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Estado de Minas

A cada 12 minutos, uma pessoa � roubada na capital mineira

Com 131,2 mil registros no estado, 48,8 mil deles somente em BH, roubos puxaram crimes com uso de for�a em Minas em 2016. PM diz que dados preliminares j� indicam recuo no primeiro trimestre


postado em 17/05/2017 06:00 / atualizado em 17/05/2017 08:00

(foto: Janey Costa/EM/D.A Press)
(foto: Janey Costa/EM/D.A Press)
A cada quatro minutos, uma pessoa tem um objeto ou bem levado por bandidos em Minas Gerais mediante viol�ncia, enquanto em Belo Horizonte isso ocorre a cada 12 minutos. O cen�rio dos roubos no estado e na capital mineira em 2016, revelado pela Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp) quatro meses e meio depois de o ano ter sido fechado, mostra que esse tipo de crime mais do que dobrou em cinco anos em Minas e em BH. Na capital, dados de 2012 mostram que naquele ano os belo-horizontinos foram v�timas de 23,1 mil assaltos, n�mero que cresceu 102,5% e bateu em 46,8 mil casos em 2016. Ampliando a �rea de abrang�ncia para os 853 munic�pios do estado, enquanto em 2012 foram 60 mil roubos, no ano passado o n�mero cresceu 118,5%, chegando aos 131,2 mil registros. Outra situa��o revelada pelos dados atualizados de 2016 diz respeito a um aumento ligeiro de homic�dios tanto em BH quanto em Minas, ap�s dois anos de queda nos registros desse tipo de crime. (Veja quadro)

No comparativo somente em rela��o ao ano anterior, 2015, tamb�m constata-se o crescimento dos crimes violentos em Minas e Belo Horizonte. No estado, foram 145.185 ocorr�ncias do tipo em 2016, contra 128.336 do ano anterior, aumento de 13,1%. Na capital, houve 48.904 registros no ano passado, contra 44.361 de 2015, eleva��o de 10,2%. S�o considerados crimes violentos nas estat�sticas da Secretaria de Seguran�a P�blica estupro, tentado ou consumado, homic�dio, tamb�m tentando ou consumado, roubo, extors�o mediante sequestro e sequestro e c�rcere privado.

Especialista ouvido pela reportagem do Estado de Minas acredita que essa situa��o verificada nos roubos � motivada por uma soma de problemas: o poder p�blico n�o consegue combater a criminalidade e a crise econ�mica aumenta a marginalidade, pois os ladr�es buscam dinheiro f�cil e r�pido em um contexto de falta de trabalho formal. Por�m, a Pol�cia Militar garante que a popula��o flutuante de grandes eventos como o carnaval, que vem crescendo nos �ltimos cinco anos em BH e alcan�ou um p�blico de 3 milh�es de pessoas em 2017, deve ser considerada para entender esse fen�meno. Sem revelar n�meros, o major Fl�vio Santiago, que � assessor de imprensa da corpora��o, afirma que o primeiro trimestre deste ano j� traz uma redu��o nos casos de roubo no estado, segundo dados preliminares.

Os dados da Sesp normalmente s�o divulgados mensalmente at� por volta do dia 20 do m�s seguinte, mas ao fim de cada ano a pasta demora mais tempo para consolidar todas as estat�sticas. Os n�meros de 2016 mostram que, entre as regi�es integradas de seguran�a p�blica, Belo Horizonte ocupou o primeiro lugar de roubos de forma disparada, com os 46,8 mil registros. Logo depois vem a regi�o de Contagem, que inclui cidades como Betim e Ibirit�, todas na Grande BH, com 26.634 assaltos. Em terceiro lugar aparece a regi�o centralizada em Divin�polis, com 50 cidades da Regi�o Centro-Oeste, que teve mais de 7 mil roubos no ano passado. A regi�o integrada em Minas Gerais com menos roubos � a de Barbacena, no Campo as Vertentes, que engloba 61 cidades e teve 1 mil roubos em 2016.

O advogado criminalista e mestre em ci�ncias penais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Warley Belo destaca que um fator muito importante para entender um aumento de mais de 100% nos assaltos na capital e no estado nos �ltimos cinco anos � o aumento do desemprego, causado pela crise econ�mica. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) mostram que, em 2012, a taxa de desemprego no Brasil era de 5,5%. Hoje, esse n�mero subiu para 13,7%, com base no primeiro trimestre de 2017. O especialista lembra que na Grande BH s�o cerca de 700 mil pessoas sem trabalho e 2,5 milh�es na mesma situa��o em Minas. “O assaltante quer fazer um dinheiro r�pido normalmente para comprar roupas, drogas, ir em uma festa, viajar e demais coisas de tiro curto”, afirma.

Em outra frente, Warley lembra que melhorias no policiamento, com um aparelhamento melhor das pol�cias, certamente traria redu��o desses dados, mas o problema est� longe de ser resolvido apenas por essa vertente. “O �ndice de reincid�ncia de pessoas que est�o presas � muito grande. O que significa que a pris�o n�o resolve o problema. O pr�prio poder p�blico cria o aumento da criminalidade”, afirma. Para o especialista, o pr�prio estado admite que n�o tem condi��es de resolver o problema sozinho quando tenta aumentar seus la�os com a sociedade, fomentando a cria��o de redes de vizinhos, de comerciantes e incentivando o aumento da vigil�ncia privada, com a instala��o de c�meras de monitoramento e seguran�a privada.

(foto: SEAP/MG)
(foto: SEAP/MG)
PREVEN��O
O major Fl�vio Santiago, que � o assessor de imprensa da Pol�cia Militar, destaca que a corpora��o est� investindo em opera��es focadas na preven��o do roubo a transeunte, j� que o uso em larga escala de smartphones � o principal atrativo para os bandidos que praticam essa modalidade. Por�m, o militar acredita que o mais importante para entender o aumento dos roubos � reconhecer a influ�ncia da popula��o flutuante no estado nos �ltimos cinco anos, em eventos como as copas do Mundo e das Confedera��es, Olimp�ada do Rio de Janeiro e o carnaval, que teve 3 milh�es de pessoas em BH neste ano, conforme o militar. “Se voc� tem um n�mero majorado de pessoas no estado, com Belo Horizonte sempre carreando, voc� tem um aumento de delitos em n�mero absoluto, mas que n�o representa efetivamente um aumento proporcional. Cada roubo � um caso importante para n�s, mas n�o podemos desatrelar a an�lise cient�fica em rela��o a vari�veis que s�o importantes”, afirma o porta-voz da PM.

Os n�meros mostram que o percentual do crescimento dos roubos diminuiu em 2016. Em BH, por exemplo, de 2014 para 2015 houve um aumento que alcan�ou 22,76%. De 2015 para 2016, o crescimento foi de 10,71%. Mesma situa��o foi vivenciada no estado, com um aumento percentualmente menor no ano passado do que em 2015.

OUTROS CRIMES Minas Gerais registrou ainda ligeira redu��o dos casos de estupro (-1,1%), de extors�o mediante sequestro (-1,1%) e de sequestro e c�rcere privado (-2,1%) na compara��o de 2015 com 2016. Em Belo Horizonte, as ocorr�ncias aumentaram 3,2%, 12,8% e 3% no mesmo per�odo, respectivamente.

ENQUANTO ISSO...
...homic�dios voltam a subir

Depois de dois anos de queda, o n�mero de pessoas assassinadas em Minas Gerais e tamb�m em Belo Horizonte voltou a subir. Em Minas, 4.194 pessoas foram assassinadas no ano passado, contra 4.176 em 2015. Na capital, foram 615 em 2016, contra 609 do ano anterior. Em Belo Horizonte, os meses cr�ticos do ano passado foram mar�o, com 63 �bitos, e abril, com 60. Dezembro, m�s que ficou pendente da divulga��o dos dados, teve 49 homic�dios. Segundo a Pol�cia Militar, a��es que visam � retirada das armas de fogo de circula��o s�o as principais formas de atua��o contra esse tipo de crime, j� que 60% a 70% dos casos t�m rela��o com o tr�fico de drogas.


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