiental da hist�ria do p�is, que foi o rompimento da barragem de rejeito de min�rio de Fund�o, pertecente � Mineraora Samarco, em Mariana, tamb�m na Regi�o Central do estado.
Para o Miltom Franco, o �ndice atual de turbidez das �guas do Rio Pic�o seria de 150 NTU (unidades de medi��o de turbidez). Em situa��o normal, ele acredita que o n�vel estaria em torno de 30 NTU, com base em informa��es de pessoas num balne�rio que fica abaixo da regi�o atingida. �guas com �ndices abaixo de 5 NTU s�o consideradas claras. Entre 5 e 30 s�o ligeiramente turvas e acima de 30 s�o turvas.
No primeiro levantamento, Milton conta que n�o se constatou situa��o de crime ambiental. “Conversamos com o propriet�rio da fazenda, que nos contou que o a�ude foi constru�do h� cerca de 50 anos e servia para que o gado bebesse �gua, j� que os leitos dos mananciais da �rea s�o estreitos. Mas as apura��es seguem nos pr�ximos dias e cabe �s equipes do Ibama e Pol�cia Ambiental analisarem poss�veis de medidas administrativas, como multa e notifica��es”, assinalou Franco.
A represa ficava em uma fazenda de cria��o de b�falos na �rea de prote��o ambiental do Morro do Pilar, e tinha capacidade de 50 mil metros c�bicos. Segundo Milton, a forma��o do reservat�rio � de �gua limpa de duas nascentes, sem nenhuma capta��o em mananciais. Para o analista ambiental, por ser um reservat�rio antigo, que j� n�o estava em uso, o rompimento pode ter ocorrido por falta de manuten��o.
“Se com o passar do tempo maci�o n�o passa por manuten��o, a vegeta��o cresce, com �rvores, formigas, cupins e formam-se pequenos buracos, que fragilizam a estrutura”, explica. Abaixo do a�ude est� um ribeir�o que des�gua no Pic�o, uma cachoeira e um balne�rio. Os t�cnicos ambientais, inicialmente, n�o identificaram danos que justifiquem interven��o.
