Camel�s garantem que v�o continuar nas ruas mesmo com ordem de desocupar o Hipercentro de BH

Com o fim do prazo dado pela Prefeitura de Belo Horizonte para os camel�s deixarem o Hipercentro da capital, o sentimento de apreens�o tomou conta dos vendedores. O medo � de que as for�as p�blicas de seguran�a e a fiscaliza��o comecem a agir hoje para recolher mercadorias. Mesmo assim, ambulantes se dizem dispostos a desafiar a administra��o municipal e afirmam que v�o para a rua, mesmo sem saber se conseguir�o vender algo. Sem uma solu��o imediata, garantem ainda que n�o v�o abandonar suas bancas.

Pela proposta da PBH, os 1.137 ambulantes identificados nessa regi�o da cidade ser�o realocados em shoppings populares p�blico e particulares e feiras de seguran�a alimentar. Passar�o ainda por cursos de capacita��o e podem ter subs�dio do poder p�blico para se instalar definitivamente nos centros comerciais – caso projeto nesse sentido seja aprovado pela C�mara Municipal. O decreto que institui o Plano de A��o para o Hipercentro de BH foi assinado no in�cio da semana passada pelo prefeito Alexandre Kalil.

Os camel�s foram avisados e notificados formalmente nos �ltimos dias sobre a decis�o. De acordo com a secret�ria Municipal de Servi�os Urbanos, Maria Fernandes Caldas, s� depois dessa etapa come�aria a a��o fiscal e a retomada do espa�o p�blico. Estavam previstas a��es em conjunto com as pol�cias Civil e Militar e a Receita Federal para coibir o com�rcio ilegal de produtos. A previs�o � de que a repress�o comece hoje. “Recebemos advert�ncias de maneira bem intimidadora. Hoje (ontem) parou uma Kombi aqui e as pessoas que deveriam orientar disseram que amanh� (hoje) v�o descer varrendo tudo”, contou uma ambulante, que preferiu o anonimato.

Vendendo bolsas na esquina das ruas Carij�s e Curitiba, ela conta que os ambulantes est�o temerosos, mas pretendem resistir. “No cadastro, pegam nosso n�mero de telefone e falam para aguardar em casa. Enquanto isso, faremos o que com as mercadorias? E com as contas que continuam chegando?”, questiona. O marido dela, camel� h� 20 anos, n�o acredita nas propostas de instala��o em shoppings e feiras. “Eu sairia da rua, mas se a oferta fosse de algo imediato. Sair daqui para ir para outro lugar e continuar a trabalhar. O que falaram � que temos de esperar e n�o h� previs�o sobre quando haver� vagas”, diz.

Movimento
Os ambulantes trabalharam normalmente nesta sexta-feira, com movimento grande em ruas como S�o Paulo, Curitiba, Tamoios e Carij�s. Na conflu�ncia da S�o Paulo com Tamoios e Avenida Amazonas, havia de tudo: de lingerie, passando por frutas e doces at� eletr�nicos. A Secretaria Municipal de Servi�os Urbanos nega que estejam previstas a��es fiscais truculentas e n�o informa dia nem hor�rio das opera��es.

Pelo projeto da PBH, o primeiro passo ser� alocar os interessados em uma grande feira de empreendedorismo, por um per�odo de quatro meses. Em vez de boxes, os ambulantes, ao custo de R$ 1 por dia, poderiam trabalhar com bancas em shoppings privados de diversas regi�es da capital que aderirem. A oferta para credenciamento dos centros de compras j� foi publicada no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM) e as propostas devem ser abertas sexta-feira.

Para os pr�ximos dias est� prevista a publica��o de editais para disponibilizar vagas em novas feiras em todas as regionais da cidade – para com�rcio de plantas e flores, antiguidades, livros e peri�dicos, artes pl�sticas e artesanato, comidas e bebidas. Outro edital vai ofertar ainda 160 vagas para feiras livres que ocorrem semanalmente em v�rios pontos de BH.