
No lado de quem espera ver a �gua da Lagoa da Pampulha como cen�rio para passeios de barco, canoagem, remo e outras pr�ticas n�uticas est� corretora de im�veis Lea Lima, carioca que visitou BH na �ltima semana e se espantou com as dimens�es da lagoa. Acostumada a ver, no Rio de Janeiro, espa�os ocupados por essas atividades, ela acredita que a Pampulha tamb�m tem voca��o para as pr�ticas. “N�o posso ver �gua que logo penso que as pessoas poderiam usar esses espa�os. E penso que aqui, em BH, com uma lagoa t�o grande e t�o bonita, a popula��o merece usufruir dessa �gua, especialmente porque n�o tem mar”, diz Lea.
Ela lembra ainda do quanto a Lagoa Rodrigo de Freitas, apesar de ainda ter polui��o, cumpre esse papel no Rio. No local h� pr�tica de remo, vela, esqui aqu�tico e stand up paddle, al�m de pedalinho. O contato com a natureza tamb�m � poss�vel fora da �gua, com pistas de bicicleta e skate, espa�o para corrida, quadras esportivas e �reas para contempla��o da natureza.
A condi��o da lagoa divide opini�es do casal de namorados Bruno Vasconcelos, de 22 anos, policial militar, e Ana Luiza Borges, estudante, de 20. Para ele, seria muito bom se os esportes n�uticos j� estivessem liberados. Ana, por outro lado, diz que n�o teria coragem de se arriscar na �gua. “O aspecto ainda � muito ruim. Precisa melhorar muito, porque o mau cheio � forte e ainda tem lixo em muitas �reas”, observa a jovem.
Esgoto continua sendo desafio
Mais do que construir redes coletoras de esgoto, a Copasa ainda tem o desafio de dar solu��o aos cerca de 10 mil im�veis que continuam despejando esgoto na Lagoa da Pampulha. S�o moradias com rede dispon�vel, mas que n�o s�o conectados ao servi�o de esgotamento sanit�rio. Do total, 3.270 est�o em Belo Horizonte e 6.929, em Contagem. O trabalho para interliga��o dessas resid�ncias �s suas galerias e as obras para implanta��o de mais 13 quil�metros de redes coletoras e interceptoras – iniciadas em agosto do ano passado – devem ficar prontas em julho de 2017.
Essas interven��es contribuir�o para atingir o percentual de 95% de remo��o de esgoto da Lagoa da Pampulha. Em dezembro de 2016, a companhia chegou � marca de 90% de coleta, intercepta��o e tratamento do esgoto gerado pelos im�veis na bacia contribuinte da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte e em Contagem. Isso foi poss�vel com a implanta��o de 100 quil�metros de redes coletoras e interceptoras e constru��o de nove esta��es elevat�rias de esgoto, depurado pela Esta��o de Tratamento de Esgoto On�a.
Para atingir os 100%, a Copasa informa ter um programa permanente chamado Ca�a-Esgoto, que identifica os lan�amentos indevidos em galerias pluviais e sarjetas nas vias p�blicas. “Esse programa tem detectado em vilas, aglomerados, favelas e em fundo de vales lan�amentos de esgoto que, para serem corrigidos, exigem melhorias na urbaniza��o. Portanto, qualquer a��o para aumentar o percentual do esgoto coletado, necessariamente, ter� que passar por a��es conjuntas com os munic�pios de Contagem e de Belo Horizonte”, afirma a companhia.
Nossa hist�ria
Quando a lagoa era a nossa praia
A lagoa mais famosa de Belo Horizonte j� foi uma esp�cie de arena de esportes n�uticos. Principalmente nas d�cadas de 1940 e 1950, quando a �gua era bem mais limpa, n�o era dif�cil flagrar amantes da canoagem e de barcos a vela sobre o espelho d’�gua. O rompimento da barragem, na d�cada de 1950, e, posteriormente, o ac�mulo de lixo no local devido ao crescimento urbano afugentaram os esportistas, embora provas de remo ainda tenham ocorrido at� a d�cada de 1970.
Personagem
da not�cia
jorge Madson Costa
taxista
H� 41 anos ele nadava no lago
Bons eram os tempos em que o expediente terminava na Lagoa da Pampulha. Assim lembra, com saudade, o taxista afastado Jorge Madson Costa, de 57 anos, que h� 41 anos nadava no espelho d’�gua, na companhia de amigos, depois de muitas jornadas de trabalho em uma empresa no Bairro Santa M�nica, vizinho ao lago. Naquela �poca, conta, a �gua era limpa, a areia criava uma esp�cie de praia e muitos barcos que sa�am de ancoradouro pr�ximo � Igreja de S�o Francisco davam vida � lagoa. Para Madson, esse � um tempo que deixou saudade e que deveria voltar, diante da beleza e impon�ncia do lago, bem como pelo valor simb�lico da Pampulha, agora Patrim�nio da Humanidade.