Escultura de Murilo Rubi�o � inaugurada nos jardins da Biblioteca P�blica

Quatro j� haviam comparecido �quele encontro marcado. Faltava um, o mais velho de todos, refer�ncia para os amigos e precursor do realismo fant�stico em l�ngua portuguesa. O escritor Murilo Rubi�o (1916-1991), um dos expoentes nacionais da literatura, foi imortalizado ontem, em Belo Horizonte. Inaugurada nos jardins da Biblioteca P�blica Estadual de Minas Gerais, a est�tua de bronze em tamanho natural encerrou as comemora��es do centen�rio de nascimento desse homem das letras, que marcou hist�ria tamb�m como gestor p�blico. Exposi��o aberta at� o fim do m�s que vem revelam parte dessa hist�ria e apresentam para as novas e antigas gera��es feitos e a trajet�ria de Rubi�o.

A est�tua, de autoria de L�o Santana, pesa 200 quilos e foi instalada pr�ximo a outro trabalho do artista, a obra Encontro Marcado, que re�ne as esculturas de Fernando Sabino (1923-2004), H�lio Pellegrino (1924-1988), Otto Lara Resende (1922-1988) e Paulo Mendes Campos (1922-1991), inaugurada em 2005 na entrada da biblioteca. Nessa nova obra, numa refer�ncia simb�lica � conviv�ncia de Murilo com os chamados “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”, Rubi�o “caminha” indo ao encontro dos outros escritores. Nas m�os, ele carrega um exemplar do Suplemento Liter�rio de Minas Gerais – publica��o criada por ele h� mais de 50 anos. “Originalmente, ele ia ficar em outro lugar, sempre com a ideia de caminhar at� os outros. Mas com a libera��o do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha) para instalar neste ponto ficou tudo perfeito”, comemora L�o Santana.

EXPOSI��O Com curadoria de Fab�ola Moulin e Marconi Drummond, fotos, ilustra��es, contos publicados em livros, cartas, documentos, v�deos, anima��es e objetos que pertenceram ao escritor integram a exposi��o Absurdus: Murilo Rubi�o 100 anos, aberta at� 31 de julho. A sobrinha do escritor, S�lvia Rubi�o, lembra que o tio sempre esteve presente em BH. “Ao contr�rio de amigos e contempor�neos que foram embora da capital, ele escolheu ficar aqui”, diz. Ela destaca ainda que o escritor trabalhou o absurdo de maneira singular, fazendo as pessoas encararem as obras naturalmente, sem sustos.

O secret�rio de Estado de Cultura, Angelo Osvaldo, lembrou que, por meio do Suplemento, ele revelava n�o apenas novos escritores, mas tamb�m artistas pl�sticos. “Murilo foi amigo de todos eles (os quatro cavaleiros), especialmente de Otto Lara Resende. As suas importantes realiza��es deixaram uma obra que � um marco em Minas Gerais, no Brasil e na Am�rica Latina de seu realismo fant�stico”, ressaltou.