Alunos de escola da Pampulha protestam contra estupros e falta de seguran�a
Ap�s den�ncias de viol�ncia sexual nas imedia��es de col�gio estadual, os jovens se mobilizaram para cobrar mais policiamento e respeito �s mulheres
postado em 11/05/2017 08:17 / atualizado em 11/05/2017 12:17
(foto: Paulo Filgueiras: EM/DA Press )
Centenas de alunos da Escola Estadual Madre Carmelita, no Bairro Bandeirantes, Regi�o da Pampulha, em Belo Horizonte, sa�ram �s ruas na manh� desta quinta-feira para fazer barulho contra a onda de estupros e assaltos que ocorrem na regi�o. Com bal�es, apitos e cartazes, os jovens - em sua maioria mulheres - chamam a aten��o de quem passa pela Avenida Ant�nio Francisco Lisboa, na Regi�o da Pampulha.
A manifesta��o, que conta com a ades�o de aproximadamente 350 pessoas, foi organizada pelas alunas do 3º ano do ensino m�dio que convocaram o restante da escola. Elas gritam "mexeu com uma, mexeu com todas". A estudante Beatriz Rodrigues, de 16 anos, conta que a sensa��o � de inseguran�a. "Estamos com muito medo de ir embora pra casa, de ficar no ponto de �nibus. Aqui nunca tem policiamento e � uma �rea que n�o � muito movimentada. N�s n�o vamos deixar ficar assim. N�s cuidamos de n�s mesmos, j� que ningu�m cuida", afirma.
Luana Cunha, de 17 anos, conta que a onda de viol�ncia acontece at� mesmo dentro da escola. "Acontecem roubos at� mesmo dentro do col�gio. Depois que tiraram os vigias da porta da escola, o n�mero aumentou", afirma. Ela conta que uma das v�timas de estupro � amiga dela. "Est� tentando seguir a vida, na medida do poss�vel. Est� com psicol�gico muito abalado", relata.
Dentre as reivindica��es, os jovens solicitam que agentes da Guarda Municipal permane�am na portaria da escola, cobram a instala��o de um ponto de �nibus das linhas 3302A, 3302B, 3302C, S51 e 5106 e a limpeza dos lotes vagos pr�ximos ao col�gio. Os alunos pleiteiam, ainda, um ponto de apoio fixo da PM em uma pra�a localizada h� um quarteir�o da escola, al�m de melhorias na ilumina��o p�blica no local e poda nas �rvores da regi�o.
(foto: Paulo Filgueiras: EM/DA Press )
O professor de filosofia da escola, Ronaldo Pereira, destacou que os problemas de inseguran�a na regi�o s�o antigos. "Esses casos chegaram ao �pice e ao m�ximo da viol�ncia agora. N�o � um problema de hoje e essa repercuss�o s� � poss�vel devido aos casos de estupro com uma aluna da escola e moradoras da regi�o. Isso foi a gota d'�gua", afirmou.
Ainda segundo o educador, a manifesta��o � reflexo dos processos educativos cumpridos na escola. "O mais interessante desse movimento foi que ele surgiu de maneira espont�nea. � resultado do processo educativo que temos na escola. Aqui, hoje, estamos presenciando uma aula de cidadania verdadeira com um movimento liderados pelos alunos da escola".
A jovem Maria Alice, de 17 anos, disse que o movimento foi organizado pelas alunas do terceiro ano e que n�o obteve apoio da dire��o da escola. "N�s ficamos sabendo que ela havia sido estuprada h� dois meses por causa da reportagem que saiu em um jornal. A dire��o da escola n�o se posicionou em momento nenhum ent�o
n�s decidimos nos mobilizar e organizar. Os �nicos que nos apoiaram foram os professores que, al�m de comparecer, cancelaram o simulado que ter�amos hoje", ressaltou.
(foto: Paulo Filgueiras: EM/DA Press )
Em defesa da colega de escola violentada, a jovem conclui que � importante a conscientiza��o de que a culpa � sempre do estuprador. "� importante que a sociedade e, inclusive a v�tima, tenham consci�ncia de que a culpa n�o � dela. Se eu pudesse falar algo pra ela, eu diria que a culpa nunca foi dela, a culpa � dele", relatou a jovem que confessou temer outros casos de viol�ncia na regi�o.
O diretor da escola, Adalg�zio Ivan de Alvarenga, de 56 anos, recha�ou que a escola deu todo o suporte aos alunos para que a manifesta��o acontecesse sem danos � grade letiva dos alunos. "A escola est� sim junto com os alunos, as provas de hoje e amanha foram transferidas para a pr�xima semana. N�s, inclusive, em parceria com a Pol�cia Militar e associa��o de bairro, vamos promover a��es de conscientiza��o e alertas aos estudantes".
A dire��o da escola, no entanto, disse que foi orientada pela Pol�cia Civil a n�o comentar sobre o caso de estupro com uma aluna, para que as investiga��es n�o possam ser prejudicadas.
De acordo com o Tenente Rafael Magalh�es, comandante do seto Bandeirantes pela Pol�cia Militar, os alunos precisam ser conscientizados para tamb�m combaterem o crime. "Precisamos ressaltar a import�ncia da conscientiza��o social e da auto preven��o e cuidado dos alunos para que o crime seja afastado. N�s temos intensificado a seguran�a e estamos buscando evitar todo o crime na regi�o", concluiu.