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Estado de Minas

Obra restaura Igreja Nossa Senhora do Ros�rio dos Pretos em Mariana

Cerim�nia do Iphan marcar� na semana que vem a recupera��o deste tesouro do barroco. Interven��o incluiu melhorias no forro, que estava deteriorado


postado em 20/05/2017 06:00 / atualizado em 20/05/2017 09:12

Forro durante (dir) e depois das obras de restauração, que custaram R$ 1,6 milhão: havia infestação de cupins e outros insetos, entre vários problemas(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS e SAMUEL CONSENTINO/PREFEITURA DE MARIANA/DIVULGAÇÃO)
Forro durante (dir) e depois das obras de restaura��o, que custaram R$ 1,6 milh�o: havia infesta��o de cupins e outros insetos, entre v�rios problemas (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS e SAMUEL CONSENTINO/PREFEITURA DE MARIANA/DIVULGA��O)

A primeira vila, cidade e diocese de Minas abre as portas, com toda rever�ncia, de um dos seus templos barrocos mais importantes. Na pr�xima quinta-feira, moradores de Mariana, na Regi�o Central, ver�o conclu�da a restaura��o dos elementos art�sticos integrados da Igreja Nossa Senhora do Ros�rio dos Pretos, templo erguido pela m�o escrava a partir de 1752, quando foi lan�ada a pedra fundamental. Trata-se da primeira obra do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) Cidades Hist�ricas no munic�pio, que contemplou a recupera��o do forro da capela-mor, altar-mor, oito ret�bulos colaterais, arco-cruzeiro e imagens.

“Trata-se de um trabalho muito importante, principalmente pela sintonia entre a equipe de profissionais, institui��es envolvidas e a comunidade. Restauro de elementos art�sticos � sempre uma interven��o delicada, tornando-se fundamental, portanto, v�rios olhares. Houve um di�logo intenso entre todos, e os moradores puderam acompanhar as a��es”, diz a arquiteta Flora Passos, do escrit�rio t�cnico do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) em Mariana. O servi�o ficou a cargo do Instituto Cultural Fl�vio Gutierrez, com equipe coordenada pelo restaurador Adriano Ramos, e supervis�o do Iphan e da prefeitura local.

Na cerim�nia de t�rmino dos servi�os – durante a obra n�o foram interrompidas as atividades religiosas – ser� dada a autoriza��o para contrata��o da pr�xima etapa (obra civil) do templo, com investimentos de cerca de R$ 2 milh�es. O trabalho, objeto de licita��o da prefeitura, incluir� a restaura��o arquitet�nica do edif�cio e a implanta��o do Museu Vieira Servas. Com o conjunto das a��es no local, diz nota do Iphan, “o PAC Cidades Hist�ricas, que abarca ainda outras 14 obras na cidade, contribui para o est�mulo ao turismo na regi�o, consolidando Mariana como refer�ncia para os estudos sobre a arte religiosa, seus artistas e o patrim�nio cultural brasileiro como um todo”.

Executada pela Prefeitura de Mariana, com recursos de R$ 1,6 milh�o do governo federal, a interven��o, cujo in�cio foi mostrado pelo Estado de Minas em 28 de julho de 2016, valoriza a paisagem colonial e, no interior da igreja, que tem � frente o p�roco Geraldo Barbosa, os altares esculpidos pelo portugu�s Francisco Vieira Servas (1720-1811) e o forro da capela-mor de autoria de Manuel da Costa Ata�de (1762-1830), o Mestre Ata�de. A cerim�nia de reinaugura��o ter� comemora��o cultural e religiosa e presen�a da presidente do Iphan, K�tia Bog�a, do diretor do PAC Cidades Hist�ricas, Robson de Almeida, da superintendente do Iphan em Minas, C�lia Corsino, e do prefeito Duarte Eust�quio Gon�alves J�nior.

EXPOENTES DA ARTE

 Quem chega � igreja, distante cinco minutos do Centro, n�o deixa de admirar os trabalhos em madeira de jacarand�, altares com trabalhos de talha e ouro e uma decora��o suave de estilo rococ�, coroada pela pintura da Assun��o da Virgem no teto da capela-mor. De acordo com o Iphan, respons�vel pelo tombamento da constru��o, o conjunto de elementos art�sticos que comp�em a decora��o interna tem lugar de destaque na arte religiosa de Minas Gerais dos s�culos 18 e 19, principalmente pela participa��o de dois importantes artistas do per�odo, que s�o Servas e o marianense Mestre Ata�de. O primeiro realizou toda a obra de talha do interior do templo entre os anos de 1770 e 1775, enquanto o segundo produziu a decora��o pict�rica anos mais tarde, entre 1823 e 1826.

Al�m dos trabalhos j� conhecidos na Igreja, a equipe t�cnica descobriu pinturas de quase 200 anos nas paredes do altar lateral da Igreja, escondidas sob v�rias camadas de tinta. Os especialistas acreditam se tratar de uma obra do s�culo 19, tamb�m de autoria do Mestre Ata�de ou de seu filho e ajudante Francisco de Assis Pac�fico da Concei��o.

DEGRADA��O


No entanto, no in�cio do ano passado, o cen�rio era desolador: a deteriora��o, ao longo do tempo, havia se tornado o principal respons�vel pelo retrato da igreja. Os t�cnicos mostraram os efeitos da infesta��o de cupins e outros insetos xil�fagos, madeira envelhecida, perda de pintura, infiltra��o devido � �gua de chuvas e at� a��o humana. Um dos pontos mais degradados era o forro da capela-mor, com a pintura da Assun��o de Nossa Senhora. Ela apresentava desprendimento da policromia, perda de madeira e outros danos que entristeciam os fi�is. Em entrevista, a professora aposentada Maria Raquel Cardoso Reis, vizinha do templo, se mostrava feliz com o in�cio do restauro: “Esperamos mais de duas d�cadas por esse trabalho. A gente sempre tem algum receio de ela cair, por�m a m�o de Deus segura tudo.”


HIST�RIA DO TEMPLO


Localizada na Pra�a do Ros�rio, a Igreja Nossa Senhora dos Pretos foi constru�da entre 1752 e 1758 por iniciativa das irmandades de S�o Benedito, de Santa Efig�nia e do Ros�rio. Erguida em alvenaria, ela pertence � terceira fase do barroco mineiro, o estilo rococ�. O templo foi constru�do em alvenaria de pedra. Os destaques internos v�o para as obras do pintor Ata�de e do escultor e entalhador Servas.


ARTISTA PORTUGU�S

Francisco Vieira Servas (1720-1811) – Nascido em Portugal, trabalhou como entalhador e escultor em madeira nas igrejas  Nossa Senhora da Concei��o, em Catas Altas; no Santu�rio do Senhor Bom Jesus do Matosinhos e de Nossa Senhora da Concei��o, em Congonhas; e de Nossa Senhora do Ros�rio, de Mariana. Criou estilo pr�prio na concep��o dos altares, com destaque para um elemento denominado arbaleta (arremate sinuoso)


G�NIO MINEIRO


Manuel da Costa Ata�de (1762-1830), o Mestre Ata�de, nasceu em Mariana. Conforme estudiosos, ele trabalhou muitas vezes nas mesmas obras que Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), embora n�o necessariamente ao mesmo tempo. Era branco, autodidata, filho de portugu�s e brasileira. Um fato desconhecido para muitos � que Ata�de foi militar, atuando como alferes de cavalaria. Foi na Igreja de S�o Bartolomeu, no distrito de S�o Bartolomeu, em Ouro Preto, que ele come�ou a pintar, nos momentos de folga.


SAIBA MAIS

Mariana tem 15 a��es do Pac


Mariana � uma das oito cidades mineiras a receber obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) Cidades Hist�ricas, que contempla 15 a��es no munic�pio, totalizando investimento de R$ 67,2 milh�es. Al�m da Igreja do Ros�rio, tamb�m est� em execu��o o restauro da Catedral da S� (foto) de Nossa Senhora da Assun��o. Segundo o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), o PAC Cidades Hist�ricas est� presente em 44 cidades de 20 estados brasileiros, totalizando R$ 1,6 bilh�o em investimentos em 424 a��es. As a��es decorrem da linha exclusiva do programa, criado em 2013 para atender aos s�tios hist�ricos urbanos protegidos, proporcionando a revitaliza��o das cidades hist�ricas, a restaura��o dos monumentos e a promo��o do patrim�nio cultural, com foco no desenvolvimento econ�mico e social e no suporte �s cadeias produtivas locais.


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